miércoles, noviembre 13, 2024

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Luta, luto e glória

São Tomás de Aquino define a glória como sendo o efeito que se volta para a sua causa e a louva. É, pois, o louvor perfeito dado por quem deve a gratidão e o tributo a alguém que está na origem de um benefício recebido. Aplica-se, sobretudo, a Deus Nosso Senhor, Causa das causas.

A respeito de Nossa Senhora, verificamos este conceito de glória da seguinte maneira. Sendo Ela a Mãe de Nosso Senhor Jesus Cristo, é também a Mãe de seu Corpo Místico, a Igreja. Por meio d’Ela todas as graças vêm aos homens e todas as orações sobem a Deus. Portanto, por desígnio divino, Maria está no ponto de partida de todos os dons, logo abaixo de Deus. E a glória d’Ela se dá desde que todos os homens se voltem para Ela e A louvem.

Porém, esse louvor não pode ser apenas um cântico da grandeza e da bondade de Nossa Senhora. Deve consistir também no reconhecimento efetivo, que se traduz nos atos, desta grandeza e desta bondade. Logo, louva a Santíssima Virgem quem vive de acordo com as virtudes das quais Ela deu exemplo.

Glorifica Nossa Senhora, portanto, quem vive de acordo com as virtudes que a Igreja Católica inculca, porque a Virgem Maria praticou no mais alto grau todas as virtudes ensinadas pela Santa Igreja.

Com efeito, quem contemplasse a Nossa Senhora teria, num só golpe de vista, a noção de toda a sabedoria e continuidade da Igreja, do esplendor de todos os seus Santos, do talento dos seus Doutores, da beleza de sua Liturgia em todas as épocas, do heroísmo de todos os cruzados e mártires. Enfim, não houve maravilha engendrada pela Esposa de Cristo, e na qual ela manifestasse o seu espírito, que não brilhasse em Maria Santíssima plenamente e com fulgor extraordinário.

Assim, louvamos a Mãe de Deus sendo e fazendo como a Igreja Católica manda.

Ora, nesta Terra a Igreja é militante e encontra-se, neste momento, no auge de sua luta. Por isso, os pensamentos de Nossa Senhora para o nosso século não podem deixar de ser de combate, de maneira que se Ela Se encontrasse visivelmente entre nós estaria nos estimulando à luta pela Causa d’Ela.

Por outro lado, os castigos prenunciados em Fátima serão manifestações da glória de Maria. Já o simples fato de ter havido a mensagem de Fátima, e as profecias nela contidas se verificarem, atesta aos homens a veracidade das aparições e o império de Nossa Senhora: Ela avisou, não atenderam, foram punidos. Mas também profetizou o triunfo de seu Sapiencial e Imaculado Coração. Portanto, a Santíssima Virgem Maria vencerá e, depois dessa vitória, sorrirá aos homens com a plenitude de sua bondade.

Terminados os castigos e iniciado o Reino de Maria, a glória d’Ela se desdobrará com um esplendor verdadeiramente magnífico.

A figura dessa glória já começou a nascer no interior de nossas almas. A beleza do movimento de alma com que desejamos essa glória, e da esperança com a qual, apesar de nossas infidelidades, desde já pressentimos como ela será, indica que na noite, em meio à tempestade, de dentro do lodo da Revolução já se vê despontar o sol de esperança que dissipará as trevas, fará cessar a tempestade e secará o lodo. A beleza das primeiras cintilações desse sol em algumas almas que se conservam puras dentro desse lodo contém na sua raiz todo o pulchrum da glória do Reino de Maria.

Essas considerações nos remetem ao sublime mistério da Assunção de Maria aos Céus: Em meio ao luto de toda a natureza pela morte da Virgem-Mãe, de repente a glória delicadíssima, suavíssima, virginalíssima, maternalíssima de Nossa Senhora que ressurge e começa a subir aos Céus, manifestando bondade e grandeza, com um sorriso materno a atrair cada vez mais, à medida que Ela Se eleva, como quem diz: “Eu, em realidade, fiquei. Rezai porque estarei sempre presente, unida a vós.”

Consideremos essas maravilhas, pedindo à Santíssima Virgem que, seja na luta ou na provação, na bondade ou, se necessário, no castigo, acelere o momento da glória d’Ela. E que venha logo aquele dia bendito no qual veremos a Igreja reverdecer, e um grande Concílio proclamar como dogma de Fé a Mediação Universal desta excelsa Senhora, de quem os Estados, a sociedade, as famílias e os indivíduos se farão voluntariamente escravos.*

* Cf. Conferência de 7/10/1971.

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