Dr. Plinio diante do afresco milagroso da Mãe do Bom Conselho de Genazzano, Itália

No momento em que a humanidade chega a uma encruzilhada, na qual se coloca para ela uma opção ineludível, é hora de pedir à Mãe do Céu seus sapienciais conselhos.

Em nossa época tão aflita e conturbada, incontáveis são as almas que precisam, a este ou àquele título, de um bom conselho. Nada de melhor podem fazer do que implorar o auxílio d’Aquela que a Santa Igreja, na Ladainha Lauretana, invoca como Mãe do Bom Conselho.

Entretanto, cumpre ponderar que um conselho é de tanto maior valia, quanto grande for a importância do assunto sobre o qual versa. Por isso são supremamente importantes para cada um os conselhos necessários para — dentro da tenebrosa tempestade do século XX — conhecer a respeito de si mesmo os desígnios de Nossa Senhora e os meios aptos para os realizar.

Aqui está uma razão para se afirmar a particular atualidade da devoção a Nossa Senhora do Bom Conselho, neste século que poderá passar para a história como o século da confusão.

Todavia, se alargarmos nossos horizontes para além da esfera individual, […] não poderemos deixar de ponderar que ainda aqui a humanidade precisa como nunca de um bom conselho da Virgem das Virgens. […]

A opção para o mundo moderno é entre um porvir tenebroso, feito das últimas capitulações ante os extremos do erro e do mal, e o abraçar entusiástico da plenitude da verdade e do bem.

Como mover a humanidade — de tal maneira atolada no processo histórico que a vem impelindo há tantos séculos — a empreender a trajetória do filho pródigo rumo à casa paterna? Sem um possante auxílio da graça, a falar no interior de incontáveis almas, isto não se pode conseguir.

Quadro de Nossa Senhora do Bom Conselho venerado na capela do Colégio São Luís (dos Padres Jesuítas, em São Paulo), pelo qual Dr.Plinio tinha especial devoção

Esse bom conselho a ser proferido no íntimo de cada coração para a salvação da humanidade, que melhor modo há de obtê-lo senão implorando-se à Mãe do Bom Conselho que, por uma graça nova, converta o bárbaro supercivilizado do século XX? Só assim poderá este, à maneira do bárbaro subcivilizado do século V, “queimar o que adorou e adorar o que queimou”. E só assim poderá ter origem uma nova e ainda mais esplendorosa era de fé.

Esse é o bom conselho por excelência que os devotos de Maria devem pedir para si e para todos os homens nos dias que correm.

(Excertos de artigo publicado na “Última Hora”, de 14/5/1984. Título nosso.)