Nosso apostolado surtiu algum efeito? Houve almas que se afervoraram, mudaram suas vidas ou abandonaram as vias do pecado?
Quantas vezes, ao empreender uma atividade apostólica, julgamos realizar grandes obras por ter formulado idéias acertadas, falado de forma atraente, escrito palavras sublimes…
Contudo, nos esquecemos de um importante detalhe: “Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou não o atrair.” 1 Todo bem que possamos realizar, origina-se numa iniciativa do próprio Deus, o qual move as almas no sentido de estas aceitarem a virtude por Ele proposta.
Da leitura da célebre obra de Jean-Baptiste Chautard (1858-1935), “A alma de todo o apostolado”, Dr. Plinio hauriu valiosos ensinamentos com os quais formou seus jovens seguidores:
“O livro de Dom Chautard, A alma de todo apostolado, mostra com extrema clareza que o apostolado praticado por quem procura atuar manifestando unicamente seus dotes pessoais, com desejo de atrair a admiração das pessoas ou adquirir influência e prestígio a propósito de sua ação apostólica, não conta com as bênçãos de Deus.
“Sendo a ação apostólica fundamentalmente uma obra de Deus, o apóstolo não é senão um veículo da graça. Ora, Deus não a dá ao apóstolo vaidoso, de modo que a atuação deste resultará estéril.
“Não tenhamos ilusão: se formos orgulhosos, nossas ações serão estéreis, pois, onde a graça de Deus não está presente, não existe verdadeiro apostolado.
“Consideremos a loucura do apóstolo vaidoso: Pessoas que abandonaram tudo para entregar-se à vida apostólica sem ter fecundidade alguma… Haverá uma frustração pior do que esta? O homem vaidoso, orgulhoso, é um apóstolo fracassado. Fazer apostolado com vaidade é tão inócuo quanto desenvolver uma batalha de artilharia sem pólvora.
“Se considerarmos um homem humilde, veremos nele um apóstolo perfeito; e, em seu apostolado, por vezes, resultados surpreendentes. De modo que se quisermos fecundidade em nosso apostolado, tratemos de fazê-lo exclusivamente por amor a Deus, sem desejo de aparecer diante dos outros, nem de ser importantes, mas considerando unicamente a causa de Nossa Senhora.
“O apostolado seriamente conduzido exige esta renúncia completa. Procedendo assim, nosso apostolado será um canal de graças.”
(Extraído de conferências de 13/9/1966 e 19/4/1967)
1) Jo. 6,44.