jueves, noviembre 21, 2024

Populares da semana

Relacionados

Critérios para um bom relacionamento

Depois de analisar alguns dos critérios segundo os quais costumamos avaliar as pessoas com quem desejamos estabelecer relações, Dr. Plinio indica os verdadeiros princípios que devem orientar o relacionamento humano.

Como devemos analisar-nos uns aos outros? De que modo precisamos olhar, interpretar, considerar o valor de cada um? Como devemos entender e julgar as pessoas?

Duas categorias de pessoas

Eis uma boa qualificação: algumas pessoas têm alma para compreender que não existe só e nem principalmente esta vida. Há uma outra ordem de grandezas e um Ser espiritual, superior, infinito, perfeito. Em última análise, Deus Nosso Senhor e todos aqueles que O cercam na hierarquia divina. E tudo isso se espelha de algum modo na Criação.

Essas pessoas, quando olham um pé de ipê, uma esmeralda ou uma orquídea, por exemplo, são admirativas porque sabem ver o que é mais do que elas, sem inveja e por desinteresse. Essa é uma categoria de pessoas.

Francisco Lecaros

Outra categoria é das que só olham para cima a fim de ter inveja, e preferem não olhar para o alto. Dirigem os olhos para o lado com indiferença e para baixo com desprezo.

De que gênero de pessoas é cada um de nós? Se essas são as duas categorias, temos que caber numa delas. Como somos nós?

Devemos tomar em consideração que Deus ama mais os que são mais voltados para Ele. Nossa Senhora ama mais os que são mais voltados para Ela. E nós, portanto, devemos desejar o que é mais elevado, mais nobre, mais belo, mais reto, mais santo. Mas desejar admirando! E admirando desinteressadamente!

O verdadeiro entusiasmo se exprime pela dedicação

A partir do momento em que admiremos isto desinteressadamente, tornamo-nos entusiastas e combativos. Porque o verdadeiro entusiasmo se exprime pela dedicação. Ter entusiasmo por algo ou alguém a quem não sou dedicado não significa nada. Se tenho entusiasmo sincero, eu me dedico.

Então, quando notamos alguém lutar, devemos procurar na atitude dele o seguinte: pelo que ele combate? Até que ponto ele vê e entende a grandeza daquilo pelo que luta? Até que ponto sua alma está cheia disso? Até que ponto ele se dedica? Até que ponto ele é combativo?

Através dessas perguntas nós podemos aquilatar uma pessoa.

A partir disso compreende-se a inanidade, o zero de muitos elogios feitos às vezes a mim, que tenho a impressão de dizerem respeito a um outro, porque de tal maneira o que tem de essencial em mim não figura naquele elogio, que estão elogiando um outro.

Então, elogia-se alguém porque é muito inteligente. Ora, a pessoa nasce inteligente. Já lhes passou pela mente elogiar um homem qualquer porque é narigudo, ou porque tem um nariz muito pequeno? Ninguém escolhe o nariz que tem. O sujeito nasceu com aquele nariz e precisa levá-lo até a sepultura. Goste ou não goste, seja um nariz lindo ou comum ou grotesco.

Se tenho entusiasmo sincero, eu me dedico. Então, quando notamos alguém lutar, devemos procurar na atitude dele o seguinte: pelo que ele combate?

Se determinada pessoa nasceu inteligente, é um dom que Deus lhe concedeu. Não é um dom sobrenatural, mas natural. Aprecia-se. O que se conclui daí?

Alguém poderá dizer: “Mas ela aproveitou bem a própria inteligência.” Não se deduz muita coisa, pois há muitas pessoas que aproveitam a inteligência que possuem, e ficam muito instruídas, cultas, brilhantes. Entretanto, fazem um uso bom dessa inteligência ou são malfeitoras?

Assim é com a boa educação e tantas outras qualidades…

Antigamente, era raro encontrar chá no Brasil, e as pessoas que gostavam de tomá-lo mandavam vir da Inglaterra, da China, etc. E eram naturalmente as pessoas mais finas. Então se dizia “Fulano tomou chá em pequeno”, para indicar que ele teve uma educação muito seleta. O outro que só tomou café não teve uma educação muito fina, porque qualquer um tem café. Ninguém possui mérito por ter tomado chá em pequeno.

