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VI – Varão providencial

Sempre no extremo limite de si mesmo, afetivo e combativo; cheio de imprevistos e surpresas, dando a tudo uma nota de alegria e jovialidade; eficaz na força de persuasão, com um espírito absoluto, humilde e abnegado: tais são os atributos do Sr. João Clá, dotado de um carisma especial para o apostolado.

Um dos mais excelentes traços de alma do João é que há nele qualquer coisa de desmedido, mas de saudável e esplendidamente desmedido.

No extremo limite de si mesmo

Os melhores élans dele – e quantos são! O dia inteiro! – vão numa direção de alma que me agrada enormemente: a de chegar até o fim! Poder-se-ia dizer que o modo de ele ser se condensa na frase: À la fin de l’envoi, je touche!1

Fotos: Arquivo Revista
Dr. Plinio com o Sr. João Clá, durante uma cerimônia em 14 de dezembro de 1994

Nunca o vi briguento, mas ligeiramente frondeur,2 sempre na fina ponta da iniciativa da luta, na ponta da última estocada, para fazer aquilo que de mais saudável, criteriosa e catolicamente extremado se possa imaginar. Aqueles que não gostam de radicalismos devem se ferver vendo-o planejar, agir e fazer, efervescente de vitalidade, de agressividade sadia.

Os movimentos dele são movimentadíssimos, os olhares, “olhardíssimos”! Eu sempre ouvira falar como os olhos andaluzes eram grandes e especialmente expressivos. Muito mais tarde é que vim a conhecê-los e concordei perfeitamente com essa apreciação. Aqueles enormes olhos redondos do João, quase desmedidos, sem chegar a sê-lo, tomando uma boa parte do rosto, são luminosos, suaves, movediços, afetuosos, exprimindo sucessivamente conotações que nunca são bruscas, mas quase sempre inesperadas; olhos que observam tudo e, no sentido bom da palavra, são sonhadores. Ele os arregala com uma expressão única, analisa todas as coisas de um modo espantosamente ágil, penetrante e, ao mesmo tempo, discreto. E assim apresenta uma série de contrastes harmônicos, que fazem da consideração desses olhares um entretenimento.

Ao falar, o João contém suas vibrações e emoções, mas vê-se que por detrás está fervilhando. Ele não faz outra coisa senão exprimir o que viram esses olhos andaluzes e o que esse coração católico, muito mais do que simplesmente andaluz, experimentou a respeito daquilo que foi visto. Ele todo está sempre no extremo limite de si mesmo.

A medida de amar a Deus, disse São Bernardo, consiste em amá-Lo sem medidas.3 Quanto eu gosto dessa posição! Devemos ter, realmente, algo de ilimitado, que constantemente indique para um extremo limite que nunca alcançamos e para o qual sempre tendamos, e que só atingiremos no momento em que, exalado o nosso último suspiro, dermos o primeiro ósculo aos pés de Nossa Senhora. Essa postura de alma me agrada muito.

Combativo e afetivo; espanhol-italiano, filho do Brasil

Estou certo de que aqueles que sabem verdadeiramente combater por Nossa Senhora e segundo Ela, também sabem agradar. E os que de fato sabem agradar por Ela e n’Ela, sabem combater! A dissociação entre o afeto e o espírito beligerante, entre a luta e o carinho é falsa e revolucionária, pressupõe opções inaceitáveis. Como pode o homem ser afetivo e por isso renunciar a ser combativo? Como pode o homem ser combativo e renunciar a ser afetivo?

Fotos: Arquivo Revista
Dr. Plinio com o Sr. João Clá, durante uma cerimônia em 9 de dezembro de 1991

No João temos um homem com essas duas qualidades, um filho que sabe combater e sabe prodigiosamente agradar, utilizando a afetividade e a suavidade… Há uma parte da alma dele muito preservada, a cujo charme ele une esse lado afetivo para convencer os outros e levá-los a fazerem o que é necessário. Ele tem várias formas de suavidade: uma é aquela acariciante e sub-reptícia com a qual ele escorrega uma notícia um pouco complicada. Muito amorável e simpático, ele tem um jeitinho de agradecer e, ao mesmo tempo, fazer pressão, que é uma obra-prima. Não se trata da mera brutalidade nem do mero sorrisinho mole, mas de um ponto de equilíbrio fantástico. Como estou habituado aos bons procedimentos e bons tratos dele!

