A hagiografia e iconografia católicas nos apresenta Santo Antônio de Pádua como um varão de extrema placidez e de uma ordenação de alma que se reflete, até mesmo, nas harmoniosas dobras de seu hábito franciscano. A invariável compostura da veste é uma espécie de sismógrafo da ordenação de sua mente extraordinária.
Rosto quase imberbe, nariz de um adunco muito bonito, com algo de ave de rapina. No arcado das sobrancelhas, uma delicadeza, uma precisão e uma força que se encontram expressas, sobretudo, no olhar. São olhos de quem já passou por todos os desencantos, de quem conhece o pecado original e seus efeitos, assim como a Satanás, suas pompas e suas obras. Tudo está analisado com raro discernimento. Na ponta dos lábios delgados, tem ele prontas as respostas que fizeram dele o magnífico defensor da fé contra as heresias.
Em toda a sua pessoa resplandece a pureza, a castidade e a serenidade do santo que tanto realizou a favor da glória de Deus.