Nos tópicos aqui selecionados, Dr. Plinio nos explica como, na impossibilidade de instaurar seu domínio imediato e de mostrar seu hediondo rosto por inteiro, a Revolução se vê obrigada a utilizar diversos estratagemas, um dos quais é a guerra psicológica, impalpável, que atua de modo insidioso na mentalidade do homem.
Que é o comunismo?
É uma “seita filosófica que deduz de seus princípios uma peculiar concepção do homem, da sociedade, do Estado, da História, da cultura, etc. Exatamente como a Igreja deduz da Revelação e da Lei Moral todos os princípios da civilização e da cultura católica. Entre o comunismo, seita que contém em si a plenitude da Revolução, e a Igreja, não há, pois, conciliação possível” (p. 139-140).
Rancor dissimulado
Qual a grande esperança atual do comunismo?
“A guerra revolucionária psicológica.
“Embora nascido necessariamente do ódio, e voltado por sua própria lógica interna para o uso da violência exercida por meio de guerras, revoluções e atentados, o comunismo internacional se viu compelido por grandes modificações em profundidade da opinião pública, a dissimular seu rancor, bem como a fingir ter desistido das guerras e das revoluções”.
Porém, o comunismo “não extingue a violência, mas a transfere do campo de operação do físico e palpável, para o das atuações psicológicas impalpáveis” (p. 172- 173).
Guerra psicológica, mas total
Qual o principal objetivo da guerra psicológica revolucionária?
“Alcançar no interior das almas, por etapas e invisivelmente, a vitória que certas circunstâncias lhe estavam impedindo de conquistar de modo drástico e visível, segundo os métodos clássicos” (p. 173).
Tal guerra realiza tão-somente operações esparsas?
“Bem entendido, não se trata aqui de efetuar, no campo do espírito, algumas operações esparsas e esporádicas. Trata-se, pelo contrário, de uma verdadeira guerra de conquista — psicológica, sim, mas total — visando o homem todo, e todos os homens em todos os países” (p. 173).
Mal que visa todas as potências e fibras da alma humana
Poderia nos explicar melhor esse objetivo?
“A guerra psicológica visa a psique toda do homem, isto é, ‘trabalha-o’ nas várias potências de sua alma, e em todas as fibras de sua mentalidade.
“Ela visa todos os homens, isto é, tanto partidários ou simpatizantes da III Revolução, quanto neutros ou até adversários” (p. 173).
De que meios ela se utiliza?
“Ela lança mão de todos os meios, a cada passo é-lhe necessário dispor de um fator específico para levar insensivelmente cada grupo social e até cada homem a se aproximar do comunismo, por pouco que seja. E isto em qualquer terreno: nas convicções religiosas, políticas, sociais e econômicas, nas impostações culturais, nas preferências artísticas, nos modos de ser e de agir em família, na profissão, na sociedade” (p. 173-174)1.
1) Para todas as referências: Revolução e Contra-Revolução, Editora Retornarei, São Paulo, 5ª edição em português, 254 páginas.