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VII – Legado de Dona Lucilia

Só um amor filial a Dona Lucilia poderia fazer com que começasse a florescer em torno dela uma algazarra afetuosa de outros tantos filhos. Pelo modo todo especial de falar sobre ela e de pô-la em foco, surgiu um dos aspectos mais penetrantes e fecundos da grande ação que Mons. João desenvolveu no Grupo.

Meu trato com Dona Lucilia era o mais carinhoso possível. Creio que nunca se viu um filho ser mais afetuoso com sua mãe do que eu era com ela. Eu a tratava de “meu bem” às torrentes! Mas era o mínimo que eu lhe dizia!

Discrição em elogiá-la

Várias vezes analisei mamãe implacavelmente, porque queria ter absoluta certeza de que, na minha apreciação em relação à pessoa dela, eu não me deixara levar por aquilo que se poderia chamar as respeitáveis fraquezas do amor filial; e que, portanto, eu não fora levado a fazer a respeito dela uma imagem melhor do que a realidade. Eu a examinei inexoravelmente, a submeti como que a testes, e posso dizer – com precisão e objetividade inteiras – que ela saiu sempre vitoriosa, com uma tal naturalidade, sem perceber nem de longe que estava sendo observada ou testada. Tudo quanto ela fazia eu achava que era como devia ser.

Fotos: Arquivo Revista
Dona Lucilia um mês antes de seu falecimento

Não encontro palavras adequadas para exprimir isso, por causa da emoção que o fato me dá.

Alguém dirá: “Mas por que o senhor não nos disse isso antes?” Por estas ou aquelas razões, sou em extremo discreto ao tratar de mamãe. Não porque eu tenha qualquer dúvida, mas porque não devo dar a ninguém a impressão de que, em algo, a devoção a ela foi estimulada e favorecida pelo afeto de um filho que a queria imensamente bem.

Frieza incompreensível dos familiares e amigos

De outro lado, vendo-a tão negligenciada pela família, parecia-me que o bem que ela fazia a mim era uma ação puramente individual. No Evangelho de São João lê-se aquela passagem: “In propria venit, et sui eum non receperunt(Jo 1, 11). Nosso Senhor veio entre os que eram d’Ele – isto é, nasceu na família de Davi, na Casa de Davi, no povo de Davi como convinha –, mas estes não O acolheram. Isso se podia dizer de Dona Lucilia: ela nasceu onde era próprio a ela, mas os que eram dela não a acolheram.

Fotos: Arquivo Revista
Dr. Plinio em 25 de fevereiro de 1995

Em uma ou outra ocasião, eu a vi conhecer membros do Grupo que também a trataram com total indiferença. Certa vez um deles me disse: “Eu acho Dona Zili1 muito mais simpática que Dona Lucilia, não tem comparação!” Se não fosse o interesse da Causa Católica, a vontade era de abrir a porta e pô-lo para fora. Mas passei por cima.

Vendo tais atitudes, eu nunca podia imaginar que a presença dela haveria de fazer algum bem para o Grupo.

Ora, eu não podia compreender como era possível essa postura diante dela. Haveria pessoa mais própria a dissipar a frieza do que ela? Quando ela estava viva, várias vezes me punha este problema: “Se eu não fosse filho, mas sobrinho, que relacionamento teria com ela?” E concluía: “Seria quase o mesmo! Só não idêntico por uma única razão: eu não teria as mesmas ocasiões de me encontrar e estar junto a ela. Quanto ao mais, seria o mesmo”.

Depois imaginava: “E se ela fosse uma pessoa que eu conhecesse na sociedade, que atitude eu teria?” Seria também a mesma! Creio que, em qualquer lugar do mundo em que a tivesse conhecido, eu teria sido atraído pelo olhar dela, pelo modo de ser dela e teria feito com ela uma amizade de virar e romper! E tenho a impressão de que ela teria gostado muito de mim!

Assim, como era possível ficar frio diante daquela bondade? Eles não percebiam? Quando ela os cumprimentava, não sentiam a sua benevolência? Eu não compreendia!