Então, qual é o verdadeiro mérito? É a elevação de alma, e isso nós devemos procurar.

Relacionamento com base na Fé, esperança e caridade

Que relação tem isso com a Religião?

Quem foi batizado e recebeu o dom da fé, tendo o espírito elevado possui muita fé. Porque quem tem espírito elevado ama, sobretudo, o que há de mais alto. E o que há de mais elevado são as verdades sobrenaturais reveladas, é a Igreja Católica que é Mestra dessas verdades.

Possui muita esperança. Esperança de conseguir aquilo que sua fé lhe ensina: o Céu depois desta Terra, e dar glória a Deus, a Nossa Senhora, nesta Terra; e espera que Maria Santíssima o ajudará.

Tem muita caridade, a qual não é principalmente o amor do próximo, mas é o amor de Deus, e do próximo por amor de Deus.

Então possui muita fé, esperança e caridade. E depois as virtudes cardeais: justiça, fortaleza, temperança, prudência, e outras virtudes. Aí está o edifício de uma alma.

Gustavo Kralj
Oratório em Sevilha, Espanha

Quando nos relacionamos com os outros, procuramos ver quais são os que têm o espírito mais elevado e buscamos mais a companhia, a prosa desses, ou procuramos saber quem diverte mais, conta mais chistes, brinca mais, é mais agradável de trato? Ou, então, o mais influente que comunica uma certa importância a quem é amigo dele?

Essas não são razões para se dar com alguém. Motivo para se dar com alguém é fé, esperança e caridade, a elevação de alma.

Uma pessoa pode passar por um oratório onde há uma imagem de Nossa Senhora, fazer o Nome do Padre, mas não tem grande fé. Um outro faz o Sinal da Cruz e possui muita fé. Um terceiro não tem fé, é emigrado do Afeganistão, mas ele olha com uma certa elevação para a imagem, e a fé começa a germinar no espírito dele.

Procurem as companhias que lhes aproximam mais desse estado de espírito.

Cuidado com os brincalhões!

Alguém poderá objetar:

­— Mas a questão é que, estando com os outros, eu preciso me divertir.

A esse eu responderia:

— Cuidado com as pessoas brincalhonas ou que fazem muitos chistes! Em minha vida vi poucas pessoas ao mesmo tempo engraçadas e sérias. E, assim mesmo, a seriedade estava arriscada por serem engraçadas. ­

Os Evangelhos apresentam Nosso Senhor Jesus Cristo nas mais variadas atitudes, desde Menino recém-nascido até a idade perfeita dos trinta e três anos com que Ele morreu. Nunca se vê, apesar dessa variedade de espírito, o Divino Mestre rindo.

Sergio Hollmann
Jesus abençoando – Catedral de Barcelona, Espanha

Tomem em consideração as bodas de Caná. Ele estava na festa e até concorreu para que esta tivesse alegria, fazendo um milagre estupendo: a transmutação da água em vinho. Entretanto, o Evangelho não conta que Ele tenha rido alguma vez. Eu nunca vi uma imagem, nas nossas igrejas, representado Nosso Senhor rindo. Nem sequer propriamente sorrindo.

Numa atitude próxima do sorriso, às vezes. A imagem do Menino Jesus, por exemplo, é apresentada próxima do sorriso, porque se supõe que Ele está olhando para Nossa Senhora. Quem vê uma criança, imagina-a olhando para a mãe, é normal. Então se supõe que Ele esteja sorrindo, ou melhor, olhando com sumo comprazimento para a Mãe. Rindo, nunca! Muitas imagens de Nosso Senhor O apresentam com suma afabilidade, sorrindo não. É um exemplo para nós.

Alguém conhece uma aparição em que Nossa Senhora ou qualquer Anjo ou Santo diga uma coisa engraçada? Nunca!

Por outro lado, tome cuidado também aquele que, por ser engraçado, atrai todos os que desejam se divertir e dar uma gargalhada, mas os desvia de Nossa Senhora.

Às vezes foge-se de certas companhias que têm coisas sérias para comentar, vão ao fundo dos assuntos. Entretanto, tais pessoas, embora não digam coisas jocosas, poderiam nos aproximar da Santíssima Virgem Maria.

(Extraído de conferência de 7/1/1982)

Artigos populares