sábado, noviembre 23, 2024

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15 de novembro de 1933 – Na abertura da Constituinte

Nessa data se realiza no Rio de Janeiro, então capital federal, a sessão solene de abertura da Assembléia Nacional Constituinte, para a qual fora eleito Dr. Plinio como o deputado mais jovem e mais votado do Brasil. Representava ele, dentro da bancada paulista, a Liga Eleitoral Católica, entidade não-política cujo maior objetivo era pugnar pelas reivindicações da Igreja, as quais viriam a ser aprovadas e inseridas na nova Carta Magna.

Salão da Assembléia Constituinte e a bancada paulista (entre os que estão de pé, Dr. Plinio é o 6º da esquerda para a direita)

Dois dias antes Dr. Plinio partira de São Paulo, no trem Cruzeiro do Sul, tendo sido acompanhado à estação ferroviária por uma multidão que o aplaudia entusiasmadamente. Àqueles que tanto o apoiaram por ocasião do pleito, Dr. Plinio assim se dirigiu no dia 23 de novembro, através do “Jornal da Constituinte”, emitido por rádio:

“São Paulo pode e São Paulo deve encarar com tranqüilidade confiante a ação de sua bancada na hora augusta que se aproxima, em que a Assembléia Constituinte, definitivamente resolvidas as questões regimentais, passará a elaborar a Constituição da 2ª República.

“Um sem-número de circunstâncias especiais contribui para dar aos trabalhos da atual Constituinte uma importância sem precedentes no Brasil. Em primeiro lugar, há a situação mundial, tristemente grandiosa pela extensão dos cataclismos que presenciamos e pelo vulto dos problemas que se rasgam como abismos, diante dos olhos do estadista moderno. Tudo vacila, no terreno dos fatos como no das idéias. Os próprios dogmas políticos e sociais que até há pouco informavam todas as mentalidades são hoje submetidos a exame impiedoso, que, em inexoráveis sentenças, lhes aponta as falhas e defeitos.

“Não há uma única doutrina que se possa inculcar como senhora universal dos espíritos. Tudo se afirma, tudo se nega e tudo se discute. Esta situação intelectual caótica vem dar à atual Constituinte uma característica nova, que suas antecessoras não tiveram. (…) Nenhuma convicção comum coordena a atividade das inteligências, senão esta, de que a situação mundial, tendo criado problemas novos, exige rumos novos, e que às Assembléias Constituintes cabe, antes de tudo, a tremenda tarefa de preparar o futuro.

“A bancada paulista não é (…) a porta-voz de um grupo que venceu as eleições graças a uma maioria ocasional ou a paixões de momento. Ela figura São Paulo na plenitude de seus valores espirituais, intelectuais e econômicos. A bancada paulista outra coisa não é, pois, senão a encarnação de todos os anseios de São Paulo, um pouco da alma e do coração bandeirante, a pleitear na Constituinte em favor do patrimônio espiritual inestimável de suas tradições católicas, da integridade de sua autonomia e da unidade e prosperidade do nosso caro, do nosso grande Brasil.”

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