Nos idos de 1934, os rendimentos de Dr. Plinio eram, exclusivamente, os relativos à sua remuneração de deputado; a qual, embora bastasse para tudo, em breve cessaria, pois, promulgada a nova Constituição, seu mandato chegaria ao fim.
Tendo-se reaberto o Curso Anexo à Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, surgiu uma vaga para a cátedra de História da Civilização. Entre os da geração de Dr. Plinio, ninguém mais apto para tal cargo do que ele.
O magistério proporcionar-lhe-ia evidentes vantagens para o apostolado, pois daquela tribuna poderia transmitir a seus alunos uma visualização da História do ponto de vista católico. Seu profundo conhecimento da matéria e seu prestígio de líder católico facilitaram-lhe a indicação.
Tão logo Dona Lucilia tomou conhecimento da nomeação, telefonou ao filho a fim de lhe dar a boa-nova. No mesmo dia Dr. Plinio escreveu:
“Minha querida Mãezinha
“Pode bem a senhora imaginar a grande satisfação que me deu seu telefonema de hoje, não somente pela excelente notícia de que foi portador, como também pela oportunidade de temperar as saudades acumuladas já há tantos dias.
“Parece que, enfim, Nossa Senhora está permitindo que nossa vida tome um pé de relativa estabilidade. Os meus vencimentos, como professor do Colégio Universitário, seriam suficientes para continuar a lhe dar um conto, reservando para mim quinhentos mil réis mensais, coisa que, há já muitos anos, não estou habituado a gastar. Graças sejam dadas a Ela que, de tal maneira, se tem mostrado minha e nossa Mãe. E é exatamente no Mês de Maria que a boa notícia aparece!
“Conto passar aí o domingo, embarcando no mesmo dia, pois que as votações chegaram ao seu período crítico. Enfim, ainda aí parece e espero ardentemente que, no fim de uma semana, no máximo, estará pronto isto. Depois, virá a discussão de redação, e o ponto final que espero com tanta ansiedade.
“Como vai o frio aí?
“E a Senhora?
“Abençoe e reze muito a Nossa Senhora pelo filho que muito a quer e lhe pede a bênção.
“Plinio.”