sábado, noviembre 23, 2024

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Escravos militantes de uma Rainha em guerra

Há um primeiro aspecto da realeza de Nossa Senhora referente à exercida por Ela no Céu. Essa realeza consiste em que a Santíssima Virgem foi exaltada acima de todos os Santos e Anjos, sobre os quais Ela possui um verdadeiro império.

Não devemos entender essa soberania como a de uma rainha-mãe terrena, a qual, por ser mãe do rei, goza de uma situação eminente na corte, mas não possui o poder de mando. Maria Santíssima, ao contrário, foi instituída Rainha de toda a Criação, e Deus deu-Lhe, de fato, o governo do universo, do qual faz parte o domínio sobre os espíritos celestes, de maneira que os Anjos, embora superiores a Ela pela natureza, obedecem-Na fazendo em tudo a sua vontade.

Assim, Maria é verdadeiramente a Rainha dos Anjos e Santos, como também do gênero humano e da Igreja Católica. Não há na Criação absolutamente nada que não esteja colocado debaixo do cetro de Nossa Senhora.

Na Terra, essa realeza de Maria se exerce principalmente enquanto sendo Ela a Medianeira de todas as graças. Uma vez que é Mãe de Jesus Cristo, todos os pedidos vão a Deus por meio d’Ela, e todos os favores e dons nos vêm de Deus por seu intermédio. A Santíssima Virgem possui a onipotência suplicante, pois pelas suas suplicas consegue absolutamente tudo quanto quer, e nunca se ouviu dizer que um pedido d’Ela não fosse inteiramente atendido.

Tudo isso faz da Santa Virgem Maria a verdadeira Rainha. Eis o título pelo qual nos consagramos a Ela como escravos, e que constitui um conjunto de atributos segundo os quais Ela merece, de fato, nossa incondicional obediência.

Por conseguinte, a restauração da realeza de Cristo no mundo é a restauração do reinado de Maria. Entretanto, como em todas as épocas da História da Igreja há algumas verdades que brilham mais do que outras, essa realeza de Nossa Senhora tem-se explicitado muito e cada vez mais a partir de São Luís Grignion de Montfort até Fátima, onde Ela anunciou: “Por fim o meu Imaculado Coração triunfará”. Se Maria triunfa, evidentemente como triunfadora Ela reinará, pois um dos títulos pelos quais uma pessoa é investida legitimamente da realeza é a conquista em uma guerra justa.

Nossa Senhora anuncia um título novo para seu reino: Ela vencerá, é o calcanhar d’Ela que, mais uma vez, esmagará a cabeça da serpente, quebrará o domínio do demônio e implantará o Reinado de seu Sapiencial e Imaculado Coração.

Portanto, o sentido de nossa consagração a Maria é de não fazermos um só ato que não vise restabelecer o reinado desta soberana Senhora, fazendo-A triunfar, esmagando as forças da Revolução. A nossa posição é de escravos militantes de uma Rainha que está em guerra e a Quem devemos defender contra seus adversários, lutando contínua e incessantemente até que venha o Reino de Maria.

Eis, nesta era histórica, a autenticidade dessa consagração: lutar por Nossa Senhora, suplicando-Lhe as forças necessárias para conduzir essa luta até o fim.

Estas seriam as considerações que a proximidade da Festa de Nossa Senhora Rainha sugere.*

* Cf. Conferência de 29/5/1964.

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