Desde os primeiros lampejos da razão, nutriu Dr. Plinio um contínuo, entranhado e enlevado amor à Santa Igreja Católica. Amor que não fez senão crescer e se requintar, à medida que mais a ia conhecendo e admirando.

Ora, para ele, o amor à Igreja deve traduzir-se em inteira e incondicional união, condição essencial para amarmos perfeitamente a Nosso Senhor Jesus Cristo.

Penso que não deve haver, para o católico, preocupação mais viva e mais constante do que o incessante revigoramento dos laços espirituais que o prendem à Santa Igreja.

Disse Santo Agostinho que ninguém pode ter a Jesus Cristo como Pai se não tiver a Igreja como Mãe. A medida de nossa união com Cristo se calcula pela medida de nossa união com a Igreja. Se, de acordo com a parábola da vinha, o fruto que produzirmos na ordem sobrenatural e espiritual está na proporção de nossa união com Cristo, está também, implicitamente, na proporção de nossa união com a Igreja Católica.

Ora, para um católico, não é suficiente que essa união se traduza na crença em algumas verdades de Fé e na prática de alguns Mandamentos. Ou ela é inteira, ou não existe.

No entanto, não é difícil verificar como o mundo, o demônio e a carne conspiram para destruir essa união sobrenatural. E quando não a conseguem destruir, ao menos sua conspiração se volta para o objetivo de a debilitar de todos os modos possíveis, com o intuito de desferir contra ela, mais cedo ou mais tarde, um golpe mortal.

A todos estes perigos, o católico não deve opor uma atitude simplesmente minimalista. Pelo contrário, longe de se contentar em se manter dentro dos limites mais largos da ortodoxia e constantemente debruçado sobre o muro divisório que o resguarda do abismo da heresia, deve ele timbrar em tornar cada vez mais íntima tal união com Cristo. E, evidentemente, para isto não pode ser suficientemente recomendada a prática espiritual consistente em aproveitar todas as ocasiões para intensificar em nós o amor à Santa Igreja.

(Extraído de “O Legionário” de 16/7/1939)