Em 31 de julho a Igreja celebra a memória de Santo Inácio de Loyola, fundador da Companhia de Jesus. Dr. Plinio, educado no Colégio São Luís, dos padres jesuítas, em São Paulo, nutria fervorosa devoção àquele grande herói da fé. Tal veneração ele a procurava compartilhar com seus seguidores, fazendo-lhes admirar as luminosas facetas da alma de Santo Inácio, bem como a colher os melhores frutos dos ensinamentos que este nos deixou.

Certa feita, por ocasião de uma de suas exposições dirigidas aos seus jovens discípulos, Dr. Plinio assim desenvolveu uma afirmação inaciana:

Por mais iluminados que sejamos, jamais devemos julgar as coisas divinas com vistas humanas, diz Santo Inácio de Loyola. Além das coisas sobrenaturais, há alguns aspectos da natureza que têm ligação com as coisas religiosas, com as verdades reveladas e com a moral. Estes devem ser consideradas à luz da Fé e da doutrina católica. Não podem ser vistos com olhos meramente terrenos.

“Santo Inácio nos faz compreender, portanto, que por mais inteligente que seja um homem, desde que a Revelação contenha algum dado a respeito de algum assunto, esse homem deve dobrar sua inteligência e conformar sua opinião com o que foi revelado e ensinado pela Igreja. Ele não pode ter idéias próprias e contrárias àquilo que Deus nos desvendou. Nossa inteligência é limitada, falível, só Deus é a verdade subsistente. E se o Altíssimo ensinou algo, devemos flectir nossa vontade e aceitar o que d’Ele nos veio.

“Por isso mesmo, seguindo o conselho de Santo Inácio, procuramos sempre moldar nossas explicitações e obras aos superiores ditames da Igreja. Nada se achará em nosso movimento, seja um livro ou uma exposição verbal, que não seja inspirado na doutrina da Igreja Católica Apostólica Romana. Da Esposa Mística de Cristo não queremos ser senão o que de nós disse o Cardeal-Prefeito da Sagrada Congregação dos Seminários e Universidades: ‘ecos fidelíssimos’.

“O eco não é o sino; ele repete e repercute o timbre do bronze. Somos apenas o eco, os repetidores daquele som que partiu do sino sagrado, que é o magistério da Igreja Católica. Importa ter sempre em vista essa verdade. Portanto, a vida de um autêntico membro de nosso movimento, como a de qualquer católico genuíno, consiste num embevecimento e num ato de obediência contínuos, confiantes e entusiasmados em relação à Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo”.

(Extraído de conferência em 31/7/1971)