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5 de janeiro de 1945

Era um tempo em que se debatia a oportunidade da fundação, em São Paulo, de uma universidade católica. Sobre isto, um importante órgão de imprensa da época, o Diário de São Paulo, publicou declarações de diversas personalidades. Havendo dado grande destaque à entrevista de Dr. Plinio, o jornal justificava-se enumerando as credenciais do líder católico: muito conhecido em todo o país, fundador da Ação Universitária Católica, deputado à Constituinte de 1933 pela Liga Eleitoral Católica, professor universitário, presidente da Ação Católica paulista, diretor do Legionário, e detentor de uma “autoridade que lhe dá o valor de uma inteligência esclarecida no assunto”.

Duas eram as principais objeções levantadas pelos opositores: São Paulo não comportava duas universidades; e uma instituição oficialmente católica restringiria o campo de suas investigações científicas, de maneira a não lecionar senão o ponto de vista católico, recusando entrar na análise das opiniões contrárias.

Após haver mostrado ser comum, fora do Brasil, haver cidades menores que a capital paulista que contavam com mais de uma universidade, Dr. Plinio garantia que “serão lecionadas, a par da doutrina católica, e com toda a objetividade, as doutrinas de todos os pensadores ou cientistas anti-católicos”. Pois, continuava, “o ponto de vista da Igreja não é e nunca foi de que se deva fugir aos argumentos do adversário. Mas, pelo contrário, é de que, se eles forem expostos ao debate mais largo e inflexivelmente científico, cairão por si mesmos.”

Depois mostrou a importância da universidade católica do ponto de vista religioso e patriótico: “Religioso, porque a direção do espírito humano se faz e se fará sempre através da alta cultura, e como a Igreja visa guiar para Jesus Cristo o espírito humano, ela não pode deixar de influenciar a alta cultura, impregnando-a do espírito cristão. (…) Do ponto de vista patriótico, a civilização brasileira é cristã. De tal maneira a alma brasileira assimilou o catolicismo, que se perdesse a fé ela perderia a identidade consigo mesma. Conservar católico o Brasil, ainda mesmo no ponto de vista exclusivamente patriótico, é obra essencial.”

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