domingo, noviembre 24, 2024

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Majestade e bondade infinitas

Ardoroso devoto e apóstolo do Sagrado Coração de Jesus, Dr. Plinio sentia-se arrebatado pelos sublimes contrastes harmônicos que reluziam na mentalidade do Homem-Deus, ressaltando principalmente aqueles que a Revolução procurou deturpar ao longo dos séculos. Entre esses estão a misericórdia e o perdão coexistindo com a justiça e a combatividade, como se verá na presente edição1.

Outro magnífico exemplo é a aliança entre a majestade e a bondade, comentada por Dr. Plinio em certa ocasião2.

A majestade é o ápice da grandeza. Porém, não é qualquer ápice da grandeza que define a majestade. A majestade é a grandeza daquele que está colocado em tal situação que, numa ordem de coisas perfeita, que possui todos os elementos necessários para viver e ser como ela deve, ele é o primeiro e a chave de cúpula, fora da qual todo o resto se esvai.

Entre todas as impressões que eu experimentava na Igreja do Coração de Jesus, ocasionadas pelo culto, pela liturgia, pelos cânticos, pelo órgão, pelo ambiente de recolhimento, estava, sobretudo, o enlevo pela pessoa de Jesus, Nosso Senhor, enquanto mostrando o seu Coração aos homens.

Entusiasmava-me a majestade de Nosso Senhor com os braços abertos, naquela imagem no alto da torre, como também na imagem do Sagrado Coração de Jesus que se encontra à direita do altar-mor.

Imagem muito tocante, nobre, com o Coração de Jesus exprimindo muita bondade. Entretanto, tanta grandeza misteriosa que, para mim, parecia emanar do vermelho particularmente bem escolhido do seu manto, dos ornatos dourados, mas, sobretudo, de sua cabeça, os cabelos e, mais do que tudo, do olhar e dos traços fisionômicos. Nosso Senhor me parecia tão majestoso e tão bom, tão infinitamente superior a mim e, ao mesmo tempo, com tanta pena e tão voltado para mim, tão misericordioso, que eu pensava: “Majestade é esta! Como eu gosto desta majestade!”

Quando dei acordo de mim, na ladainha do Coração de Jesus, com aquela invocação “Cor Iesu, majestatis infinitæ, miserere nobis”, adotei-a e a inscrevi entre as minhas invocações prediletas, desde logo, porque é uma coisa magnífica!

No teto da igreja vem a mesma majestade expressa por uma pintura que representa Nosso Senhor aparecendo a Santa Margarida Maria Alacoque, com os dizeres impressos em letras douradas sob fundo verde: “Eis o Coração que tanto amou os homens, e por eles foi tão pouco amado.”

Nosso Senhor Jesus Cristo tão majestoso na aparição, mas sempre com uma bondade levada ao último limite do excogitável! Esse equilíbrio entre a majestade e a bondade me encantava e me dava a ideia de que o padrão mais alto da majestade era Ele, pois sendo o Rei dos reis e Senhor de todos aqueles que têm domínio, era natural que se concebesse n’Ele uma majestade dessa elevação.

1) “O zelo por tua casa me devora!”, p. 10-13.

2) Conferência de 29/10/1985.

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