“Eu sustento — com a doutrina mantida e ensinada pelo Santo Padre Leão XIII, na Parvenu à la vingt cinquième-année¹ e na encíclica Immortale Dei — que o mundo ocidental se encontra numa grande Revolução, com ‘R’ maiúsculo, a qual começou no século XVI e vem se prolongando até os nossos dias. Uma Revolução crescente, que atinge esferas da vida cada vez maiores, e que visa chegar até a Revolução total. Eu lhes recomendaria que não saíssem de São Paulo, sem adquirir a encíclica…”
Era Dr. Plinio quem assim falava numa “Semana de Estudos de Catolicismo”. A primeira delas realizou-se em janeiro de 1953. Lamentavelmente não chegou até nós a transcrição das gravações feitas nessa ocasião. O trecho acima é de 20 de janeiro de 1954.
Essas semanas de estudos, desde a primeira vez, consistiram em conferências, palestras e círculos de estudo. A sessão inaugural e a de encerramento ficavam a cargo de Dr. Plinio. Como em 1954, em 1953 ele iniciava chamando a atenção para a grave crise do mundo ocidental e para a grande Revolução — com o “R” maiúsculo, como ele gostava de dizer — responsável por tal crise.
Com a realização desses congressos, visava ele expandir seu apostolado para além dos limites de São Paulo, onde até então se concentrara. Era um líder católico célebre em todo o Brasil, conhecido por sua inabalável posição “pró-romana”, especialmente entre as Congregações Marianas. Assim, poderia estabelecer núcleos de congregados fervorosos, bem-formados em matéria doutrinária, conscientes das dificuldades enfrentadas pela Igreja Católica, com os olhos postos no Papa, e prontos a contribuir abnegada e desinteressadamente para a defesa dos interesses dela.
Mais do que isso, desejava ele constituir focos abrasados de difusão das práticas de piedade marial propostas por São Luís Maria Grignion de Montfort, certo de que nisso estava a chave para o reflorescimento da fé no Brasil e depois no mundo.
1 “Chegado ao 25º ano”. Trata-se da Carta Apostólica Annum ingressi.
