A Europa foi o continente que, em tempos passados, correspondeu à pregação da Igreja Católica; continente que durante séculos permaneceu substancialmente fiel à Esposa de Cristo. Daí partiu a instauração da Civilização Cristã.
Por meio de seus Sacramentos, a Igreja dá forças para que a verdadeira Moral seja praticada pelos homens. Ora, é só por meio da verdadeira Moral que os homens conhecem e praticam a verdadeira ordem, porque a Moral não é senão a ordem do procedimento dos homens. Assim, em conclusão, só há autêntica e perfeita ordem entre os homens onde existe a verdadeira Igreja.
Igreja Católica, o fundamento da ordem
Se a Igreja ensina e dá forças para cumprir a Moral, ela é o verdadeiro fundamento da ordem. Quando os homens seguem a Moral da Igreja, a verdadeira ordem está adotada, no que ela tem de mais profundo.
E acontece com a ordem o que sucede com o corpo humano. Se eu estiver, por exemplo, com meu braço em ordem, só poderei esperar coisas boas: os movimentos necessários, a reação, os serviços, a defesa que ele me proporcionará. Se algo do braço está destroncado, o resto é dor, miséria, inflamação, perigo de gangrena, atrapalhações várias.
Assim também ocorre com a Civilização: se ela está baseada na Moral católica, inclusive nos seus pormenores, não há bem que não se possa esperar; mas quando ela se afasta da Igreja, ainda que seja em pequenas coisas de certa importância, não há mal, tristeza, miséria que não se possa temer.
Nascimento de um novo mundo
Ora, São Bento, por meio de seus monges, foi por excelência o missionário que trouxe à Civilização Católica os germanos e deu impulso ao movimento de evangelização que conquistou todas as nações escandinavas.
Por outro lado, São Bento, através dos monges beneditinos, instituiu um tecido de Ordens religiosas que espalharam por toda a Europa essa moralidade e esse modo de ver quando o continente europeu estava se reconstituindo; era um mundo novo que nascia depois das invasões.
Então o ideal da contemplação ficou profundamente presente nessa fecundidade do apostolado de conversão da Europa.
Portanto, a ação da graça penetrou nas raízes dessa árvore, e o resultado foi essa coisa maravilhosa: a Europa, que se tornou durante muito tempo a própria realização dos ideais da Contra-Revolução.
É para a destruição dessa Europa que a Revolução se levantou. E é para essa Europa que os nossos olhos se voltam nostálgicos, admirativos, cheios de afeto, precisamente porque aí estão os restos sagrados da Contra-Revolução.
(Extraído de conferência de 10/2/1965)