domingo, noviembre 24, 2024

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Revolução, filha do pecado

Acompanhemos Dr. Plinio em mais um trecho de sua obra “Revolução e Contra-Revolução”. No presente artigo ele nos mostra como subestimando a existência do pecado e eliminando das consciências a distinção entre bem e mal, a Revolução pretende negar a Redenção operada por Nosso Senhor Jesus Cristo.

Há alguma relação entre pecado e Revolução?

“Dentre os múltiplos aspectos da Revolução, é importante ressaltar que ela induz seus filhos a subestimarem ou negarem as noções de bem e mal, de pecado original e Redenção” (p. 86-87)

Por que a Revolução não quer que se fale de pecado?

“A Revolução é, como vimos, filha do pecado. Mas, se ela o reconhecesse, desmascarar-se-ia e se voltaria contra sua própria causa.

“Explica-se, assim, por que a Revolução tende, não só a passar sob silêncio a raiz de pecado da qual brotou, mas a negar a própria noção do pecado. Negação radical, que inclui tanto a culpa original quanto a ­atual” (p. 87).

De que modo essa negação do pecado se realiza?

Ela “se efetua principalmente:

— Por sistemas filosóficos ou jurídicos que negam a validade e a existência de qualquer Lei moral ou dão a esta os fundamentos vãos e ridículos do laicismo.

— Pelos mil processos de propaganda que criam nas multidões um estado de alma em que, sem se afirmar diretamente que a moral não existe, se faz abstração dela, e toda a veneração devida à virtude é tributada a ídolos como o ouro, o trabalho, a eficiência, o êxito, a segurança, a saúde, a beleza física, a força muscular, o gozo dos sentidos, etc.” (p. 87).

Qual a consequência de tudo isso?

“É a própria noção de pecado, a distinção mesma entre o bem e o mal, que a Revolução vai destruindo no homem contemporâneo. E, ipso facto, vai ela negando a Redenção de Nosso Senhor Jesus Cristo, que, sem o pecado, se torna incompreensível e perde qualquer relação lógica com a História e a vida” (p. 87-88).

Em sua etapa liberal, como a Revolução subestimou ou negou o pecado?

“Na fase liberal e individualista, ela ensinou que o homem é dotado de uma razão infalível, de uma vontade forte e de paixões sem desregramentos. Daí uma concepção da ordem humana, em que o indivíduo, reputado um ente perfeito, era tudo, e o Estado nada, ou quase nada, um mal necessário… provisoriamente necessário, talvez. Foi o período em que se pensava que a causa única de todos os erros e crimes era a ignorância. Abrir escolas era fechar prisões. O dogma básico destas ilusões foi a conceição imaculada do indivíduo” (p. 88).

“É a própria noção de pecado que a Revolução vai destruindo no homem contemporâneo. E, ipso facto, vai ela negando a Redenção de Nosso Senhor Jesus Cristo, que, sem o pecado, perde qualquer relação lógica com a História e a vida”

Diante do fracasso dessa concepção, que fez a Revolução?

“Em vez de reconhecer seu erro, ela o substituiu por outro. Foi a conceição imaculada das massas e do Estado. Os indivíduos são propensos ao egoísmo e podem errar. Mas as massas acertam sempre, e jamais se deixam levar pelas paixões. Seu impecável meio de expressão, o sufrágio universal, do qual decorrem os parlamentos impregnados de pensamento socialista, ou a vontade forte de um ditador carismático, que guia sempre as massas para a realização da vontade delas” (p. 89).

Em suma, em quem a Revolução confia?

“De qualquer maneira, depositando toda a sua confiança no indivíduo considerado isoladamente, nas massas, ou no Estado, é no homem que a Revolução confia. Auto-suficiente pela ciência e pela técnica, pode ele resolver todos os seus problemas, eliminar a dor, a pobreza, a ignorância, a insegurança, enfim tudo aquilo a que chamamos efeito do pecado original ou atual” (p. 89-90).

Em que consiste a utopia para a qual a Revolução nos vai conduzindo?

“Um mundo em cujo seio as pátrias unificadas numa República Universal não sejam senão denominações geográficas, um mundo sem desigualdades sociais nem econômicas, dirigido pela ciência e pela técnica, pela propaganda e pela psicologia, para realizar, sem o sobrenatural, a felicidade definitiva do homem: eis a utopia para a qual a Revolução nos vai encaminhado” (p. 90).

Nesse quadro, qual o papel da Redenção de Cristo?

“Nesse mundo, a Redenção de Nosso Senhor Jesus Cristo nada tem a fazer. Pois o homem terá superado o mal pela ciência e terá transformado a terra em um ‘céu’ tecnicamente delicioso. E pelo prolongamento indefinido da vida esperará vencer um dia a morte” (p. 90)1.

Com o presente artigo concluímos a publicação de trechos do livro “Revolução e Contra-Revolução”. Passaremos a publicar comentários feitos por Dr. Plinio aos temas desenvolvidos em seu livro.

1) Para todas as referências: “Revolução e Contra-Revolução”, Editora Retornarei, São Paulo, 5ª edição em português, 254 páginas.

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