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Força propulsora da Revolução: as tendências desordenadas

Engana-se quem pensa que as revoluções anticristãs são sempre deflagradas pelas doutrinas de algum filósofo. Em geral as tendências têm um papel mais decisivo. Esta é uma tese elaborada por Dr. Plinio, e sobre a qual ele discorre aqui.

1 – Qual é a força propulsora da Revolução?

“A mais possante força propulsora da Revolução está nas tendências desordenadas” (p. 44). “Essas tendências desordenadas, que por sua própria natureza lutam por realizar-se, já não se conformando com toda uma ordem de coisas que lhes é contrária, começam por modificar as mentalidades, os modos de ser, as expressões artísticas e os costumes” (p. 41).

2 – Cite dois exemplos dessas tendências.

Orgulho e sensualidade.

“O orgulho leva ao ódio a toda superioridade, e, pois à afirmação de que a desigualdade é em si mesma, em todos os planos, inclusive e principalmente nos planos metafísico e religioso, um mal. É o aspecto igualitário da Revolução.

“A sensualidade, de si, tende a derrubar todas as barreiras. Ela não aceita freios e leva à revolta contra toda autoridade e toda lei, seja divina ou humana, eclesiástica ou civil. É o aspecto liberal da Revolução” (p. 14).

3 – Mas esses aspectos não são contraditórios?

“Ambos os aspectos, que têm em última análise um caráter metafísico, parecem contraditórios em muitas ocasiões, mas se conciliam na utopia marxista de um paraíso anárquico em que uma humanidade altamente evoluída e ‘emancipada’ de qualquer religião vivesse em ordem profunda sem autoridade política, e em uma liberdade total da qual entretanto não decorresse qualquer desigualdade” (p. 14).

4 – Em vez de tendências, pode-se falar em paixões desenfreadas?

Sim, pois Dr. Plinio também afirma: “Apontamos como a mais potente força propulsora da Revolução, o dinamismo das paixões humanas desencadeadas num ódio metafísico contra Deus, contra a virtude, contra o bem e, especialmente, contra a hierarquia e contra a pureza” (p. 130).

5 – Qual o papel das tendências na IV Revolução? O que deve fazer o contra-revolucionário para combatê-la?

“Na perspectiva de Revolução e Contra-Revolução, toca-lhe, antes de tudo, acentuar a preponderante importância que no processo gerador desta IV Revolução, e no mundo dela nascido, cabe à Revolução nas tendências. E preparar-se para lutar, não só no intuito de alertar os homens contra esta preponderância das tendências – fundamentalmente subversiva da boa ordem humana – que assim se vai incrementando, como a usar, no plano tendencial, de todos os recursos legítimos e cabíveis para combater essa mesma Revolução nas tendências” (pp. 192 – 193).

6 – E quanto aos novos passos do processo da IV Revolução, que atitude precisa tomar o contra-revolucionário?

“Cabe-lhe também observar, analisar e prever os novos passos do processo, para ir opondo, tão cedo quanto possível, todos os obstáculos contra a suprema forma de Revolução tendencial (…) que é a IV Revolução nascente” (p. 193)1.

1) Para todas as referências: Revolução e Contra-Revolução, Editora Retornarei, São Paulo, 5ª edição em português, 254 páginas.

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