Em setembro de 1939, num ato que significaria o começo da terrível Segunda Guerra Mundial, as tropas nazistas invadiram a Polônia.
Embora ainda não estivesse configurado o panorama da conflagração mundial, Dr. Plinio, chocado pela barbárie desse atentado, fez ouvir seu protesto, através de “O Legionário”.
“O Legionário” ama com igual afeto todos os povos do mundo, todos eles filhos de Deus. Entretanto, este amor ao próximo tem que ter como fonte e como medida o amor a Deus. Por isto, as nações católicas, unidas a nós pelo vínculo incomparavelmente vigoroso e doce da Fé, merecem de nós um afeto particularmente ardoroso.
Jornal católico, “O Legionário” se recusa obstinadamente a se envolver em conflitos meramente políticos e temporais, quer entre os povos, quer entre os partidos. Desde que os interesses da Igreja sejam afetados por tais conflitos, tomaremos atitude firme e desassombrada. Mesmo aí, entretanto, nossa atitude, única e exclusivamente inspirada em motivos religiosos, não se confundirá ou associará com interesses particularistas ou regionais.
Isso posto, não podemos deixar de deplorar profundamente que as garras do nazismo (coisa muitíssimo diversa da Alemanha) se estendam também sobre a Polônia. Já deploramos o alastramento do nazismo na Áustria e na Tchecoslováquia. É dentro da mesma ordem de idéias que lamentamos e protestamos vigorosamente com o que atualmente ocorre na Polônia.
Preocupamo-nos com uma coisa: a situação deplorabilíssima em que vão ficar os católicos poloneses. Contra esta situação, protestamos formal, expressa e categoricamente. E denunciamos o brutal bombardeio do Santuário de Nossa Senhora de Czestocowa, como um triste prelúdio da perseguição religiosa que grassará na Polônia. As bombas lançadas contra tal Santuário — a Aparecida da Polônia — não feriram apenas aquela cidade, mas os corações católicos do mundo inteiro. O comunismo e o nazismo nada têm de antagônico entre si. Uma só coisa lhes interessa: destruir a Igreja. Daí o gáudio de stalinistas e de hitleristas, indistintamente, vendo soçobrar a Polônia católica.
É esta a marcha normal da grande conjuração anticatólica que existe no mundo. Mas Deus escreve direito por linhas tortas. E no fim se verá que a despeito de todos os conluios e todos os maqueiavelismos, a vitória será da Igreja.
(Extraído de “O Legionário” de 10/9/1939)