O Beato Sebastião de Aparício teve uma vida singular. Depois de uma existência muito simples e pobre, de um camponês arraigado na tradição de sua terra, embarcou para o México, naquele tempo lugar de aventura e riqueza, e ali se enriqueceu como agricultor. Depois se dedicou ao comércio, onde alcançou também um êxito extraordinário. Casou-se por duas vezes, tendo ficado viúvo, e em ambos os casamentos guardou a castidade perfeita com o consentimento da esposa.
Aos setenta anos ingressou como irmão leigo na Ordem dos franciscanos, onde permaneceu por vinte e oito anos. O antigo agricultor, comerciante, homem de aventuras e esposo passou a ser um capuchinho de barba branca tranquilo, gentil, ressumando vida espiritual, morrendo numa espécie de apoteose.
Em meio a esses zigue-zagues, sua alma manteve-se continuamente no caminho da virtude. É uma conjunção de vidas dentro das quais ele toma toda a personalidade de cada papel e, no fim, sublima-se no papel dos papéis: um simples irmão leigo franciscano, perfumando o convento, o México e, de algum modo, toda a América, com a beleza de sua vida.
(Extraído de conferência de 24/2/1966)