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Medianeira da Luz

Mês especialmente caro aos devotos de Maria Santíssima, setembro refulge com as comemorações da Natividade de Nossa Senhora e com a festa do seu santíssimo nome. Para Dr. Plinio, o advento d’Aquela que estava predestinada a ser a Mãe do Salvador, “conferiu particular nobreza ao gênero humano, e surgiu neste mundo como a suave e amena luminosidade da lua. Há, sem dúvida, imensa beleza no despontar do astro-rei. Contudo, em certas ocasiões, o aparecimento da lua tem também seu encanto, sua poesia e sua grandeza. Assim a vinda de Nossa Senhora foi, para toda a humanidade, como um magnífico nascer da lua”.

Lua que brilha da luz do Sol da Justiça, Cristo Senhor nosso, e que se compraz em espargi-la sobre a face da Terra, isto é, em distribuir para os homens a superabundância de graças que seu divino Filho depositou nas suas mãos maternais. Ouçamos novamente Dr. Plinio, comentando uma coletânea de textos (em itálico) acerca do papel de Nossa Senhora nos primórdios da Santa Igreja:

Maria foi o oráculo vivo que São Pedro consultou nas suas principais dificuldades. A estrela para a qual São Paulo não cessou de olhar, para se dirigir em suas numerosas e perigosas navegações.

“Temos, então, esse belo panorama: a Igreja nascente — com todos os lances maravilhosos da história do cristianismo nos seus passos iniciais — inspirada e dirigida por Nossa Senhora. Sem dúvida, São Pedro era o Papa e detinha o poder sobre a Igreja, que lhe fora conferido por Jesus. Contudo, não deixa de ser igualmente verdade que o Príncipe dos Apóstolos se submetia às disposições de Maria, atendendo-as com devoção e reconhecimento. Por sua vez, São Paulo sempre recorria a Ela, a fim de ser bem orientado nas suas navegações, isto é, no seu apostolado com os gentios.

É então que Ela preencheu a significação de seu nome simbólico. Pois, diz São Boaventura, o nome de Maria pode traduzir-se por essas palavras: Maria é a criatura iluminada por cima e que espalha, por todas as direções, a luz que lhe vem do alto. Ela é, verdadeiramente, a medianeira da luz. Toda a sabedoria e toda a luz nos vêm, para todos os homens, através d’Ela.

“Eis, portanto, uma linda interpretação do nome de Nossa Senhora, como sede da sabedoria, como foco da ortodoxia e da boa doutrina. Quem deseja progredir na virtude da sabedoria, deve recorrer a Ela que é, por definição, pelo próprio conteúdo de seu nome, essa fonte de luz celeste que se espalha para a humanidade inteira.

Se os evangelistas querem recolher os principais fatos da vida de Jesus e seus ensinamentos mais importantes, para transmiti-los nos seus escritos autênticos, eles recorreram a Maria. Foi a Ela que pediram os esclarecimentos necessários sobre a Encarnação, a infância e a juventude do Homem-Deus, assim como sobre o modo perfeito de exprimir os dogmas que Ele trouxe do Céu. Pois, disse o Cardeal Hugo, Ela fez de seu coração o tesouro das palavras e das ações de seu Filho, a fim de os comunicar em seguida aos escritores sagrados.

“Temos, novamente, a figura de Nossa Senhora como o vaso de eleição que recolheu todos os ensinamentos e atitudes de Jesus, para distribuí-los aos Apóstolos, à Igreja nascente e à Igreja de todos os tempos. Foi Ela, não só a informante, mas a inspiradora da mentalidade com que os evangelistas escreveram seus livros sagrados; Ela esteve ao lado de São Pedro, São Paulo, São João Evangelista, deste e daquele, contando-lhes, explicando-lhes, ajudando-os a interpretar as palavras e os atos de Nosso Senhor Jesus Cristo. Ela era uma fonte de aroma divino perfumando a Igreja inteira.

“Tal é o esplendor da alma santíssima de Nossa Senhora, apenas vislumbrado por nós e que nos deve levar a amá-La e imitá-La, cada dia mais e mais.” (Extraído de conferências em 7/9/1965 e 11/7/1967)

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