Dr. Plinio durante um discurso

Há 40 anos Dr. Plinio inaugurava em São Paulo aquela que seria uma das mais importantes sedes de apostolado de seu movimento, na qual se formariam incontáveis jovens desejosos de segui-lo na sua gesta a serviço de Nosso Senhor Jesus Cristo e da Santa Igreja.

Situada no bairro paulistano da Saúde, a casa se encheu naquele dia de julho com discípulos e filhos espirituais de Dr. Plinio, para ouvirem dele palavras de incentivo na vocação e de esperança no triunfo do Imaculado Coração de Maria:

“Cada um dos senhores aqui presentes deve considerar que não foi trazido por uma iniciativa própria. Nosso Senhor fez uma afirmação aos Apóstolos que, quando a li no meu tempo de moço, causou-me grande surpresa. A afirmação é esta: “Não fostes vós que me escolhestes; fui Eu que vos escolhi”. Quer dizer, o chamado partiu d’Ele. Até então eu achava que tinha nascido e conhecido várias coisas, entre outras Nosso Senhor; e ao conhecê-lo, pensei: ‘O melhor está aqui, por que não hei de O seguir?’. E julgava mesmo que tal atitude representava um ato de fidelidade, vontade, energia e retidão. Daí, ao saber ter sido Ele que me escolheu, o meu espanto: ‘Mas, lembro-me do momento em que O escolhi; como pode ser que Ele me escolheu?!’

“Na verdade, quando deitei os olhos n’Ele, Nosso Senhor já me concedera a graça de fazê-lo; antes de O ter desejado, tinha-me dado a graça de querê-Lo. E quando O encontrei, foi Ele que me pôs no seu caminho. Assim, a rogos de Maria, tudo me veio da parte d’Ele: eu fui o chamado, o escolhido, aquele que aceitou, correspondeu, porém não o que teve a iniciativa.

“Ora, isto se repetiu com todos. Se analisarmos a história de como se aproximaram do nosso movimento, as hesitações e vacilações do início da vocação, por vezes as infidelidades, e depois a adesão que se consolidou e os passos avante — compreendemos esta realidade: somos um dom de Nosso Senhor, alcançado por meio de Maria Santíssima, porque Ele escolheu a cada um. Houve a obra sobrenatural da graça que os trouxe e os reuniu aqui. Se esta ação sobrenatural cessasse, nos dispersaríamos imediatamente, de modo mais rápido e violento do que a dispersão da Torre de Babel. (…)

“Estamos numa época em que a civilização se coloca frente à decisão de ser a favor ou contra Nossa Senhora. Entre o reinado da Mãe de Deus e o reinado do demônio teremos de travar uma grande batalha. Mas, ao longo dessa luta devemos ter nossas almas voltadas para a esperança da vitória do Reino de Maria. E carregando essa esperança no coração, devemos levar o desejo de muita firmeza e muita perseverança nas vicissitudes desse combate, sobretudo nos eventuais reveses. Ou o soldado está inteiramente resolvido ao confronto sem tréguas, no qual empenha toda a sua capacidade de iniciativa e de sofrimento, ou não é digno da vitória que almeja.

“E então, que lhes auguro eu?

“Auguro aqui muitas lutas, coragem nos reveses que tenham, um amor imenso e um entusiasmo sem fim pelo Reinado de Maria, que está além de todas essas dificuldades. Que Nossa Senhora os ajude, abençoe e favoreça de todos os modos. Amém.”