Feita para ter milhares de filhos

Durante as análises que fazia de mamãe, eu a olhava e pensava: “Há algo de axiológico na vida dela que parece não estar bem acertado. Ela possui uma afetividade enorme, foi afetuosíssima como filha, afetuosíssima como irmã, afetuosíssima como mãe, afetuosíssima como esposa, como avó e mesmo como bisavó. Ela levou o seu afeto até onde lhe foi possível.

“Mas tenho a impressão de que alguma coisa nela dá a nota tônica de todos esses afetos: é o fato de ela ser, sobretudo, mãe! Ela possui um amor transbordante não só para com os dois filhos, uma neta e um bisneto que teve, como também para com os filhos que ela não teve. Dir-se-ia feita para ter milhares de filhos e que seu coração palpita do desejo de conhecê-los. Entretanto, esses filhos não vieram nem poderiam vir nesse número exorbitante. O que quis a Providência com isso?”

Só tive a resposta para tal indagação – e que resposta magnífica! – quando comecei a ver que, em torno da sepultura do Cemitério da Consolação, os filhos começavam a florescer. O túmulo dela tornou-se um “viveiro”! Eu o vejo florido com um bom gosto, uma arte, com a sobriedade que só um afeto filial como o do João pôde excogitar, impulsionar e coordenar…

Se não fosse o João, ela iria para a sepultura e sua campa seria tão pouco frequentada quanto a dos pais dela, que fica a dois passos, e como as outras, nas quais nunca há visitantes. Isso se desenvolveu pela ação da graça e pela ação de terceiros, como o João.

Uma tristeza que afastava os outros e atraiu a um

Tenho a impressão de que mamãe acabava afastando alguns membros do Grupo, porque, no fundo, ela levava consigo certa tristeza.

Fotos: Arquivo Revista
Dr. Plinio acompanhado do Sr. João Clá, durante uma visita ao túmulo de Dona Lucilia, em agosto de 1987

Não é possível entender bem a Igreja Católica, se não nos colocamos diante da perspectiva de que o normal da vida terrena é ser, antes de tudo, uma grande guerra, e que para vencê-la é necessária uma imensa crucifixão interior. O resultado é que o estado de espírito habitual do católico deve ser profundamente sério. Ora, para o católico deste século – de um modo especial para os que têm a nossa vocação – o drama consiste em sofrer o drama da Igreja, e com essa seriedade.

Quem teve o mérito de se sentir atraído por essa tristeza de mamãe, enlevado e iluminado, foi o João.

Nos últimos lampejos da vida, aurora de uma devoção

A crise de diabetes, com as provações enormes que ela acarretou para mim, deu oportunidade a que alguns conhecessem mamãe nos últimos lampejos de sua vida. Não teriam conhecido se não fosse isso, porque eu cortava o comparecimento de muitos à minha casa, para preservar-me. Eu pensei: “Não posso proibir esses rapazes de virem aqui, porque, até certo ponto, sou um bem deles e eles têm direito de dispor de mim. Não posso, no momento em que estou tão doente, dizer-lhes que não venham. É um direito dos filhos frequentarem a casa do pai, quando este está doente”. De maneira que as portas fechadas se franquearam exclusivamente nessa ocasião e houve uma aproximação que abriu ainda mais os olhos do João para mamãe e para o filho que ela trouxera ao mundo.

Eu tinha uma vaga ideia de que ela falava com todas as pessoas que me aguardavam no salão. Embora ela estivesse, no fim da vida, em condições de pouca lucidez, eu sabia que ela seria muitíssimo bem tratada e que, de outro lado, ela podia estar sozinha no quarto, que não faria nada que a desdourasse. Portanto, deixava correr o marfim…

Ora, eu estava de cama e não via a algazarra afetuosa feita em torno dela, não por parte dos membros mais antigos, mas pela “birichinada”2 vinda da Aureliano.

Eu não suspeitava que o entendimento entre mamãe e eles, capitaneados pelo nosso João, fosse tão grande e tivesse chegado àquele ponto. Com efeito, o João se deixou tocar muito por ela e começou a fazer uma ciranda, criando um certo ambiente em torno dela. Mamãe recebia os agrados com evidente comprazimento. Então eu, às vezes, a via entrar em meu quarto com fisionomia animada e contente, e me perguntava: “Curioso! Como ela está alegre… Por que será?” Eu não compreendia que ali estava sendo aberto o arco para a passagem de um caudal de graças enormes e de lutas que eu nunca poderia imaginar.

