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Purificando-se ao longo da cascata

Se a água tivesse inteligência e sensibilidade, o que pensaria ela quando lhe sucedesse ser atirada do alto de uma cascata através de pedras e penhascos? Por certo diria estar sendo objeto de uma brutalidade, de um processo de dilaceração e destruição, e berraria contra tal “injustiça”.

Entretanto, decantada pela queda, ela correria límpida e cristalina, verdadeira água viva a irrigar regiões, dessedentar povos, mover com sua energia inúmeros sistemas de produção. Isso faz a água purificada por ter passado pela catástrofe de uma grande cascata.

Ora, a Igreja Católica tem momentos de cascata em sua história, horas de tragédia durante as quais é precipitada do fastígio de uma alta situação para a voragem de desastres sucessivos, em meio aos quais dir-se-ia que ela vai se dilacerar e desaparecer no estrondo de sua própria queda.

Mas, quando se vê embaixo, tudo passou, a Igreja se purificou, eliminando de si tudo quanto nela não deveria existir. Permanece tudo quanto dela é perene, eterno, coerente consigo mesma. Então a Santa Igreja continua, longos e novos séculos de paz e de esplendor se desenrolam diante dela, na limpidez de suas águas, dessedentando os povos e movendo as civilizações.

(Extraído de conferência de 22/4/1973)

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