Populares da semana

Relacionados

III – Um dos frutos mais importantes do desastre

Uma “apagada e vil tristeza” cobria, à maneira de um nevoeiro pardo, a obra de Dr. Plinio. A tibieza levava muitos de seus seguidores a considerar nele apenas os aspectos secundários. Objeto de especiais graças em consequência do desastre, o Sr. João Clá tudo analisava com piedade filial, revertendo a história do Grupo por meio de seu apostolado.

Sendo a TFP brasileira o paradigma, a fundadora e a mais velha da qual se irradiaram as outras, dir-se-ia que nela nunca se deveria reconhecer nenhum defeito ou problema, e que a ela se poderiam aplicar as palavras de São Paulo a respeito da Igreja Católica: uma dama sem mácula, sem ruga, sem defeito (cf. Ef 5, 27). Entretanto, esta não é a realidade. Façamos uma análise da nossa situação interna no ano de 1974, para bem interpretá-la, pois nada como a verdade: “Veritas liberabit vos – A verdade vos libertará” (Jo 8, 32).

Insensibilidade à voz da graça

O Grupo se encontrava em condições tais que nos parecia estar assistindo a um eclipse. Ao mesmo tempo que produzia tudo quanto havia de melhor em matéria de doutrina e, como efeito externo, talvez estivesse apresentando alguns de seus mais belos lampejos, internamente havia o que Camões chamava de “apagada e vil tristeza”,1 que nos cobria por inteiro como um nevoeiro pardo.

Arquivo Revista
Uma reunião com vários membros do Grupo, no Auditório da Santa Sabedoria

Em nenhum lugar aparecia uma chama nova. Ao contrário, tinha-se a impressão de que todas as anteriores se extinguiam aos poucos no deserto, enquanto uma “antichama” entrava, cobrindo tudo, vencendo definitivamente. Acreditávamos tocar com as mãos a vitória dela, num processo irreversível de extinção gradual dos fogos. A atmosfera que se substituía no Grupo entrava com tanta força mole2 e se instalava tão por completo, que diríamos ser não uma crise, mas uma era que começava.

Outro ponto desconcertante nesse conjunto era que Nossa Senhora deitava as cartadas mais eficientes, com graças especiais, de início bem acolhidas; mas depois tudo permanecia “como dantes no quartel de Abrantes”. Era uma espécie de insensibilidade prévia, semelhante ao sacudir-se deleitável quando sopra um vento, após o qual volta-se à posição anterior.

Em muitas ocasiões da vida do Grupo, houve oportunidades para essas graças atuarem sobre nós. Com efeito, elas se manifestaram, mas não houve da parte dos membros do Grupo a generosidade correspondente a essa bondade de Nossa Senhora, para aceitá-las como um verdadeiro favor sobrenatural e para agir compenetrados e na defluência disso.

Arquivo Revista
Dr. Plinio em Amparo, no ano de 1968

No caso da Sagrada Escravidão, as torrentes de graças foram muito grandes, mas era preciso tê-las reconhecido, para daí se deduzir que a visão apresentada por elas era objetiva e verdadeira. E o que houve, em geral, foi uma certa frieza face às várias interferências da Providência no Grupo, uma espécie de catarata da fé, produzindo uma aridez propícia a empurrar para considerações de ordem natural e a fazer perder a transparência do sobrenatural que há na vida do Grupo.

A maré da tibieza

Havia nisso realidades tristíssimas. Por exemplo, a série de tentações a meu respeito que deslocaram de nossa ação aqueles que formavam as cúpulas, inclusive a de São Paulo, de maneira a se tornarem, infelizmente, especializados em fazer apostolado como se o fundador não existisse, ou estivesse presente apenas como um piloto para certas horas difíceis. Não passava disso. Eles tinham uma visualização tão errada que me consideravam como um homem de sociedade, um intelectual, um professor, aspectos secundários quando se está diante de um quadro muito mais amplo.

A atitude durante minhas reuniões indicava bem esse estado de espírito, porque, no fundo, eles pensavam: “Temos as apostilas, os esquemas que o senhor nos deu. Com base nisso, estudaremos a matéria e não precisamos de sua presença. Julgamo-nos no direito a um livre-exame de suas técnicas, de seus meios e da utilidade de nossos contatos com o senhor”. Era uma infidelidade rumando para um seguinte passo: “Se o senhor não se ajustar às técnicas que queremos, nós lhe pediremos amavelmente que se retire, porque, com a posse de suas ideias, nós elaboraremos o resto”.

