Dr. Plinio — na foto, em 1965 — foi ele próprio renomado escritor, orador e catedrático, inteiramente dedicado à Contra-Revolução

A fim de alcançar pleno êxito no seu combate à Revolução, afirma Dr. Plinio, o católico deve unir a eficácia dos meios técnicos de difusão a uma atenção posta em temas mais altos e gerais, evitando a visão circunscrita de sua luta, pois isto significaria mutilar a causa que deseja servir.

O contra-revolucionário deve procurar utilizar os grandes meios de comunicação social?

“Em princípio, é claro, a ação contra-revolucionária merece ter à sua disposição os melhores meios de televisão, rádio, imprensa de grande porte, propaganda racional, eficiente e brilhante” (p.112).

Procurar sempre os grandes meios de ação

Mas, geralmente, esses meios não pertencem a revolucionários?

“O verdadeiro contra-revolucionário deve tender sempre à utilização de tais meios, vencendo o estado de espírito derrotista de alguns de seus companheiros que, de antemão, abandonam a esperança de dispor deles porque os vêem quase sempre na posse dos filhos das trevas.

“Entretanto, devemos reconhecer que, in concreto, a ação contra-revolucionária terá de se realizar muitas vezes sem esses recursos” (p. 112).

Mesmo com meios modestos a Contra-Revolução poderá alcançar resultados muito apreciáveis; a serviço dela, o jornal, o livro, a tribuna e a cátedra serão igualmente eficientes

A eficácia dos recursos mais modestos

Qual a eficácia dos pequenos meios de ação?

“Ainda assim, e com meios dos mais modestos, poderá ele alcançar resultados muito apreciáveis, se tais meios forem utilizados com retidão de espírito e inteligência. Como vimos, é concebível uma ação contra-revolucionária reduzida à mera atuação individual. Mas não se pode concebê-la sem esta última. A qual, por sua vez, desde que bem feita, abre as portas para todos os progressos.

“Os pequenos jornais de inspiração contra-revolucionária, quando de bom nível, têm uma eficácia surpreendente, principalmente para a tarefa primordial de fazer com que os contra-revolucionários se conheçam.

“Tão ou mais eficientes podem ser o livro, a tribuna e a cátedra, a serviço da Contra-Revolução” (p. 112-113).

Obstáculos a serem evitados

Entre os contra-revolucionários, que defeitos geralmente existem?

“Os escolhos a evitar entre os contra-revolucionários estão, muitas vezes, em certos maus hábitos de agentes da Contra-Revolução. Nas reuniões ou nos impressos contra-revolucionários a temática deve ser cuidadosamente selecionada. A Contra-Revolução deve mostrar sempre um aspecto ideológico, mesmo quando trata de questões muito pormenorizadas e contingentes. Revolver, por exemplo, os problemas político-partidários da História recente ou da atualidade pode ser útil. Mas dar excessivo realce a questiúnculas pessoais, fazer da luta com adversários locais o principal da ação contra-revolucionária, apresentar a Contra-Revolução como se fosse uma simples nostalgia (não negamos, aliás, é claro, a legitimidade dessa nostalgia) ou um mero dever de fidelidade pessoal, por mais santo e justo que este seja, é apresentar o particular como sendo o geral, a parte como sendo o todo, é mutilar a causa que se quer servir” (pp. 113-114).

1) Para todas as citações: Revolução e Contra-Revolução, Editora Retornarei, São Paulo, 2002, 5ª edição em português.