lunes, noviembre 25, 2024

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Por falta de um exame de consciência…

Vinte e nove de maio de 1957: nessa data, Dr. Plinio fez uma conferência de preparação da comunhão pascal para os professores e os alunos da FEI — Faculdade de Engenharia Industrial, da ESAN — Escola Superior de Administração de Negócios, e da Escola de Desenho Industrial, dirigidas pelos Padres Jesuítas.

Permanecendo o tempo todo de pé, Dr. Plinio foi interrompido inúmeras vezes por entusiasmados aplausos de um auditório grande e superlotado. Como sempre, falando de improviso, desenvolveu uma tese sui generis, que surpreendeu e conquistou seus ouvintes.

Disse que estava acostumado a fazer conferências preparatórias da comunhão pascal para os mais variados públicos. Pouco tempo antes fora convidado a dirigir a palavra aos presos da Penitenciária do Estado (o famoso complexo do Carandiru). Deparando com aqueles rostos, veio-lhe à mente o seguinte problema: “Qual será o ponto fundamental que diferencia os que estão aqui dentro das pessoas que levam suas vidas lá fora? Vou procurar responder a esta questão analisando as fisionomias”.

Passado algum tempo, ele constatou: “Que curioso! Não noto neles uma diferença marcante em relação aos não-criminosos. Mas deve haver algo…”

De súbito, deu-se conta do que se tratava: “Percebo que há um ponto no qual estes homens são diferentes. É que as circunstâncias da vida pedem a todo mundo, de vez em quando, um certo exame de consciência. Os não-criminosos, mesmo se raras vezes pararam para examinar-se, acabaram por reconhecer uma fraqueza, uma tendência errada, um mau hábito, um erro cometido. Isto os segurou, impedindo-os de caírem tanto no campo moral que chegassem até o crime. Entretanto, estes aqui têm uma fisionomia inteiramente neutra nessa matéria. É um assunto que não os toca. Falta-lhes, pois, um elemento fundamental para se refrearem no caminho do mal.”

Não era preciso Dr. Plinio argumentar muito mais, para enfatizar a importância do exame de consciência.

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