Há 70 anos, por ocasião da Exposição Mundial de Imprensa Católica, Dr. Plinio assinalava nas páginas do “Legionário” a necessidade de um jornalismo católico firme e ardorosamente baseado na devoção ao Sucessor de Pedro. Necessidade esta que ele próprio procurava atender, como zeloso diretor daquele semanário, órgão de notável influência no catolicismo brasileiro. Acompanhemos, pois, algumas passagens desse importante artigo:
“Seria preciso desconhecer estranhamente a personalidade gigantesca de Pio XI para se iludir sobre o proveito que Sua Santidade tirará, na ordem prática das coisas, da Exposição Mundial de Imprensa Católica, a realizar-se brevemente no Vaticano, sob os auspícios da Santa Sé.
“Três vantagens principais decorrerão da Exposição. A primeira é um estímulo vigoroso à causa do jornalismo católico. Diante de todo o mundo católico, o Santo Padre manifesta seu vibrante interesse pelo desenvolvimento da imprensa católica, tomando pessoalmente a iniciativa do grande certame. E prova, assim, ‘coram populo’, a importância da questão da imprensa para a ação católica. A segunda consiste em reforçar os laços de afeto e respeito que vinculam ao Trono de São Pedro os jornalistas católicos do mundo inteiro.
“O valor de um católico se aquilata pelo seu entusiasmo pelo Papa. A devoção ao Pontífice Romano é o selo e a cúpula de toda a formação religiosa. E essa devoção deve ser particularmente veemente no jornalista católico, que, como soldado da Igreja, deve ser um modelo de obediência e amor ao seu Pastor Supremo. A terceira vantagem consiste em mostrar tudo o que os católicos têm feito… e tudo o que eles não têm feito, pela imprensa católica. Realmente, a par de grandes provas de capacidade realizadora em matéria de imprensa católica, haverá mais de um ‘stand’ que atestará mesmo em países de maioria absolutamente católica um atraso lamentável. E isso dará certamente ao Santo Padre a oportunidade para louvar ou não louvar o que se tiver feito ou o que se tiver deixado de fazer… (…)
“A recente entrevista que ao ‘Legionário’, concedeu S. Exa. Revma. o Sr. Arcebispo Metropolitano, na visita que lhe fizemos, nos permite, a nós, colaboradores, redatores e leitores do ‘Legionário’ estar com a consciência tranqüila. Realmente, dentro da contingência de nossas forças, temos feito o possível neste terreno, entrando cada qual com a contribuição intelectual ou pecuniária que pode prestar. O ‘Legionário’ tem procurado vencer uma das dificuldades preliminares mais importantes, para a solução da questão da imprensa católica. (…)
Como pensar em fazer imediatamente um jornal [quotidiano] católico? Antes de fazer o jornal, não será necessário fazer os jornalistas? Antes de construir uma casa, não é indispensável que exista uma olaria que fabrique os tijolos necessários para a construção? O ‘Legionário’ pretende ser essa olaria.”