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“Sim!” – e o Verbo se fez carne…

Em Maria e por Maria é que o Filho de Deus se fez homem para nossa salvação; desceu ao seu seio virginal, qual novo Adão no paraíso terrestre, para aí ter suas complacências; Deus feito homem, encontrou sua liberdade em se ver aprisionado no claustro da Virgem Mãe — afirma o grande São Luís Grignion de Montfort, estabelecendo os princípios de sua luminosa doutrina sobre escravidão de amor a Nossa Senhora.

De toda a alma aderiu Dr. Plinio a essa devoção mariana proposta pelo Santo, tornando-se um amoroso servo de Maria Santíssima. Seguia, assim, o divino exemplo de Jesus, Quem primeiro se submeteu inteiramente a Ela, durante os nove meses que passou no imaculado claustro materno.

Por ser o marco inicial dessa admirável dependência, a festa da Anunciação era particularmente cara a Dr. Plinio, sugerindo-lhe tocantes reflexões as quais ele se comprazia em comunicar a seus discípulos. Ouçamo-lo:

“Encarnando-se no seio de Maria, no momento da Anunciação, Jesus se deu a Ela com um tal amanhecer de alma, com um espírito tão repleto de louçania, que não se tem palavras para descrever a felicidade que nesse dia inundou a pessoa de Nossa Senhora! A geração da humanidade santíssima do Filho de Deus houve de ter sido a maravilha das gerações!

“Conforme ensina São Luís Grignion, Jesus, considerado o novo Adão, veio ao mundo para reparar o pecado cometido pelo primeiro homem. Ora, assim como este, enquanto permaneceu inocente, viveu em meio aos esplendores do Éden terrestre, também Nosso Senhor teve seu Paraíso — incomparavelmente melhor e mais precioso do que aquele — no ventre virginal de sua Mãe. Durante nove meses, esteve Ele encerrado como num tabernáculo perfeitíssimo, onde encontrava alegrias, belezas e delícias que excedem a qualquer concepção de nosso pobre intelecto. Além disso, numa inefável união de espíritos, o Filho ia revelando à Mãe, a respeito de si próprio, todas as magnificências que fossem cabíveis a uma criatura entender.

“Nesse indizível convívio, Jesus elevava a alma de Maria a um maravilhoso grau de formosura, tornando-a mais bela e luminosa do que todo o resto do universo. Insondável intercâmbio de afetos, carinhos e atos de amor que teve início no instante do ‘fiat’ bendito.

“No dia da Anunciação, com o ‘Sim!’ pronunciado pela Virgem de Nazaré, o Verbo se fez carne e habitou entre nós.

“No dia da Anunciação, a Palavra de Deus raiou para o mundo, aureolada de pro­mes­sas superlativas, de certeza das esperanças finalmente atendidas: nada menos que o resgate do gênero humano.”

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