Há uma florzinha chamada miosótis, minúscula, mas de um azul encantador, cuja constituição das pétalas é uma verdadeira beleza!
As perfeições de Deus não poderiam exprimir-se igualmente numa enorme rosa e num pequeno miosótis, porque este tem um certo encanto que nos leva a sorrir, enquanto uma rosa majestosa não provoca o mesmo sorriso.
Algo por onde Deus é infinitamente gracioso e que não pode se manifestar na rosa, manifesta-se no miosótis. Portanto, era preciso que houvesse a rosa e o miosótis no mundo vegetal para se ter uma ideia de conjunto das perfeições divinas.
Assim, Deus criou seres para nos deleitarem e nos descansarem do sublime, mas estes nunca estão na linha oposta do sublime.
Por exemplo, a águia é sublime, porém entre ela e o miosótis não há contradição. Enquanto o miosótis é encantador e faz sorrir, a águia empolga, entusiasma. Entretanto, o miosótis é uma gota daquela beleza da qual a águia é um oceano. Ora, entre a gota e o oceano não há contradição, mas continuidade.
(Extraído de conferências de 5/9/1974 e 27/11/1976)