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Dona Lucilia tem uma forma de carinho, de acessibilidade, que resolve o problema temperamental. É pelo sorriso que ela encaminha a alma.1

Bem no fundo deste olhar muito transparente, leal, sincero, lógico, há uma luz de afago, de afeto, de acolhimento que parece não ter fim.2

O convívio de mamãe comigo era um verdadeiro mar de delícias, devido ao modo pelo qual eu me sentia afagado, compreendido, penetrado por ela.

Eu sentia que, para mim, a ligação com a vida era ela. Com esta vida reta, mas também com a outra vida, pois eu não concebia o Céu que não fosse parecido com aquilo que eu sentia junto a ela. Donde sua figura meio mítica, meio angélica. Tirando-me de junto dela, tirava-me o Céu. Dona Lucilia foi um jardim de delícias para mim até o momento em que ela cerrou os olhos. Ela me abriu outro jardim incomparavelmente mais delicioso: ter compreendido a Igreja Católica e a devoção a Nossa Senhora. Isso era Dona Lucilia para mim.3

1) Conferência de 26/11/1986

2) Conferência de 29/2/1980

3) Conferência de 1/12/1980

Mansidão inalterável e doçura
inimaginável! Um dos meios mais
possantes de mamãe para cativar
o meu afeto foi este. Isso me
encantava além de toda a expressão,
porque me fazia pensar em Nosso
Senhor e em Nossa Senhora.1

As três notas dominantes de
seu espírito eram muito evidentes:
piedade, carinho, perdão.2
Ela concorreu enormemente para
despertar e conservar em mim a
recordação, o amor enternecido,
enlevado, da bondade de Nosso
Senhor.3

Vê-se que há nela uma disposição
de alma por onde, se for chamada
por qualquer pessoa desconhecida
para prestar uma assistência, ela
iria no transbordamento jubiloso
de sua alma. E sua felicidade
consistiria em dar-se. Um dar
sem prestar atenção na retribuição,
porque o que diz respeito aos outros
toca-a, sensibiliza-a. Ela tem,
portanto, uma alegria interna em
fazer bem aos outros.4

Eu a vi sofrendo na vida
de todos os dias, mas notava,
entre estes sofrimentos e o modo
de ser dela, o seguinte: Nunca
a vi desfalecida, abatida, nem
se lamuriando, nem com falta
de vontade de viver. Pelo
contrário, enfrentava a vida
com naturalidade, cortando
os infortúnios com segurança e
força, mas continuamente com
bondade, ternura, gentileza, e
com uma afabilidade que me
encantava.5

1) Conferência de 24/5/1980

2) Conferência de 21/6/1980

3) Conferência de 29/10/1981

4) Conferência de 1/3/1980

5) Conferência de 18/3/1980

Ela possuía uma confiança heroica na Providência. Desse no que desse, um
certo lúmen da vida dela a acompanharia até o fim. No fundo, não é só dizer
que não acontecerá nada de ruim; mas por pior que seja, tudo se arranjará!
Essa era a posição dela. (Conferência de 2/5/1981)

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