São Pedro Crisólogo, que significa “palavra de ouro”, como São João Crisóstomo, “boca de ouro”, são cognomes com que a Igreja, até hoje, aclama a oratória desses grandes homens.
Assim como a Esposa de Cristo teve no passado grandes figuras: Bispos que fundaram ou organizaram cristandades, Padres e Doutores que depois consolidaram a sua doutrina, ela contou também, em várias épocas da História, com excelentes oradores que produziram obras-primas da arte de falar, reconhecidas como tais em todos os séculos e que no tempo deles representavam o píncaro da oratória. Eram eles herdeiros ainda da antiga oratória grega e romana, mas, com a incisão ardentíssima do espírito católico, produziram obras de um voo de conteúdo e de linguagem que os tornaram imortais.
Vemos, assim, como se distribuem na Igreja os vários carismas: no período em que ela está mais fraca, os dotes e carismas são, por assim dizer, mais fortes e se tornam depois monumentos para todos os séculos.
Devemos nos perguntar se esses dons concedidos quando a Igreja era como que ainda nascente teriam desaparecido para sempre. A meu ver, pelo contrário, os carismas se vão multiplicando de acordo com as épocas e suas necessidades.
Podemos esperar para os tempos vindouros uma grande ressurreição de todos esses valores para atender à fundação do Reino de Maria, que deverá surgir após a queda da civilização contemporânea, como está prometido em Fátima quando Nossa Senhora anuncia todos os castigos e faz esta afirmação solene: “Por fim o meu Imaculado Coração triunfará!”
(Extraído de conferência de 11/12/1968)