Crucifixo do altar-mor da Catedral de Guatemala

Já não estais por terra, meu Deus. A Cruz lentamente se levantou, não para Vos exaltar, mas para proclamar bem alto vossa ignomínia, vossa derrota, vosso extermínio. Entretanto, era o momento de se cumprir o que Vós mesmo havíeis anunciado: “Quando for elevado, atrairei a Mim todas as criaturas” (Jo 12, 32). Em vossa Cruz – humilhado, chagado, agonizante – começastes a reinar sobre esta Terra. Numa visão profética, víeis todas as almas piedosas de todos os tempos, que viriam a Vós.

Meu Deus, foi na Cruz que começou vossa glória, e não na Ressurreição. Vossa nudez é um manto real, vossa coroa de espinhos um diadema sem preço, vossas chagas são a vossa púrpura.

Ó Cristo Rei, como é verdadeiro considerar-Vos na Cruz como um Rei! Mas como é certo que nenhum símbolo exprime melhor a autenticidade dessa realeza quanto a realidade histórica de vossa nudez, de vossa miséria, de vossa aparente derrota.

(Extraído de “O Legionário”, abril de 1943)