Eu sentia que, enquanto não houvesse quem fizesse um trabalho contrário, o Grupo não iria para frente e seria muito difícil conter a maré da tibieza.

Uma era de milagres espirituais?

Essa posição trazia consigo miasmas de podridão, uma espécie de desagregar-se lento, diante do qual nos perguntávamos, parafraseando o salmista: “Usquequo, Domina, usquequo? – Até quando, Senhora, até quando?” (cf. Sl 12, 2). Até onde nós vamos chegar?

Arquivo Revista
À esquerda, Dr. Plinio em fins da década de 1960. Acima, estampa de Mater Boni Consilii, recebida por Dr. Plinio como presente no hospital, em 1967

Percebia haver no fundo uma ação demoníaca realmente espantosa, que eu não conseguia vencer. Até o ano de 1967, estava habituado a ver Nossa Senhora intervir em nosso favor com graças que se encobriam e se disfarçavam nos processos comuns da via sobrenatural. Era, por exemplo, um que andava muito mal e de repente recebia uma graça, e outros fatos desse gênero que, entretanto, não se poderiam considerar propriamente milagrosos.

Donde eu ter muito vincada no espírito uma ideia sobre a irreversibilidade de determinados processos de extinção e julgar que, quando se começava certo tipo de decadência, podia-se desistir, porque, para fazer reverter essa situação, seria preciso um milagre e nós não tínhamos chegado à era dos milagres.

Ora, a partir da “graça de Genazzano”3 eu fora chamado a compreender que nós estávamos entrando nessa era e que presenciaríamos milagres espirituais antes de presenciar os materiais. Analisando, pois, o declínio do Grupo, cheguei à seguinte conclusão: pode não haver nenhuma saída, mas eu vou caminhar para frente, alimentado por essa luz sensível da “graça de Genazzano”, pela recordação daquele sorriso e daquela promessa.

Eu continuava evidentemente muito preocupado, mas me conferia tranquilidade o fato de notar nas almas, ainda difuso, certo lumen que elas não tinham recusado. Enquanto isso existisse, Nossa Senhora não haveria de nos abandonar. Ela faria vir algo melhor, que nos reergueria.

Falta de sensibilidade em relação à “graça de Genazzano”

Nessas provas se instalaram duas outras, talvez mais terríveis: a “graça de Genazzano” estava clara em meu espírito mais do que quando ela se deu, mas passou a se tornar para mim completamente insensível, de maneira a me exigir um esforço de raciocínio para me basear nela.

Outrora a revivescência, quase diria mística, daquela graça me dava uma calma como a dos três jovens na fornalha ardente (cf. Dn 3, 19-24). No entanto, naquele momento tudo se crispava e se levantava em mim – eu, tão calmo! –, porque aquela graça não me sustentava mais com sua unção. Eu sabia que ela existia, mas ou fazia um esforço, ou nada feito.

Arquivo Revista
Dr. Plinio durante o período de sua convalescença

Com respeito a essa graça, dir-se-ia que se passava no meu interior o que se dava no espírito dos outros em relação ao geral das coisas do Grupo. Estou certo de que não entrava meu consentimento e nenhuma infidelidade minha neste sentido. Era uma provação à qual Nossa Senhora queria me sujeitar. Mas não só.

Outra prova era: havia algumas almas no Grupo que me davam a certeza de que nunca me dariam preocupações, tristezas, aborrecimentos ou apreensão, porque tinham atingido um grau de união comigo e de penetração desta união até as últimas fibras interiores.

Ora, uma dessas almas rachou perigosamente e naquele tempo eu fazia esta reflexão: “Tem o João Clá, ele é a minha rocha de sempre. Sempre na vanguarda, sempre quebrando as primeiras ondas, nunca me dando preocupação, nunca exigindo nada de mim nem pedindo nada. É um capital que rende cem por cento. Será que essa decadência chega até o meu João Clá também? Não posso prever se isso acontecerá, mas, se acontecer, devo buscar uma solução a tempo. Será talvez uma provação misteriosa pela qual o Grupo deva passar e que tem todas as aparências, e algo da realidade, de uma putrefação”.

Arquivo Revista
Carro de Dr. Plinio após o desastre, em 3 de fevereiro de 1975

O “basta” com o desastre, período de novas decadências

Diante de uma quebra tão grande no Grupo, resolvi oferecer não propriamente a minha vida – porque sabia não ser da vontade de Nossa Senhora –, mas me ofereci para que acontecesse comigo o que Ela quisesse, a fim de soerguer o Grupo. O “basta” dado por Maria Santíssima àquilo foi o desastre de automóvel que sofri na estrada de Jundiaí,4 cujos frutos não se fizeram ver de imediato.