Em toda a sua ação, ele, muito movediço, traz a efervescência espanhola com seus atrativos sevilhanos únicos. Este sangue efervescente da Andaluzia brilhante e gloriosa circula como uma luz na personalidade dele, pondo os afetos brasileiros em movimento. Há certas manifestações dele nas quais se sente a fibra da Espanha um pouco banhada pelas águas do Brasil, no que ela não perdeu nada e, em certo sentido, ganhou.

Quanto eu acho que o temperamento espanhol, com suas ebulições, completa bem o temperamento brasileiro, no que ele tem de pacífico, de quieto e de afetuoso! Tal união se realiza muito bem neste meu filho particularmente dileto, que me alegro em ter ao meu lado, bem perto de mim: o meu querido João Clá, filho da Espanha e da Itália, nascido no Brasil.

O João possui toda uma bagagem de talentos, herança da Andaluzia e da Itália: ele tem o heroico do espanhol e o comunicativo do italiano, a verve espanhola e algo do encanto italiano misturados. E assim temos no Grupo essa síntese ítalo-espanhola célebre, formada na pessoa dele; uma fivela entre essas duas nações de sol, de luz, de som, de repique! Espanhol a cem por cento, italiano a cem por cento, sem uma gota de sangue brasileiro; entretanto, mais brasileiro do que espanhol e italiano, se por brasileiro se entende não só a pertencença a essa terra, mas a aquisição daquele imponderável do espírito desta nossa nação, que faz dele o mestre não só de todas as dedicações, bons exemplos e bons ensinamentos, mas de todos os jeitinhos, arranjos, coragens e surpresas.

Fotos: Arquivo Revista
Dr. Plinio com o Sr. João Clá no Auditório São Miguel, em 1982

Ele é um filho deste Brasil que trabalha e luta; deste Brasil que, apesar de pouco ou nenhum sangue brasileiro ter, torna-se intensamente brasileiro pelo convívio, pela osmose, de tal maneira que se pode dizer que ninguém é mais brasileiro do que ele; deste Brasil que o meu querido João Clá representa tão bem!

Inteligente, esperto, observador

O João é inteligente, muitíssimo bem dotado, com uma capacidade de movimentos e raciocínios bastante rápidos, com intuitos e planos sapiencialmente equilibrados, de uma sabedoria que não é de pesar tanto a respeito do pró e do contra, mas de ver logo a solução e ir correndo rumo a ela. Essa é a sabedoria do meu João. E sei que ele decide o que eu decidiria.

Ao mesmo tempo, na onímoda esperteza dele, é cheio de percepções, que constituem uma matalotagem magnífica! Estas riquezas da alma, quando aproveitadas, dão para a inteligência um mundo de premissas e a possibilidade de colher uma série de observações. Qualquer coisa que acontece, o João capta e imediatamente relaciona. De fato, ele é um observador meticuloso, além de um bom narrador e um psicólogo de primeiríssima!

O João é arriscado, disposto a todos os riscos; fogoso e muito valente. Ele sabe como avançar e também como recuar. É o homem dos mil passos e mil malabarismos, capaz de todas as destrezas, tão reativo, saltitante, jeitoso! Um ótimo advogado das causas difíceis e até das impossíveis.

Surpresas e imprevistos

Nosso João nada nos imprevistos, é um homem de surpresas! Mas é todo o faire4 dele, porque tenho a impressão de que os golpes dele rendem bem quando são imprevistos e, se ele os planejasse, não sairiam tão bons. Ele deixa em suspense até a última hora e é incapaz de organizar algo em que as surpresas não estejam presentes sem ter o intuito de pregá-las, porque então perderiam completamente a graça. A surpresa, quando planejada, não é surpresa nem para quem a produz nem para quem a recebe, tem cheiro de fábrica. A verdadeira surpresa é aquela espontânea, que sai do movimentar normal de uma alma, e causá-la é dos deleites dele.

