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Meditação das Horas da Paixão

Jaculatória para o início de cada hora

Ó Jesus, que a esta hora eu Vos ame sobre todas as coisas e me una inteiramente a Vós, por meio de Maria, vossa Mãe. Concedei-me a vossa graça na hora da minha morte. Amém.

18:00 – Jesus lava os pés de seus discípulos

Obtende-me, ó minha Mãe, a graça de tratar meus irmãos na Fé como vosso Divino Filho tratou, nesse ato, os Apóstolos que iam abandoná-Lo, e até o mercator pessimus.

19:00 – Jesus institui a Santíssima Eucaristia

Fazei de mim, ó Mãe Santíssima, uma alma vigorosa e pura, nutrida pelo Pão dos fortes e pelo Vinho que gera virgens.

20:00 – Jesus despede-Se de seus discípulos e Se dirige ao Horto

Obtende-me, ó Sede da Sabedoria, algo da fortaleza de que meu Salvador me deu exemplo, caminhando com passo resoluto para o local onde se iniciaria sua Paixão.

21:00 – Jesus ora no Horto das Oliveiras

Ó Maria, alcançai-me de Jesus, triste e obediente até a morte, o conhecimento, o amor e a gratidão à Providência, pelas aflições que a alma fiel encontra no cumprimento do dever.

22:00 – Jesus, tendo entrado em agonia, transuda sangue

Ó Mãe Dolorosa, obtende-me, pelo mérito do Sangue Divino vertido nesse lance, a graça de compreender que também a mim cabe sofrer, até o fundo da alma, na previsão de todas as dores que afligem e ainda afligirão a Santa Igreja de Deus.

23:00 – Jesus, ao receber o beijo de Judas, é traído e preso

Senhora, dai-me a graça de compreender e odiar toda a traição da qual é vítima a Santa Igreja. E de lutar contra essa traição até que seja inteiramente derrotado o processo de descristianização pelo qual o mundo vai chegando a uma falta de religiosidade gnóstica e igualitária.

Meia-noite – Jesus é apresentado a Anás e ferido com uma bofetada

Senhora, quantas bofetadas sofre hoje vosso Filho, como Cabeça invisível que é da Igreja Santa. Dai-me a resolução de receber em mim todas as afrontas dos inimigos da Igreja. E de lutar até a última energia de meu corpo e a última gota de meu sangue na mais inteira correspondência à graça, para a derrota dos esbofeteadores.

1:00 – Jesus diante de Caifás

A autoridade da Sinagoga encabeça a luta contra o Messias! Fazei-me sentir, ó Maria, uma dor proporcionada à gravidade dos pecados de tantas pessoas sagradas, tristemente empenhadas no processo de autodemolição da Igreja.

2:00 – Jesus é maltratado e escarnecido

Quantas vezes tenho recuado diante da Revolução por medo de ser maltratado e escarnecido! Obtende-me de Jesus, ó Maria, que minha alma seja curada da chaga hedionda do respeito humano.

3:00 – Jesus é negado por Pedro

São Pedro menosprezou vossa predição, ó meu Jesus, e confiou totalmente em si. Por isso, antes de o galo ter cantado, ele Vos negou três vezes. E isto por medo de uma criada. Ó Maria, tornai-me atento à voz da graça, fazei-me vigilante contra meus defeitos e, mais uma vez vo-lo suplico, limpai minha alma da lepra do respeito humano.

4:00 – Jesus na prisão

Está preso, ó Maria, vosso Divino Filho. Pelo mérito infinito desse aprisionamento, fazei-me amar todas as legítimas dependências a que, por desígnio vosso, devo estar sujeito.

5:00 – Jesus é levado diante do tribunal de Pilatos e acusado

Ó Maria, obtende-me horror ao espírito egoístico, mole e cético manifestado por Pila tos na Paixão. Fazei de mim um escravo vosso, cheio de fé, de generosidade e de fortaleza.

6:00 – Jesus, perante Herodes, é escarnecido e desprezado

Vosso Divino Filho está em face do homem que personificou o ódio contra Ele. Fazei-me compreender, ó Maria, quanto os inimigos da vossa Causa Vos odeiam e nos odeiam. Pedimo-Vos, ó Mãe, que desterreis de nossa alma qualquer visão ingênua, liberal e preguiçosa sobre a mentalidade dos adeptos da Revolução.

7:00 – Jesus é de novo conduzido diante de Pilatos; Barrabás é preferido a Ele

Tal é esse ódio, ó Rainha do Universo, que não só O quiseram matar, mas até preferiram o malfeitor a Ele. Tal é a abjeção de vossos inimigos! Ainda uma vez, peço-Vos que limpeis minha alma de ilusões tolas nascidas do liberalismo, do sentimentalismo e da tibieza.

