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Escravidão a Maria: condição para a vitória da Contra-Revolução

Ó Senhora de Fátima, nossa Rainha e nossa Mãe, vosso manto sagrado diante de nosso estandarte lembra a nós vossa augusta presença como Generalíssima à frente de sua falange escolhida, passando em revista as tropas, prestes a iniciar a batalha do grande e decisivo revide, que culminará na instauração de vosso Reino.

O que ordenais a nós, vossos escravos e paladinos, neste momento, Senhora? A Contra-Revolução.

A Contra-Revolução, sim, que forme no interior de cada um de nós um escravo vosso perfeito; professando com ardor a Fé Católica, especialmente as verdades em cuja negação ou em cujo olvido mais insiste agora a Revolução; praticando as virtudes cristãs, de modo especial aquelas que a Revolução atualmente mais execra; lutando contra todos os agentes da Revolução, em particular os mais ocultos e eficazes; desfazendo todas as tramas da Revolução, sobretudo as mais necessárias para que ela progrida.

Agere contra”, eis a máxima de Santo Inácio e a constante da ação que desejais de nós. Contra, com todos os riscos e sacrifícios. Contra, apesar de todos os escárnios e calúnias. Contra, a despeito de todos os ataques e ciladas. Contra, sim, ó Mãe, os vossos adversários, quando rezamos e quando lutamos, quando falamos e quando nos calamos, quando imprecamos, argumentamos, atraímos, afugentamos ou golpeamos; contra, até quando repousamos.

Contra, sim, no ponto mais certo, com a tática mais apropriada, o vigor mais intenso, a destreza mais exímia, a sutileza mais ágil, a delonga mais tenaz ou a serenidade mais fulminante.

Contra, com o desejo inabalável da vitória mais imediata, terrível e inteira; com a confiança mais inquebrantável e serena em Vós, até quando a vitória pareça afastar-se de nós.

Contra os adversários vossos que surgem em torno de nós e também, ó Mãe nossa, contra os que surgem dentro de nós: contra o orgulho, o apego à vontade própria, o igualitarismo, a inveja, a impureza, o sentimentalismo e os devaneios; contra o acanhamento dos horizontes, a trivialidade de alma, a vulgaridade da linguagem e das maneiras, a inconstância dos ideais.

Contra, mais do que tudo, aquele que, por trás e por cima de todos os poderes humanos, é o grande fautor da Revolução: Satanás. É ele que, nestes dias de supremo horror, vai levando a um paroxismo, só igualado quando da Paixão e Morte do Filho de Deus, todos os pecados e desordens do homem.

A ignomínia dos maus vai atingindo um grau superior às possibilidades de mal existentes na natureza humana. A curteza de vistas, a desprevenção, a moleza, a covardia e a contradição dos que hesitam entre o bem e o mal, entre a luz e as trevas, chegaram a proporções que as limitações naturais dos intelectos apoucados e das vontades pusilânimes não bastam para explicar. Isso porque, presente em cada um desses aspectos da decadência contemporânea está Satanás, à testa dos anjos imundos, a comunicar aos homens a sua própria infâmia, a inspirá-los, açulá-los, coligá-los e lançá-los ao ataque final contra o pouco que no mundo ainda resta de fé, de grandeza sacral, de ordem, de pureza e de beleza.

Vós já nos prometestes, mas permiti-nos, Mãe querida, que insistamos em suplicar-Vos que intervenhais, quanto antes, quebrando o poder do demônio e enxotando-o desta Terra para as prisões eternas criadas para seu merecido tormento. Mandai logo São Miguel Arcanjo e as legiões celestes para desfecharem contra as hostes infernais uma investida fulminante e irresistível.

E como nas lutas entre os homens costumais utilizar também homens, implorando-Vos que nos deis a graça e a glória de sermos, também nós, batalhadores desta luta imensa. Quebrai em nós todo poder infernal, enchei nossas almas de uma perspicácia penetrante, de um ódio abrasado, de uma intransigência absoluta, de uma combatividade inexorável contra Satanás, suas pompas e suas obras. Tornai-nos terríveis e irresistíveis face a ele.

Uma Contra-Revolução assim só é possível se houver entre vossa e nossa alma uma consonância, uma união misteriosa, mística, que opere em nós uma transformação por onde não sejamos nós, mas Vós que vivais em nós. Sim, Vós, a Ipsa conteret, Aquela que esmaga a cabeça do demônio.

Para que possais realizar em nossas almas esse segredo de vosso Coração, queremos renovar solenemente o vínculo de escravidão com que já nos ligamos tantas vezes a Vós. Dignai-Vos aceitar, Mãe misericordiosa, o tributo de nossa inteira e incondicional dependência, e conceder-nos o que tão súplices pedimos, para a honra e a glória de vosso nome. Amém.

(Composta em 13/5/1974)

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