Santuário de Nossa Senhora de Covadonga – Astúrias, Espanha

Oposta ao conceito de “moderno” propugnado por seus adversários, a Contra-Revolução não deve se deixar influenciar nem esmorecer pelos epítetos falaciosos que aqueles disseminam para denegri-la. Análise de Dr. Plinio.

Além de certos maus hábitos existentes entre os contra-revolucionários, quais são outros obstáculos à Contra-Revolução?

“Outras vezes estes obstáculos estão em slogans revolucionários aceitos, não de raro, como dogmas até nos melhores ambientes” (p. 114).

“Estéril por ser anacrônica”

Qual o mais nocivo desses “slogans”?

“O mais insistente e nocivo desses slogans consiste em afirmar que em nossa época a Contra-Revolução não pode medrar porque é contrária ao espírito dos tempos. A História, diz-se, não volta atrás” (p. 114-115).

Como refutá-lo?

“A Religião Católica, segundo esse singular princípio, não existiria. Pois não se pode negar que o Evangelho era radicalmente contrário ao meio em que Nosso Senhor Jesus Cristo e os Apóstolos o pregaram. E a Espanha católica, germano-romana, também não existiria. Pois nada se parece mais com uma ressurreição, e portanto, de algum modo, com uma volta ao passado, do que a plena reconstituição da grandeza cristã da Espanha, ao cabo dos oito séculos que vão de Covadonga até a queda de Granada” (p.115).

Cite um exemplo ocorrido na própria era revolucionária.

“A Renascença, tão cara aos revolucionários, foi, ela mesma, sob vários aspectos pelo menos, a volta a um naturalismo cultural e artístico fossilizado havia mais de mil anos.

A reconstituição da grandeza cristã da Espanha, ao cabo de oito séculos, é um frisante desmentido do singular princípio segundo o qual a História nunca volta atrás

“A História comporta vais e vens, portanto, quer nas vias do bem, quer nas do mal” (p. 115).

Ressuscitar velharias do mundo pagão

O que pensar da expressão “espírito dos tempos”?

“Quando se vê que a Revolução considera algo como coerente com o espírito dos tempos, é preciso circunspeção. Pois não raras vezes se trata de alguma velharia dos tempos pagãos, que ela quer restaurar.

“O que tem de novo, por exemplo, o divórcio ou o nudismo, a tirania ou a demagogia, tão generalizados no mundo antigo?

“Por que será moderno o divorcista e anacrônico o defensor da indissolubilidade?” (p. 115).

Livre curso ao orgulho e à sede de prazer

Para a Revolução, o que significa “moderno”?

“O conceito de “moderno” para a Revolução se cifra no seguinte: é tudo quanto dê livre curso ao orgulho e ao igualitarismo, bem como à sede de prazeres e ao liberalismo” (p. 116)1.

1) Para todas as citações: Revolução e Contra-Revolução, Editora Retornarei, São Paulo, 2002, 5ª edição em português.