Havia tanta indiferença que ninguém se interessou pelo sofrimento moral que eu padecia nem por minha pessoa, a qual estava cada vez mais em inegável descrédito. Muitos foram me visitar no hospital por um ato social, para darem-se importância, quando a grande preocupação deveria ser de despertar o espírito de oração, ver com compenetração o que tinha acontecido. Eu notava isso e o sentia enormemente. Aqueles dias do desastre foram sinistros, quase não vale a pena lembrá-los…

Arquivo Revista
Pátio do Cruzeiro do Êremo de São Bento

Seguiram-se ainda várias decadências, sucessivos fracassos, catástrofes em cima de catástrofes. O Grupo encontrava-se numa situação de desabamento de todas as instituições. Os êremos estavam num tal abandono, tão deteriorados, sem vitalidade e élan para se manterem por si, que uns começaram a se fundir nos outros e refluíram todos para Jasna Gora,5 um êremo que nascera doente e que continuou a piorar. Assim, compuseram uma espécie de reservatório onde se despejavam os êremos malsucedidos, essa água que não matava a sede e era posta em alguns tonéis, a fim de ser guardada para ver o que daria. Era algo atroz.

O esvaziamento do Êremo de São Bento foi trágico, um fracasso piramidal. Podem imaginar que tristeza para mim quando eu ia ao São Bento e via o prédio impressionantemente vazio… No armário, as botas, os hábitos, as correntes, os rosários, que todos tinham deixado lá com a maior sem-cerimônia, voltando aos trajes comuns, como recordações que não deixam saudades.

A provação da inutilidade de um oferecimento

Não posso silenciar sobre como me foi triste o fato de logo se emendar no desastre um estrondo publicitário6 – quiçá o maior de nossa história –, que abriu a era dos estrondos, com as agonias que eu, a esse propósito, tenho passado. Na ocasião, todos levavam sua vidinha, e o que mais me desagradava era a indiferença deles diante da possibilidade de fechamento do Grupo.

Arquivo Revista
À esquerda, Dr. Plinio em 1975. Acima, notícias relativas ao estrondo publicitário movido contra a TFP, em 1975.

Quando, afinal, o estrondo terminou, houve uma reunião no Auditório São Miguel,7 na qual fizemos ouvir um depoimento proferido pelo Coronel Portinho8 perante a Comissão de Inquérito. Ele era Secretário de Segurança Pública do Estado do Rio Grande do Sul e depôs inteiramente a nosso favor, trancando a questão. Ele afirmara ter movimentado a Polícia Federal para examinar, no Brasil inteiro, se as acusações que constavam contra nós na Comissão de Inquérito eram verazes, por exemplo, sobre militarização; sem discrepância chegaram-lhe elementos negativos e a Comissão se viu diminuída.

Eu anunciei no auditório: “Afinal, está concluída a batalha, nós ganhamos essa luta!” Se eu tivesse dito que um automóvel matara um cachorro na rua, a reação teria sido a mesma. Nenhuma palavra de um pouco de afeto, vendo-me todo estropiado, arrebentado, sabendo que eu tinha oferecido o que Nossa Senhora quisesse de mim, como vítima expiatória por todos… Sobretudo, vendo que caíra em cima de mim aquele dilúvio sem nome e colossal, do qual um jornal escrevera que daria para derrubar um governo.

Uma rejeição sistemática era a nota constante nas horas difíceis; nas horas fáceis, a sonolência.

Arquivo Revista
Dr. Plinio em 1980

Eu me perguntava: “Se eu devia comprar algo com meus sofrimentos, será que não terminei de comprar? Restam-me as sequelas… Este braço, como fica? E minha perna, com uma locomoção que, além de muito feia, é penosa e incômoda? Andar com passinhos e apoiado numa bengala! Eu?! Isto é oposto ao meu temperamento tanto quanto possa ser. Como vou me arranjar?” Além de outras preocupações de saúde que evito mencionar.

Nada apresentava a figura de que meus padecimentos teriam comprado a salvação do Grupo. Era o terrível do oferecimento: as coisas continuavam a correr do pior modo possível. “Quæ utilitas in sanguine meo – Qual a utilidade de meu sangue?” (Sl 29, 10). Qual era o fruto do holocausto que eu tinha querido fazer? Era inegável que tudo estava marcado com os aspectos do castigo.