Onde falta a surpresa nas obras organizadas pelo meu caro João? Muitos homens dão más surpresas, mas meu querido filho João poderá passar para a História como o João das boas surpresas. É a sua marca registrada…

Fotos: Arquivo Revista
Dr. Plinio e o Sr. João Clá durante um jantar no Primeiro Andar, na década de 1990

Como ele é entusiasta de improvisação, circula em torno dele uma tese, que me chegou à maneira de sotto voce:5 quando eu improviso, sai melhor do que quando planejo. De onde, às vezes, no sábado à noite, não me dizerem qual é o tema da reunião; pergunto e noto escorregarem entre as minhas mãos. Depois tenho de me arranjar na hora, e parece-me que ele gosta de me ver improvisar. São “ciladas” que ele faz comigo e que me revelam como é a cabeça dele.

Ele coule en douceur,6 mas sem infringir a obediência. É preciso prestar esta homenagem ao meu caro João Clá: ele é muito obediente e submisso. Eu apenas enuncio amavelmente algo e ele já o toma como uma ordem; basta perceber que quero alguma coisa de um jeito ou de outro, que ele a executa.

A alegria da virtude e da seriedade

Ora, o grande mérito dele reduz-se a um píncaro, que é a alegria da virtude, do amor de Deus, da admiração. Sentir essa alegria é a saúde da alma; transmiti-la é expulsar acédias, sobre as quais age o pior demônio, que causa o tédio nos assuntos relacionados à virtude e a Deus. O João tem essa alegria em alta dose. Ele se alegra em admirar e leva os outros a isso, comunicando-o com um certo dom.

Ele é espiègle,7 animado, tem todos os trejeitos, todas as espiègleries, tem coisas engraçadas e arranja sempre uma nota jocosa naquilo que faz, de maneira que, sem um pingo de jovialidade hollywoodiana, ele tem o dom de provocar o sorriso bom – eu vou dizer mais, que é talvez mais difícil –, de causar o riso bom, com tudo quanto conhecemos nele de destro, de brilhante, de enjoleur,8 de fascinante, de persuasivo… Eis um dos aspectos altamente louváveis da formação dada por ele aos “enjolras”. Quando há um passo a ser dado, ele o apresenta como algo prático, facilmente acessível, e de um modo muito alegre, que atrai. Assim, o João mantém um ambiente de alegria que, de outro lado, não exclui em nada a seriedade.

É esta uma virtude que eu procuro ter, tanto quanto possível. Eu tomei a seriedade às costas, como uma cruz, e andei com ela pelo mundo moderno! Essa seriedade afugenta, inclusive na TFP, na qual existe a miserável tendência a conversar sobre a última marca de automóvel, sobre o tipo novo de avião que está fazendo o circuito Brasil-Europa, sobre mil misérias dessas, não consideradas sob o ponto de vista sobrenatural, mas sim por um prisma praticamente ateu. O resultado é que eu produzo o vazio em torno de mim.

E Nossa Senhora deu ao meu querido João a graça, a leveza, a vivacidade, o charme, pelos quais ele pode ser, de uma maneira leve, o apóstolo da seriedade. Sem fazer sentir aos “enjolras” o peso desta virtude, leva-os na alegria de sua juventude para o píncaro da seriedade, fazendo-os subir essa montanha como sobe o alpinista, sem medir o número de passos nem o caminho que ficou para trás, olhando apenas para o cume!

O modo de ser do João e o meu são muito diferentes. Na minha calma sedentária, tranquila, e no meu modo de prever e de fazer as coisas, não cabem os imprevistos, as pitorescas castanholas e o sapateado da Andaluzia do João, que ele faz bem em cultivar. São aspectos totalmente diversos, mas creio que ele me completa; alegro-me em ver que ele tenha isso, dou risada agradavelmente, estimulo, e o João o sente.

Eu tendo para uma forma de solenidade, ao compassé,9 ao regrado, à bataille rangée, e não à bataille mêlée10 do João, aquele “angu” que dá vitalidade para todo o pessoal pular, rir, aprender e admirar. Porque é verdade que, quando o João bate castanholas, sai fogo de dentro delas. Ele poderia discorrer à vontade sobre os temas que trata, sem castanhola, mas interessariam muito menos… Esse é o João!

Fotos: Arquivo Revista
Dr. Plinio e o Sr. João Clá durante uma Missa em 1985

Ora, ele é uma pessoa brincalhona, mas no fundo tem muito senso da dor, aguenta “abacaxis”, passa por situações insuportáveis. Resultado: as bênçãos cobrem o que ele faz! Considerá-lo um vincitore11 perpetuamente feliz é a visão mais superficial que há.

