Um dos mais belos exemplos na natureza do misto de vigilância, argúcia e calma, encontramos na onça e na sua miniatura, o gato.
A onça que prepara o pulo não é um animal nervoso. Pelo contrário, uma das belezas desse felino está em conservar uma verdadeira calma nas situações mais difíceis. A coexistência da calma com a vigilância, esse jeitão da onça quando recua com toda a sua capacidade agressiva e dá o bote furioso, reunindo dois extremos opostos, é uma verdadeira maravilha.
O que agrada ver no gato andando em cima de um muro é a calma calculada dele. Não é um bicho preguiça cretino. Está com todos os sentidos atentos, até a cauda em pé serve-lhe de radar. Ele todo está se equilibrando, mas na calma.
Nas situações mais difíceis o gato tem o domínio perfeito da flexibilidade de sua musculatura, joga-se medindo bem o lance; atento, mas calmo. Nervoso, nunca. Com jeito amável, mas sentindo-se ameaçado, vem uma unhada. Depois encolhe as unhas, e mostra aquela patinha redondinha.
Assim deve ser o católico militante na hora do perigo: nada de correr como barata tonta. Susto, nunca; previsão, sempre. Unhas capazes de sair do estojo a qualquer momento, pulo para qualquer lado, enxergando até, e sobretudo, no escuro.
Portanto, muita desconfiança em relação ao demônio, muito recurso à oração, nada de nervosismo, calma inteira, porque Nossa Senhora nos protegerá.
(Extraído de conferência de 22/6/1974)