Dr. Plinio, em março de 1968, poucos meses após compor a sua mais bela prece

Maio de 1967. Segundo seu costume, Dr. Plinio, após fazer sua última conferência do dia e atender a algumas consultas, saiu para fazer uma refeição ligeira no Giordanno, um dos poucos restaurantes que funcionavam na noite paulistana. Invariavelmente ele pedia pizza.

Era uma época em que Dr. Plinio estava aprofundando suas reflexões e observações a respeito de um tema que só considerará explicitado satisfatoriamente alguns anos depois: a inocência “primaveril” da criança, tornada ainda mais preciosa pelas graças do Batismo.

Naquele noite, muitos o haviam acompanhado, formando uma roda grande de conversa. Entre um prato e outro, Dr. Plinio passou a discorrer sobre o tesouro que é a inocência. “Infelizmente”, dizia ele, “com exceção de Nossa Senhora, e talvez de São José, ninguém pode ter certeza de que pelo menos um pouquinho dessa graça primeiríssima, não se tenha perdido ao longo do caminho”. E exortava os circunstantes a rezarem, pedindo a restauração dessa inocência. Tocado pela graça, um dos que o ouviam pediu-lhe que compusesse uma oração neste sentido. “Vou ditá-la a vocês” — respondeu Dr. Plinio, sem hesitar. E começou: “Há momentos, minha Mãe, em que minha alma se sente, no que tem de mais fundo, tocada por uma saudade indizível…”

As palavras foram brotando do coração de Dr. Plinio num só jorro, demonstrando o quanto já meditara sobre o assunto.

Nascia a mais bela prece que ele nos deixou, com termos cogentes, que calam no fundo da alma, constituindo uma verdadeira oração de contemplação. Alerta-nos para a importância capital da recuperação da inocência, e nos faz um premente convite para a implorarmos a Nossa Senhora.

Sendo agora Dr. Plinio nosso intercessor junto à Rainha dos Céus, peçamos-lhe que apresente a Maria esta súplica que ele mesmo nos ensinou: “Lembrai-Vos, Senhora, deste David e de toda a doçura que nele púnheis. Assim seja”.