São Luís Grignion de Montfort, quando fala da maldade humana, diz: “Toda a nossa herança é orgulho e cegueira no espírito, endurecimento no coração, fraqueza e inconstância na alma, concupiscência, paixões revoltadas e doenças no corpo. Somos mais orgulhosos que os pavões, mais apegados à terra que os sapos, mais feios que os bodes, mais invejosos que as serpentes, mais glutões que os porcos e mais preguiçosos que as tartarugas…”1
Sendo nós de uma maldade tão entranhada, seríamos dignos de receber o sacrossanto Corpo de Nosso Senhor Jesus Cristo? Poderia existir preparação capaz de nos tornar dignos de recebê-Lo? Não. Deveríamos então deixar de comungar? Também não. O que devemos é seguir o conselho desse mesmo santo. Considerando nossa indignidade, ele aconselha que nos humilhemos profundamente diante de Deus, renunciemos ao nosso íntimo corrompido e peçamos a Nossa Senhora que empreste seu Coração para, com as mesmas disposições d’Ela, recebermos seu Filho. Não poderemos dar melhor recepção a Jesus nem melhor presente a Maria. Para isso, dizer a Nossa Senhora:
Minha Mãe e Senhora do Santíssimo Sacramento, preparai-me Vós mesma para receber Nosso Senhor Jesus Cristo, dando-me todos os bons movimentos de alma, todos os bons impulsos, para eu ter presente o que vai acontecer de extraordinário, a honra imensa que me será concedida, porque, por vossas preces, vosso Divino Filho vem a mim.
(Composta em 16/7/1977)
1) Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem, n. 79.