Ora, todo esse quadro negativo estava em contraste com excelentes provas de fidelidade e dedicação…

Melhor fruto do desastre

Perguntaram-me quais os frutos do desastre. Na minha ótica, eu tenho tanto a resgatar, que não me sobraria um saldo para comprar algo, donde um fundo de ceticismo meu a esse respeito: “Não terá sido um castigo?” Digamos que, entre outras coisas, eu tenha ali expiado as minhas faltas e, eventualmente, as de meus discípulos. E se assim o foi, como já o daria por bem empregado! No entanto, houve ainda uma consequência mais preciosa: a aproximação do meu João, que, por causa do desastre, foi tirado do êremo para tratar de mim.

Arquivo Revista
Uma das primeiras reuniões de Dr. Plinio no Auditório São Miguel, após o desastre, em 1975

São fatos que sempre vale a pena recordar, sobretudo a paciência do meu João comigo, durante esse tratamento.

Já antes disso, eu tinha o João em conta de muito bom membro do Grupo, dos melhores, mais dedicados. Isto sempre, sempre. Eu depositava nele uma confiança sem restrições. Mas, por ocasião daquele trauma, ele me manifestou, de fato, uma dedicação que ia além do já muito elogioso que se poderia esperar dele.

Lembro-me muitíssimo dos dias transcorridos no Hospital Santa Catarina, do meu João ali… Passei um bom tempo em névoas, grosso modo, um mês e meio. Recordo-me confusamente de que eu emergia, de vez em quando, do subconsciente para o consciente e, então, tudo me parecia muito claro e lúcido, mas notava, por todas as condições de meu corpo, que o natural seria que eu imergisse mais uma vez na inconsciência, e assim indefinidamente, enquanto Nossa Senhora dispusesse. Percebia, por momentos, gotas claras e grandes de realidade, mas gotas fugidias que rolavam pelo abismo das circunstâncias pré-operatórias e pós-operatórias. Nessas condições, eu não tinha ideia do que, de fato, dava-se comigo e não sabia quanto duraria.

Arquivo Revista
À esquerda, Dr. Plinio tomando refeição em 9 de abril de 1975. Acima, páginas de uma das cadernetas de anotações do Sr. João Clá, onde ele registrou os acontecimentos relativos ao acidente ocorrido com Dr. Plinio, em 1975

Imerso naquela confusão e naquela perturbação, no meio daquele vácuo, quando eu voltava a mim encontrava o João sentado junto à minha cama, sempre numa cadeira sem braços, mais próximo da cabeceira que do corpo, olhando-me. Ali ele analisou tudo com muito afeto, prestou atenção em tudo, tirou conclusões de tudo. E, ao ver-me durante longos dias no meio da semiconsciência, falando quanto me passava pela cabeça, ele ficou muito impressionado pelo fato de nunca ter saído de meus lábios algo que não fosse sobre a vocação, sobre Religião. Não era fruto de meu controle, porque o estado em que me encontrava não o permitia. Eram fantasias, mas sempre em torno da temática Revolução e Contra-Revolução.

Isso deu ao João um certo ardor e produziu um efeito, no sentido de ele considerar a integridade de minha alma, mais ao alcance da mão do que em qualquer outra ocasião. Vendo-o, eu pensava: “Há algo de novo na cabeça dele. Ele é muito bom, mas isto eu nunca notei”. E depois eu caía na semiconsciência. Em meio àquilo tudo, eu não me dava conta de que uma coisa eu estava fazendo: nos momentos de inconsciência, nos momentos de consciência, eu estava ajudando a fortificar na posição contrarrevolucionária os dois enormes olhos escuros e sevilhanos que me acompanhavam a todo instante.

Observações que dariam origem a uma escola de vida

Percebi que ele, com piedade filial, tomava nota de tudo quanto eu dizia ou fazia – no hospital, depois em casa também –, mas coisas tão banais e pequenas, que minha reação foi pensar: “Essa ‘geração nova’ nunca cessará de me dar surpresas. Coitado, ele estará fazendo algo que só pode ser bom. Deixe tocar o barco”. Não falei nada, não objetei nada, não comentei com ninguém.