Presente em tudo

O meu João tem o dom da ubiquidade. Ele está presente em todos os lugares, e não sei como encontra tempo para fazer tudo quanto faz.

Às vezes fico abismado quando vou para a sesta, pensando instintivamente que o João foi cuidar de outras coisas e, ao acordar, encontro-o rezando o Rosário em meu hall. Eu não sei o que ele fez durante esse tempo, se deu duzentos telefonemas ou rezou duzentas Ave-Marias, mas o fato concreto é que ali está o meu João, com o grande mérito dele e, mais do que isso, com a dedicação, o empenho, a gratidão, virtude tão rara hoje em dia! Sua presença é um verdadeiro tesouro!

Fotos: Arquivo Revista
Dr. Plinio chegando à Sede do Reino de Maria, em janeiro de 1979

Ele é tão vário nos voos de sua alma!… Há passarinhos que voam com continuidade, outros, com descontinuidade. Se a alma do meu João tivesse de ser comparada a um passarinho, não seria nem a um, nem a outro. Ele tem continuidades que se rompem bruscamente para novas continuidades, as quais não são contínuas entre si, mas súbitas como o raio. No entanto, em cada continuidade a linha é reta, e lá vai ele! Quem tem uma alma assim?

Modelo de abnegação e humildade

Ouvem-se dentro do Grupo muitas críticas ao João Clá, mas não se ousa dizer que ele seja vaidoso de sua situação, da qual com suma facilidade poderia orgulhar-se. Se ele não fosse – com a graça de Nossa Senhora – um modelo de abnegação, uma pessoa que procura se apagar e não falar de si, teria a possibilidade de ser danoso à minha autoridade tanto quanto quisesse, por sua influência sobre os mais novos, chamando as atenções para si com um aceno. Ora, isso não acontece porque ele tem muita humildade no exercício do próprio cargo.

Naturalmente os outros não notam, porque as virtudes autênticas não são advertidas. O espírito vago observa apenas as virtudes superficiais ou inautênticas. Pudesse eu ter dez desses homens apagados e “insignificantes” – dez Joões Clás, para abreviar a metáfora, atrás dos quais eu viajo no esplendor –, e tudo mudava!

Como o João não bebeu da taça do mundanismo, posso elogiá-lo em público pelas boas obras que realiza, sem o risco de suscitar-lhe vaidade. Ele está sempre escondido quando se trata de aparecer ou de receber elogios; ele escorre da alusão a ele o quanto pode, se é que não se eclipsa, some ou foge, como é pitoresco e contínuo hábito dele… E, na hora dos aplausos, sói não estar presente. Eu às vezes o procuro com o olhar – nós temos uma comunicação pelo olhar que funciona com bastante precisão – e não o vejo. Eu preciso ir a um observatório astronômico indagar lá qual é o corpo celeste que mais se eclipsa, o campeão na arte do eclipse: será seu concorrente. Mas, em todo caso, no fundo de meu coração ele está, e me alegro de poder dizê-lo.

Carisma e graças, o apostolado só dá frutos nas mãos dele

Eu costumo chamar o João Clá, por gracejo, de “carismático”. A meu ver, analisado em profundidade, entre os mil dotes, talentos, aptidões e jeitos, ele tem uma capacidade de entreter que é verdadeiramente excepcional. Ele é entretenidíssimo; conversar com ele é muito agradável. Ele não é só um bom apóstolo, mas é dotado em extremo de qualidades de comunicação, de modo de falar, de vivacidade, de poder de atração e de uma série de outros predicados que fazem dele uma figura privilegiada, um mestre em matéria de apostolado.

Fotos: Arquivo Revista
Dr. Plinio e o Sr. João Clá em 1982

Por uma graça, um carisma especial – creio ser segundo toda a evidência que a Providência o dotou desse carisma – ele soube criar uma ação contraofensiva nos jovens a favor do bem.

A única pessoa que se adaptou aos “enjolras” é o João Clá. Toda forma de apostolado que, direta ou indiretamente, está nas mãos dele tem a capacidade de atrair e de se desenvolver. Quando não está sob sua influência, podem até se formarem grupos, mas eles se desfazem ao cabo de algum tempo, porque a força de aglutinação parece nula.