Fotos: Arquivo Revista

Fotos: Arquivo Revista
Acima, Sr. João Clá em 1967. À direita, Dona Lucilia um mês antes de seu falecimento

Mamãe morreu no fim da minha crise de diabetes, em 1968, e este convívio fechou-se. Foi só depois de ela falecer que percebi, ao conversar com os mais novos, a compreensão de mamãe de que eles eram capazes e até onde tinha ido o relacionamento com ela: tiraram fotografias, conversaram, perguntaram, etc.

Então dei graças a Nossa Senhora, vendo como os últimos dias dela foram cercados de carinho e deram início a um relacionamento que, depois de sua morte, pela ação do meu João Clá como um dos principais propulsionadores, haveria de continuar. Eu sabia que ele era dos mais entusiasmados. Mas só anos e anos depois vim a saber, per accidens,3 que ele era o entusiasmado. Foram imprevistos que eu celebro com muita veneração.

Começou assim a se tornar mais difundido no Grupo quem ela era, e a se ter uma certa devoção para com ela. E percebi que, mesmo anos após a sua morte, quando outros descreviam a devoção que tinham a ela, era como se a houvessem conhecido em vida. Menos intensa do que o João teve, mas era a mesma coisa, a mesma mensagem.

A melhor descrição de Dona Lucilia

Eu tenho internamente – não reduzida a palavras, mas como recordações – uma descrição de mamãe, que os quadros e fotografias naturalmente de algum modo relembram. Devo dizer que não acrescentam nada, que ela ainda ia muito além. Mas a melhor descrição que eu ouvi de mamãe foi uma feita pelo meu João, a qual ouvi atento, acompanhando palavra por palavra. A tônica foi o assunto das fotografias que ele tirou dela.

Isso se deu num momento em que eu não havia pedido a ele: “Descreva mamãe”, porque o poria na obrigação de montar um quadro. Ele não estava montando um quadro, mas me contou o encontro com ela na sala de jantar, pouco antes de fotografá-la, e englobou na recordação desse fato algumas impressões anteriores que ele havia tido sobre ela. Depois ele descreveu como ela mandou a empregada arranjá-la, a fim de preparar-se para a fotografia, e o que ela disse na hora da fotografia.

Eu prestei atenção para certificar-me se conferia bem exatamente com o que os meus olhos de filho tinham visto. Sempre na tendência a vigiar-me e – por que não dizer? – a vigiar inclusive o que poderiam ser os entusiasmos filiais meus a respeito dela.

Fotos: Arquivo Revista
Sr. João Clá mostrando a Dr. Plinio os quadros de Dona Lucilia que mandou fazer, em 5 de Fevereiro de 1994

Quer dizer, um não filho – que não é levado ao exagero pelo movimento temperamental e pela hereditariedade –, este, como a veria? E julguei a descrição dele muito bem-apanhada e que se caracterizava por um ponto sem o qual ela não estaria bem-feita: ele procurou reproduzir alguns ditos dela, quase palavra por palavra.

Eu percebia que no espírito dele – e tenho certeza de que ele não contestará – a impressão causada pela presença dela era muito maior do que pelas palavras. E, considerando as palavras, marcava muito mais a expressão, os gestos e o tom de voz do que o conteúdo literal, o qual se conformava com isso.

Por exemplo, ele falou muito a respeito da voz dela e ambos lamentamos nunca termos gravado algo… E, consciente ou inconscientemente, não sei bem, ele procurou, tanto quanto possível, imitar as inflexões de voz dela.

Por quê? Porque a inocência dela resplandecia, se deixava ver naquilo que ela dizia, na relação disto com os contextos dos fatos sobre os quais ela se pronunciava. Mas ela tinha, em relação a tudo, uma tomada de posição que se fazia ver no olhar, na postura da cabeça sobre o pescoço e os ombros, no movimento geral dos braços, no timbre de voz, no modo de ela participar dos assuntos, de entrar e sair deles; tudo tinha uma carga de alma muito maior e falava incomparavelmente mais do que o sentido literal das palavras!

