domingo, noviembre 24, 2024

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Janeiro de 1928 – No Instituto de Medicina Veterinária

Pouco depois de entrar para a Faculdade de Direito, Dr. Plinio obteve um emprego no Patronato Agrícola, através de seu tio, Dr. Gabriel, então Secretário da Agricultura de São Paulo. As qualidades morais e os predicados do jovem estudante granjearam-lhe não pequeno apreço junto a seus superiores. Assim, quando surgiu a oportunidade de passar a emprego melhor, foi objeto de elogiosa carta escrita pelo seu chefe no Patronato, rogando a Dr. Gabriel que o mantivesse naquele cargo:

“O rapaz é ótimo, pontual, correto, e falando línguas presta-nos grande serviço, quando somos procurados por alemães, austríacos e semelhantes. Não o remova, peço-lhe encarecidamente. A questão de ordenado, não tem importância, porquanto o orçamento em vigor tem verba para o pagamento dele, na base de 525 mil réis. Seja como for, eu preciso dizer-lhe que o Plinio representa as belas qualidades de duas famílias de tradição: Corrêa de Oliveira e Ribeiro dos Santos. O meu expediente vai sofrer com a saída de tão fino, correto, educado e zeloso funcionário. De resto, ele é estudante de direito, pelo que o meio do Patronato lhe é propício. Esperando que o amigo não nos prive do trabalho desse distinto moço, subscrevo-me como sabe, seu velho amigo, Eugênio Egas.”

Sem ferir a simpatia que o cercava no antigo emprego, Plinio acabou por deixar o Patronato Agrícola, e em janeiro de 1928 começou a trabalhar no Instituto de Medicina Veterinária, vinculado à mesma Secretaria da Agricultura, e situado na Rua Pires da Mota, 1, no bairro paulistano da Aclimação. Assim descreve ele alguns pormenores desse período de sua existência:

“Eu desempenhava a função de bibliotecário do Instituto de Medicina Veterinária, com um ordenado (considerado razoável) de 700 mil réis por mês. Nessa época, minha rotina quotidiana consistia em freqüentar as aulas na Faculdade de Direito pela manhã, retornar para casa, almoçar e sair para o trabalho.

“Detalhe curioso é que, por esse tempo, eu fazia uma espécie de sesta às seis e meia da tarde, deitado na cama. Chegava do emprego — um longo trajeto de bonde, da Aclimação até minha casa nos Campos Elíseos — cansado, tomava um bom lanche e, em seguida, recostava-me e me entregava a alguma leitura até a hora do jantar, o que significava, mais ou menos, uma hora e meia de repouso…”

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