Mas eu não imaginava que ele estava formando uma ideia a meu respeito e estruturando um depósito de observações que seria uma escola de analisar-me e um repositório de dados que justificasse umas tantas teses que ele estava desenvolvendo. Nunca me permiti pensar muito no assunto, por estar eu em foco; passava adiante. Em certo momento, percebi a relação que isso tinha quando surgiram as reuniões do Jour le Jour.9

Nossa Senhora foi servida em que ele ficasse edificado com o que viu. Até que ponto essa edificação poderá ter concorrido para depois ele ter feito o que fez? Em medida talvez não pequena e, se assim o foi, fica inteiramente de pé a ideia de que, naquele momento, eu estava sofrendo e ajudando a ele. Ajudando-o para quê? Para fazer o Jour le Jour e o apostolado de sustentação colateral, que consistia em, diante da atitude de menosprezo dos mais velhos a meu respeito, mostrar minha figura por eles tão vilipendiada. E para tantas outras coisas!

Foi um convívio que começou e, graças a Nossa Senhora, não acabou mais. Se comprei algo, e tivesse comprado simplesmente o João Clá, eu me dava por muito bem pago! Este pode ser considerado um fruto do desastre e dos mais importantes: de ter me dado o convívio com o meu João. Uma alegria enorme! Uma bênção para mim!

Considero o meu João como um presente da “senhora do Quadrinho”,10 como todos os “enjolras” o são. Uns sobre os outros, e o meu João sobre todos! É claro, é inteiramente evidente!

Intervenção no Grupo

Foi então que o meu caro João saiu de minha cabeceira para começar a mexer em vários assuntos; interveio, movimentou e pôs nos eixos tudo quanto pôs. O Grupo não mudou depois do desastre, ele recebeu graças que não aproveitou. Foi o João e os que estavam sob a influência dele que começaram a mudá-lo. Eu não agi, quem foi fazendo foi o João, porque as coisas só arribam quando ele começa a tocar.

Arquivo Revista
Aspecto de um Jour le Jour no Êremo Praesto Sum, na década de 1980

O João diz que não conseguiu esses efeitos antes do desastre… Mas, se não houvesse o João Clá, o que teria acontecido? Nossa Senhora serviu-Se dele constantemente e ainda Se serve, como canal e ocasião para Ela conceder as maiores e melhores graças; do contrário, não sei como o Grupo teria evoluído.

Nunca será suficiente louvar a graça que Nossa Senhora concedeu ao João, em consequência do desastre.

1) Os Lusíadas, X, 145.

2) Dr. Plinio alude ao estado pachorrento que se infiltrava com rapidez, como as lavas de um vulcão em erupção.

3) Em 16 de dezembro de 1967, durante a crise de diabetes que o assaltara gravemente, Dr. Plinio recebeu de um amigo vindo da Itália um quadro de Nossa Senhora do Bom Conselho de Genazzano. Ao fitar a estampa, teve a inesperada impressão de que a figura da Santíssima Virgem, sem mudar em nada, exprimia para com ele maternal doçura, confortando-o e incutindo-lhe na alma a convicção de que não morreria sem ter realizado a própria missão.

4) Ocorrido em 3 de fevereiro de 1975. Internamente, ao aludir a este acidente usava-se apenas a designação “desastre”.

5) Nome de uma das Sedes existentes no Bairro de Itaquera. O nome Jasna Gora foi dado em homenagem ao mosteiro onde se encontra a imagem de Nossa Senhora de Czestochowa, padroeira da Polônia, e que foi o baluarte da resistência católica contra a invasão protestante sueca.

6) Expressão criada por Dr. Plinio para designar os violentos ataques publicitários promovidos contra sua obra, geralmente baseados em depoimentos caluniosos e informações maliciosas que deturpavam junto ao público a vida interna do Grupo e sua ação externa. No dia 13 de agosto de 1975 foi convocada em Porto Alegre uma Comissão Parlamentar de Inquérito, com vistas a investigar atividades da TFP.

7) Auditório principal do Grupo, onde se realizava a maioria das reuniões da TFP entre os anos de 1974 e 1991.

8) José Paiva Portinho, Secretário de Segurança Pública do Rio Grande do Sul de 1975 a 1977.

9) Do francês, literalmente: dia a dia. No âmbito interno da obra de Dr. Plinio, a expressão passou a designar as reuniões realizadas semanalmente pelo Sr. João, nas quais tinha importante papel a narração dos pequenos fatos do dia a dia de Dr. Plinio. Esses fatinhos serviam para ilustrar outros ensinamentos mais profundos e doutrinários.

10) Referência a Dona Lucilia, numa alusão à pintura a óleo que Dr. Plinio ganhou de um de seus discípulos e que ficou conhecida como “O Quadrinho”.

Artigos populares