No fim dos anos 60, surge um novo aspecto da IV Revolução: a revolução cultural, já prevista e definida por Dr. Plinio na primeira edição de “Revolução e Contra-Revolução”, em 1959.
1 – Que é a “revolução cultural”?
É aquela que atua “na vida cotidiana, nos costumes, nas mentalidades, nos modos de ser, de sentir e de viver” (p. 217).
2 – De que modo ela surgiu?
“Como uma modalidade de guerra psicológica revolucionária, a partir da rebelião estudantil da Sorbonne, em maio de 1968, numerosos autores socialistas e marxistas em geral passaram a reconhecer a necessidade de uma forma de revolução prévia às transformações políticas e sócio-econômicas. (…) É a chamada ‘revolução cultural’” (p. 217).
3 – Qual seu principal objetivo?
“Consideram eles que esta revolução, preponderantemente psicológica e tendencial, é uma etapa indispensável para se chegar à mudança de mentalidade que tornaria possível a implantação da utopia igualitária, pois, sem tal preparação, a transformação revolucionária e as consequentes ‘mudanças de estrutura’ tornar-se-iam efêmeras” (p. 217).
4 – Há analogia entre ela e outra forma de Revolução?
“O referido conceito de ‘revolução cultural’ abarca, com impressionante analogia, o mesmo campo já designado por Revolução e Contra-Revolução, em 1959 , como próprio da Revolução nas tendências” (p. 217).
5 – Que significa “Revolução nas tendências”?
A “Revolução é um processo feito de etapas, e tem sua origem última em determinadas tendências desordenadas que lhe servem de alma e de força propulsora mais íntima (…)
“Essas tendências desordenadas, que por sua própria natureza lutam por realizar-se, já não se conformando com toda uma ordem de coisas que lhes é contrária, começam por modificar as mentalidades, os modos de ser, as expressões artísticas e os costumes, sem desde logo tocar de modo direto – habitualmente, pelo menos – nas idéias” (pp. 40-41)
6 – Existe alguma relação entre a IV Revolução e a “revolução cultural”?
“A IV Revolução, se bem que inclui também o aspecto político, é uma Revolução que a si mesma se qualifica de ‘cultural’, ou seja, que abarca grosso modo todos os aspectos do existir humano” (p. 202)2 v
1) “Revolução e Contra-Revolução” contém três partes. As duas primeiras foram escritas em 1959, e a terceira – na qual Dr. Plinio trata da ‘revolução cultural’ – em 1976.
2) Para todas as referências: “Revolução e Contra-Revolução”, Editora Retornarei, São Paulo, 5ª edição em português, 254 páginas.