Tudo quanto ele faz tem fecundidade, estabilidade. Da parte dos elementos que o seguem, há uma docilidade que se pode chamar modelar. Toda essa obra tem um sentido evidente, que é a vantagem, para esses rapazinhos, da formação que ele está dando.

Se tirar do Grupo a obra do meu João, o que resta? Por exemplo – que Deus nos livre e guarde –, se eu o mandasse para uma missão arriscada na Polônia, e os comunistas o retivessem durante um ano, tenho os maiores receios de que a “enjolrada” se desagregasse.

Donde não adianta querer tirá-lo e pôr um outro, pois não é questão de capacidade, nem de fazer maior ou menor bem; é um savoir faire,12 é o dom de interessar os mais novos, ou seja, de adaptar-se a dar o que eles desejam. Isto cabe a Nossa Senhora decidir, não a ele. Ela lhe deu essa graça e se utiliza dele para o apostolado e para impulsionar uma série de coisas do Grupo de modo maravilhoso.

Os carismas não são dados em razão da virtude, mas no caso do João, sim. O essencial do João é a chama que ele comunica, e para isso é preciso um grau e um estilo de fervor que ele tem em torrentes. Acrescente a graça, sem cujo auxílio nada se faz, e teremos esta obra extraordinária!

Fator de união com o fundador

Considerando o Grupo no Brasil e globalmente, encontra-se, com a graça de Nossa Senhora, muita coisa boa. Mas o que ele possa ter de mais dinâmico, não existe fora do São Bento ou do Præsto Sum, pois há uma nota específica das áreas onde o João trabalha, as quais se caracterizam por uma união comigo toda especial. Por exemplo, impressionam as graças que sopram nos retiros pregados pelo João aos êremos! “Non fecit taliter omni nationi et iudicia sua non manifestavit eis” (Sl 147, 20). Não fez assim para todo o Grupo e não manifestou às outras unidades do Grupo a sua assistência, a sua bondade, os seus desígnios, como manifestou ali.

Fotos: Arquivo Revista
Cenas do Concerto de Aniversário promovido pelo Sr. João Clá para Dr. Plinio no dia 11 de dezembro de 1990

Fotos: Arquivo Revista

Houve várias tentativas fracassadas de expansão do Grupo pelo Brasil, de maneira que ficaram vários restos de conjuntos espalhados, dos quais alguns membros entibiaram e saíram, outros nós acolhemos e foram elevados ao melhor. Mas a expansão enquanto tal fracassou, até determinado momento em que, com o São Bento e o Præsto Sum, com o tipo humano formado nesses êremos, foi possível começar uma difusão real, autêntica, de grupos estáveis por todo o Brasil. E se deu porque tiveram a coragem de olhar inteiramente para o fundador e aceitá-lo.

Portanto, passou a existir no Grupo um fator possante de união de alma comigo, um fator decisivo de entusiasmo, que eu não posso deixar de mencionar com afeto especial. Esse fator tem um nome: João Scognamiglio Clá Dias, a cujo impulso, a cujo zelo, a cujo garbo de personalidade, a cuja comunicatividade o Grupo deve o entusiasmo que caracteriza toda a etapa histórica em que ele atualmente se encontra. Tal é o apostolado desenvolvido pelo João, com o êxito que nós percebemos, muitíssimo de acordo com meu espírito e com minhas intenções.

Quanta e quantíssima coisa a Causa contrarrevolucionária deve ao João! Não há palavras para o exprimir!

1) ROSTAND, Edmund. Cyrano de Bergerac, Ato I, cena 4. Esta frase literalmente se poderia traduzir como: “Ao final da estrofe, eu o toco”. Contudo, seu sentido profundo manifesta a coragem e a ousadia do personagem de Rostand.

2) Do francês: contestatário.

3) SÃO BERNARDO DE CLARAVAL. Tratado sobre el amor a Dios, c.VI, n.16. In: Obras Completas. 2.ed. Madrid: BAC, 1993, v.I, p.323.

4) Do francês: fazer.

5) Do italiano: em voz baixa, como um segredo.

6) Do francês: escorrega discretamente.

7) Do francês: travesso, espirituoso.

8) Do francês: cativante.

9) Do francês: formal, grave.

10) Bataille rangée: batalha em fileiras; bataille mêlée: batalha sem qualquer ordenação.

11) Do italiano: vencedor.

12) Do francês: saber fazer, habilidade.

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