8:00 – Jesus é flagelado

Hoje é flagelada – e por que mãos! – a Igreja de Deus. Por mãos sagradas para a celebração dos Mistérios Divinos. Por mãos de cristãos que deveriam estar dispostos a empunhar armas, se necessário fosse, para defendê-la contra o adversário. Abri minha alma para o conhecimento cabal dessa negra realidade, ó Maria, e enchei-me de dor, de santa cólera e de espírito de luta contra tão horrível pecado.

9:00 – Jesus é coroado de espinhos

Coroaram de espinhos a Fronte Divina, própria a levar a coroa da realeza do universo.É um modo de negar esta realeza, de negar todo poder legítimo, toda hierarquia, toda autoridade. Concedei-me, ó Maria, o espírito sacral, hierárquico, o ódio à Revolução, em suma, o amor à realeza de Jesus e à vossa sobre todas as criaturas.

10:00 – Jesus é condenado à morte

A Vida é condenada à morte. Que espantosa derrota! Mas daqui a pouco, a morte será derrotada pela Ressurreição d’Aquele que é a Vida. Nas piores horas, a virtude da confiança me deve preservar do desalento. Obtende-me a graça, ó Maria, de uma confiança sem limites na derrota da Revolução e na implantação de vosso Reino.

11:00 – Jesus carrega a pesada Cruz

Sim, Jesus carregou a Cruz. Por três vezes vergado ao peso dela, caiu ao chão. Porém, em momento algum Ele abandonou a Cruz. Que por Vós, ó Mãe, eu obtenha a graça de não abandonar o peso da luta pela verdadeira Fé e pela Civilização Cristã, ainda quando as forças pareçam me faltar.

12:00 – Jesus é crucificado

Os inimigos O cravam na Cruz, para assim O fixarem nela até a morte. Ó minha Mãe, alcançai-me graças que me cravem na cruz de minha vocação e não permitais que algum dia eu dela me separe.

13:00 – Jesus, na Cruz, é insultado

Ainda mais insultos! De vosso Filho, eles não se compadeceram. Assim é o ódio do revolucionário. Para Vós e para os verdadeiros seguidores de Jesus Cristo não existe compaixão. Fazei-me compreender e execrar, ó Maria, toda a ingratidão para com Deus e toda a maldade da Revolução.

14:00 – Jesus sofre as últimas dores na Cruz

Chegou a última agonia, todos os tormentos inimagináveis se concentram em vosso Filho. Mas Ele cumpriu até o fim a vontade do Pai Eterno. Alcançai-me, ó Coração Sapiencial e Imaculado de Maria, a graça de cumprir até o fim a vocação que me concedestes.

15:00 – Jesus morre na Cruz

Consummatum est! A obediência foi levada até o holocausto final. Ele morreu porque quis. E o quis porque assim Lhe foi mandado pelo Pai Eterno. Ó Mãe do Bom Conselho, fazei-me compreender, à luz deste divino exemplo, toda a sacralidade da obediência.

16:00 – Jesus é descido da Cruz e depositado nos braços de sua Santíssima Mãe

O Cadáver está em vossos braços. Jesus consentiu em ser morto porque Vós o quisestes, pois o Pai Eterno quis pedir vosso consentimento para que o holocausto se efetuasse. E Vós quisestes este holocausto, porque esta era a santíssima vontade de Deus.

Ó Maria, modelo invencível, sublime e sacrossanto de obediência, fazei-me odiar a Revolução anárquica e insubmissa.

17:00 – Jesus é depositado no sepulcro

Tudo está acabado. É o fim… na aparência. Na realidade, em breve tudo começará a renascer. Abrireis logo mais, para os justos da Antiga Lei, as portas do Céu, ó Senhor!

Junto a Vós, ó Refúgio dos pecadores, os Apóstolos choram seus pecados. Dentro em breve virão a Ressurreição, a Ascensão e Pentecostes.

Quanto mais vitorioso parece o demônio, então mais próxima está a vossa vitória.

Nestes dias em que, pelo atrativo de uma mal compreendida liberdade, está-se chegando a um assombroso desregramento dos costumes, ao caos na cultura e à anarquia nos países, dai-me, ó Mãe, uma crença firme nas vossas promessas em Fátima, uma esperança abrasada de que elas não tardam em se cumprir, uma certeza da derrota da Revolução e da instauração de vosso Reino. Amém.

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