“Deus ajuntou todas as águas e denominou-as mar; reuniu todas as suas graças e chamou-as Maria”. Vemos assim definidas pela fervorosa pena de São Luís Grignion de Montfort duas grandezas das que mais atraíram o amor de Dr. Plinio. Incomensuravelmente mais, entre os eternos esplendores do Céu, Nossa Senhora. Na terra, no meio das belezas da criação que nos falam de Deus, o mar. A primeira, o canal puríssimo, repleto das dádivas divinas que dele transbordam para os homens. O segundo, maravilha vasta e misteriosa, que remete nossas cogitações para a infinita magnitude do Criador.
Tanto na Santíssima Virgem quanto no mar, Dr. Plinio via a realização de um princípio de perfeição metafísico, o da unidade na variedade: “Aquilo que é uno, mas depois se abre numa grande variedade, é muito bonito. Como é igualmente bonito o vário que se reúne numa grande unidade. O princípio da unidade na variedade e da variedade na unidade é a regra de toda a beleza” — explicava ele.
Em Nossa Senhora, Dr. Plinio admirava a vocação excelsa e única de Mãe de Deus, que realiza em si a síntese perfeita de todas as almas santas em todos os tempos, e com uma personalidade própria de tal envergadura que não há o que se lhe possa comparar na criação. Já no mar, encantava-o observar seus diversos movimentos, seus “humores”, seus diferentes aspectos conforme as praias que banha — rude no Pacífico, suave no litoral brasileiro…
Atingindo nossa revista, neste mês de maio, sua 50ª edição, pareceu-nos oportuno festejar este modesto, mas quão significativo marco, com a transcrição de algumas considerações de Dr. Plinio a respeito de Nossa Senhora e do mar.
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Após tantos números de Dr. Plinio publicados (são mais de 1700 páginas), a matéria está longe de se esgotar. Pelo contrário, ainda nos encontramos na orla de um verdadeiro oceano de piedade marial, sabedoria, argutas observações da realidade, reflexões sobre teologia, história, filosofia e sociologia, advertências, conselhos, etc., que compõem a obra deixada pelo grande líder e pensador católico. Obra que de nenhum modo visa à mera erudição ou à divagação intelectual, mas feita com o coração, tendo como finalidade a glória de Deus e de sua Santa Mãe, o esplendor da Igreja Católica e a salvação das almas.
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Este é o momento propício para um esclarecimento. Por vezes, algumas pessoas nos escrevem ou telefonam indagando se é da autoria de Dr. Plinio toda a matéria publicada nesta revista.
Sim, é toda dele, apenas com as seguintes exceções: a seção Dona Lucilia, que vem estampando trechos da obra de João S. Clá Dias, Dona Lucilia (álbum em três volumes, publicado em 1996); os editoriais e a seção Datas da vida de um cruzado.
Os temas da autoria de Dr. Plinio são hauridos em diferentes fontes tais como artigos para jornais e revistas, manuscritos inéditos, conferências, palestras, discursos, aulas, reuniões de estudo ou de trabalho, conversas, etc.
Percorramos uma vez mais, caro leitor, algumas substanciosas e sapienciais páginas do inapreciável acervo “pliniano”.