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120 anos da morte de um gigante da Fé

O ano de 2008 desponta no horizonte espargindo especiais fulgores sobre datas de grande significado para o orbe católico. A mais eloqüente será a comemoração dos 150 anos das aparições de Lourdes, em fevereiro, quando o Papa Bento XVI deve visitar a Gruta de Massabielle e ali, em nome de todos os fiéis, tributar à Santíssima Virgem um preito de gratidão pelas incontáveis graças que, naquele santuário, Ela tem alcançado para os homens.

E neste primeiro mês celebra-se outro importante marco no calendário da Igreja: em 31 de janeiro de 1888, no Oratório de São Francisco de Sales de Turim, extenuado pelos trabalhos apostólicos, São João Bosco exalava o último suspiro nesta Terra e partia para a eterna bem-aventurança, iluminado pela luz de Maria Auxiliadora.

A figura ímpar desse gigante da santidade (no dizer do Papa Pio XI), educador de educadores, sentinela da Rocha de Pedro enquanto braço direito do Sumo Pontífice para delicados assuntos diplomáticos, vincula-se de modo particular a Dr. Plinio, que nutria intensa devoção ao fundador dos salesianos. Chegava mesmo a conservar consigo, durante momentos de dificuldades para a sua obra, uma relíquia do santo, sendo por este visivelmente protegido.

Essa sua admiração por São João Bosco, Dr. Plinio a manifestou inúmeras vezes ao longo de sua vida, como o fez durante uma conferência no Congresso da Ação Salesiana, em 1938:

“Dom Bosco foi um verdadeiro doutor da atividade católica, comparável, no seu campo, ao que foi São Tomás de Aquino no campo da teologia na Idade Média. Soube ele resolver pelo amor o gravíssimo problema social de seu tempo, indo tomar os meninos que seriam o terreno da desordem, para transformá-los, não só em elementos de ordem, de estabilidade, mas muitas vezes em sacerdotes que serão ao mesmo tempo os defensores da ordem e da classe operária.

“Para achar essa solução, Dom Bosco não se preocupou com a questão individualística, nem em combater esta ou aquela corrente determinada. Olhou para a Igreja e procurou nela os seus ensinamentos. O mesmo fez no campo da pedagogia: enquanto outros discutiam sobre a conveniência deste ou daquele sistema, Dom Bosco, sem discutir, olhou para a Igreja, para a sua pedagogia tradicional e encontrou o justo meio de conciliar o amor com a firmeza. E assim, em tudo Dom Bosco teve o mérito de depositar plena confiança na Igreja, e desse modo em todos os problemas apresentou a solução católica genuína.

“Cumpre frisar o acatamento incondicionado de Dom Bosco à Santa Sé, e nessa obediência estaria disposto a destruir a sua própria obra gigantesca, se, paradoxalmente, a isso fosse convidado pelo Sumo Pontífice. Por isso, nos lábios de Dom Bosco se poderiam pôr as palavras com que Santa Teresa nos seus últimos dias apresentava a Deus um como que título de justificação que lhe merecesse indulgência para essas pequeninas manchas das quais nem a alma dos santos fica isenta: ‘Senhor, lembrai-vos de que fui católica’.

“Procuremos, pois, em todas as questões que agitam o mundo de hoje, a solução católica, genuinamente católica, exclusivamente católica. Com essa ficarão satisfeitas também todas as justas reivindicações das nações e dos indivíduos, porque o Evangelho no-lo garante: Procurai primeiro o reino de Deus e o resto vos será dado por acréscimo (Mt 6, 33).”1

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Não poderíamos deixar de assinalar que, por outro motivo — para esta revista igualmente significativo — o presente ano se abre bafejado por insignes graças do Céu: em dezembro comemorar-se-á o 100º aniversário de nascimento de Dr. Plinio, o qual, a exemplo de Dom Bosco, devotou sempre incondicional amor à Igreja e ao Papado.

Olhos voltados, pois, para esse “jubileu pliniano”, desde já elevamos a Maria Santíssima e a seu Divino Filho nosso reconhecido louvor por ter dado ao mundo um varão como Plinio Corrêa de Oliveira, todo católico e apostólico, e plenamente romano.

1) Extraído do Boletim “Dom Bosco”, nº 9, novembro de 1938

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