Flavio Lourenço
Virgem do Apocalipse Catedral de Notre-Dame, Ambères, Bélgica

Como ensina São Luís Grignion de Montfort, na única inimizade estabelecida por Deus, Nossa Senhora aparece com o que há de terrível em seu poder voltado contra o demônio e seus sequazes, e com aquela maldição de Mãe arrasando até os alicerces do reino dele.

Lindíssima é a ideia de que, já no Paraíso Terrestre, quando a Santíssima Virgem existia apenas na mente divina, Deus A adornou de algo à maneira de um instinto antidiabólico em vista do demônio serpeando pelo Éden.

Com efeito, a primeira característica de Maria em face do demônio é o ódio. Sendo Ela cheia de graça, assim o foi de ódio contra esse amaldiçoado inimigo de Deus. O ódio santo é, evidentemente, um dom da Providência. Ora, Nossa Senhora está plena dos dons divinos, logo também de ódio ao demônio.

A clarividência concedida por Deus a Maria para descobrir a malícia da velha serpente é a virtude evangélica da astúcia, recomendada por Nosso Senhor, combatendo e liquidando a argúcia diabólica.

Sem dúvida, a Virgem Santíssima passa a eternidade fazendo o bem sobre a Terra. Mas uma forma de Maria fazer o bem é descer com o látego, com o castigo para o demônio e seus empedernidos agentes humanos.

(Extraído de conferência de 7/9/1994)