Deus difunde a água às criaturas em condições muito diferentes. Se consideramos o globo terrestre, notamos como ela nos é dispensada aos borbotões: os oceanos, os rios que saem de dentro da terra e correm para o mar, os lagos e tudo quanto de água está colocado em estado gasoso nas nuvens.
Com esta criatura quantas maravilhas o Criador fez! Entre elas está uma pequena joia multiplicada por Ele indefinidamente.
Quem não se encantou vendo uma gota de orvalho tão pura, límpida e com um tal modo de guardar a luminosidade que sobre ela incide, que a luz parece passear dentro daquela gotinha e se regalar de imergir naquela pureza?
De tal maneira a gota de orvalho me encanta que, em pequeno, vendo-a numa flor, aproximava-a dos lábios e a sorvia, pois não podia me convencer de que uma coisa tão linda não tivesse um sabor muito gostoso.
Entretanto, ao perceber que não era assim, arranjava um pretexto para conservar minha ilusão, pensando: “Quando eu for adulto, entrarei na mata com um copo e o encherei de orvalho. Só essa gota não faz sentir todo o seu sabor, mas se eu tivesse um copo cheio de orvalho, que delícia seria! Certamente mais saboroso do que champagne.”
(Extraído de conferência de 30/7/1994)