Inúmeras vezes eu me sentava ao lado dela, acariciava e brincava com as mãos dela e, sentindo-as, pensava: “Eu morrerei sem ter compreendido que ninguém a tenha visto como eu, que ninguém tenha comentado, por exemplo, as mãos, o toque e a pele das mãos dela. Porque é preciso tê-las sentido para compreendê-las”.

Fotos: Arquivo Revista
Fotos: Arquivo Revista

Ora, as descrições que o João me fez dela correspondiam muito minuciosa e meticulosamente à impressão que ela me causava. Enquanto ele expunha, fiquei surpreso: “Será que existe uma pessoa no mundo capaz de fazer a ela esta justiça?”

Entranhado amor no papel de filho

O João tem um modo todo especial de falar dela e de pô-la em foco, em que mais se diria que ele coloca circunstâncias nas quais ela fala de si, do que ele dela. É obter que a voz dela se faça sentir, que o coração dela toque o nosso.

Nessa interpretação inteligente, sutil, profunda da personalidade dela e de tudo quanto esta representou, vejo não só a grande e esplêndida alma dela, mas o enorme afeto a ela do meu querido João Clá.

Há uma paráfrase de um verso de Dante que diz: “O amor me move e me faz falar”.4

Nesse entranhado, respeitoso e compreensivo amor, numa palavra só, nesse amor filial a ela, na recordação profunda de tudo quanto ele pôde recolher no convívio com ela – no rápido tempo em que este se passou –, em tudo quanto ele fez depois para aproximar dela tantos e tantos jovens, os filhos que ela teve quando já estava perto dos umbrais da morte; em tudo isso eu vejo bem o afeto do João Clá, a união dele com ela, o qual bem merece que se diga que representou junto a ela um papel de filho.

Como me alegro em consagrar isso, em dizê-lo categórica e firmemente: é um dos aspectos mais penetrantes e mais fecundos da grande ação que ele desenvolve no Grupo. Porque cada um tem sua missão, seu papel. E o do João é, em muito larga medida, esse.

Prolongamento da presença de Dona Lucilia

Vou fazer uma confidência. Durante minha convalescência por ocasião do desastre de automóvel, notei logo nos primeiros dias como as pessoas que cuidavam de mim me tratavam com uma dedicação, uma bondade, um afeto tais que me faziam lembrar uma palavra de D. Chautard: o verdadeiro abade deve ser tal em relação aos religiosos que adoecem, que o doente não sinta falta de sua mãe.5

Enquanto permanecia de cama com as sequelas do acidente, várias vezes pensei: “A presença de minha mãe para mim é insubstituível. Não a esquecerei nunca, nada poderá ser para mim o que foi o sorriso dela, a gravidade, a respeitabilidade, o afeto dela – por que não dizer? –, a segurança que eu tinha simplesmente por senti-la perto de mim. Entretanto, se é verdade que ela, como pessoa, é insubstituível, foi plenamente substituída, não pela ação pessoal, mas pelos cuidados, diligência, carinho dos que me rodeiam e velam para tomar as decisões necessárias ao bom andamento de minha saúde”.

Eles cuidavam de mim, suportavam os mil incômodos que todo doente – sobretudo no meu caso, limitado nos movimentos – necessariamente traz para os outros.

E aquela que partira fazia isto de curioso comigo: deixava-me numa aparente solidão, mas compunha um tecido de afetos em torno dela e de mim, com o qual eu nunca haveria de contar em minha vida. Ela formou ao meu redor aquilo que de melhor poderia constituir para ser, como que, uma luz lunar depois do esplêndido dia que havia sido a presença dela. Este longo, argênteo e querido luar, o qual eu espero que me acompanhe até os últimos dias de minha existência.

Deste modo, o desvelo dela foi recrutando lentamente, em torno de mim, quem haveria de trazer o odor da presença dela; aqueles que, assim reunidos, constituem a fragrância do perfume dela quando estava aqui na Terra, à testa dos quais reluz o meu querido João Clá, razão de tanta alegria para mim.

