Deputado paulista mais jovem e também o mais votado para a Assembléia Nacional Constituinte de 1934, Dr. Plinio distinguiu-se nas lides parlamentares em defesa das reivindicações católicas que compunham o programa da LEC (Liga Eleitoral Católica), pela qual concorrera e se elegera de modo triunfante. Ao cabo dos trabalhos legislativos, o empenho e o vigor de Dr. Plinio, em conjunto com seus correligionários, sairiam vitoriosos.
Pelas páginas do Legionário de 10 de junho daquele ano, assim ressaltaria ele esse objetivo tão estrenuamente conquistado:
A Constituinte acaba de aprovar as emendas católicas. É tempo, pois, que estacionemos por instantes aos pés deste marco de vitória, para contemplar com olhar saudoso as lutas desta primeira etapa percorrida. Não é só um olhar de saudade para o que fica atrás de nós, que devemos a este curto passado de ação católica que a Providência quis tornar tão rico em frutos.
Ele se nos apresenta carregado de lições para o futuro e, na vasta coleção de reminiscências que nos saltam à memória, tão vivas neste momento como se ainda fossem realidade presente, há sem dúvida um complexo de rosas e de espinhos, colhidos ao longo do caminho, que contém, no perfume de cada pétala ou na dor de cada espinho, uma lição experimental de psicologia ou de sociologia a aproveitar.
Mais ainda. Podemos já agora cravar no caminho o marco da primeira vitória, com o coração transbordante de júbilo triunfal do Magnificat das grandes conquistas. Não cedamos, porém, ao desejo de fixar nossas tendas neste primeiro Tabor; não façamos dos louros de hoje, a sepultura gloriosa de nossas energias de ontem. A própria linha ascensional e íngreme da vereda que acabamos de trilhar nos mostra que são árduos os caminhos que conduzem às vitórias de Deus. Novas ascensões nos esperam. Novas tempestades se adensam em horizontes ainda longínquos. Há tocaias novas ao longo de novos caminhos. Alerta, pois, que vencemos uma batalha, e não uma guerra. Outras batalhas aí estão. O momento é de alegria sã e vibrante. Longe de nós a indolência emoliente dos que já se dão por satisfeitos.
Isto posto, porém, deixai-nos recordar. Quem haveria de dizer? Foi esta a interrogação que ouvi dentro de mim mesmo, quando, aprovada nossa emenda final, eu tirei das costas a cruz pesada que se transformava, nas mãos dos deputados católicos, em palma de vitória.
Conversando comigo em um momento de lazer, ponderava com razão Alcântara Machado1 que a nova Constituição será grande, principalmente pelo que não figura nela. Retificando de certo modo o juízo do líder, posso dizer que a Constituição é grande até pelo que nela se deixou de dizer. (…) Ainda é cedo para lhe ver as grandes qualidades. Um dia, porém, falará o futuro. E ele fará justiça aos legisladores de 34.
1) José Alcântara Machado d’Oliveira (1875-1941), deputado e líder da Bancada Paulista na Assembléia Nacional Constituinte de 1934.