A melhor herança legada por Dona Lucilia

Havia no teatro grego antigo a expressão: “Bastão de minha velhice”. Meu João é um querido bastão… Um não, o querido bastão de minha velhice, a melhor herança que mamãe me deixou. É um legado que considero com carinho, por ela destinado nos últimos dias da vida e conquistado para esta epopeia que é a consolidação de um círculo de almas que se lembram dela, rezam a ela e a quem ela protege.

Fotos: Arquivo Revista
Dr. Plinio com o Sr. João Clá, durante uma cerimônia em 1980

Várias e várias vezes tenho considerado interiormente que a recompensa de mamãe à minha dedicação foi essa obra e esse bastão. Inclusive a intenção clara, protuberante, que o João tem de reparar o que eu sofro, lembra-me inteiramente minhas relações com mamãe, de tudo quanto eu fazia para construir em torno dela, na medida do possível, um palácio de delícias. Muitas vezes tenho pensado: “Aqui está a paga!” Visivelmente arranjada por ela, admirável e da qual eu só posso esperar tudo quanto há de bom.

Depois, foi pelo contato do “bastão de minha velhice” comigo, em consequência do desastre, que se consolidou algo dos vínculos entre o “bastão” e mim. Houve um florescimento interior nele, como a vara de São José: o “bastão” deu flores. Não era um bastão seco como aquela vara, mas deu flores, e daí veio toda uma reconquista.

Eu nunca falei tão seriamente sobre o assunto quanto agora, e tenho enorme alegria em poder dizê-lo. Alegria e múltiplas ações de graça e de afeto para com o “bastão” e os frutos dele. Naturalmente o “bastão” é a causa, imediata pelo menos, dos frutos.

Nessas condições, uma ou outra preocupação repercute como um peso pequeníssimo a carregar, em confronto com a literal imensidade de alegria. Pela primeira vez vejo-me em face desta forma de dificuldade: habituado a ser tratado com frieza, encontro-me diante da agradável e deleitosa necessidade de regular um pouquinho… ordina questo amore!6 É uma contingência deliciosa. Desde 1968 não estou acostumado a ser bem tratado, a não ser na “procedência” João Clá!

Glorificação de Dona Lucilia

Hoje os filhos preenchem nosso auditório, não só com a sua presença física pessoal, mas enchem de afeto e de respeito para com ela; é um auditório no qual vejo bem que até os reverendos sacerdotes que nos honram com a sua presença, ao se referirem a ela, têm por vezes uma atitude, um movimento de alma que é o de filhos. Como ela teria gostado de ter filhos padres! Quanto ela teria gostado de assistir à Consagração celebrada por filhos sacerdotes; quanto ela teria gostado de receber a Sagrada Comunhão das mãos deles e ver que depois outros, e outros, e outros filhos iriam se adensando em torno deles para receber os Sacramentos e continuar a vida da Igreja!

Tudo isso que ela não podia entrever nem sequer imaginar, do Céu ela está vendo. E estou certo de que é uma glorificação em relação à qual os Anjos cantam no Céu “Amém, amém, amém!”

Se através da distância enorme, incalculável, que separa o Céu da Terra é possível que se dirija um ao outro com diminutivo, eu, neste momento, não podendo ajoelhar-me digo, entretanto, com a alma genuflexa e de todo o meu coração: “Mãezinha, muito obrigado! Amém, amém, amém”.

Agradeçamos o fato de a Providência ter dado o João Clá a mamãe e a mim.

1) Brasilina (Zili) Barbosa Ferraz, irmã de Dona Lucilia.

2) Do italiano: birichino, criança travessa. Apelativo dado, na região de Turim, aos meninos de famílias modestas com os quais São João Bosco fazia apostolado.

3) Do latim: acidentalmente, por acaso.

4) ALIGHIERI, Dante. A Divina Comédia. O inferno, canto II, 72.

5) CHAUTARD, Jean Baptiste, O.C.R. A alma de todo o apostolado. São Paulo: FTD, 1962, p.21.

6) SÃO FRANCISCO DE ASSIS. Cântico XIX.

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