Praça de São Pedro, Roma: o Papa Pio XII chega à Basílica do Vaticano para a proclamação do dogma da Assunção de Nossa Senhora

Nos tópicos transcritos a seguir, Dr. Plinio aponta para a necessária reorganização da sociedade temporal, de acordo com os princípios católicos opostos à Revolução. Essa tarefa constituiria um verdadeiro apostolado contra-revolucionário, realizado sob a égide do Magistério da Igreja.

Que tarefa deve a Contra-Revolução exercer na sociedade temporal?

“A ação contra-revolucionária envolve uma reorganização de toda a sociedade temporal: ‘ Há todo um mundo a ser reconstruído até em seus fundamentos”, disse Pio XII1, diante dos escombros de que a Revolução cobriu a terra inteira” (p. 148).

Contra-Revolução e os âmbitos civil e eclesiástico

Essa reorganização deve ser inspirada pela doutrina da Igreja?

“Esta tarefa de uma fundamental reorganização contra-revolucionária da sociedade temporal, se de um lado deve ser toda inspirada pela doutrina da Igreja, envolve de outro um sem-número de aspectos concretos e práticos que estão propriamente na ordem civil. E a este título a Contra-Revolução transborda do âmbito eclesiástico, continuando sempre profundamente ligada à Igreja no que diz respeito ao Magistério e ao poder indireto desta” (pp. 148-149).

Denunciar a doutrina e os métodos da Revolução

Como se pode fazer um apostolado especificamente contra-revolucionário?

Em muitos dos seus aspectos concretos e práticos, a tarefa da Contra-Revolução transborda do âmbito eclesiástico, embora esteja sempre profundamente ligada aos ensinamentos e ditames da Igreja

“Ninguém negará que seja lícito que certas pessoas tomem como tarefa própria desenvolver nos meios católicos e não católicos um apostolado especificamente contra-revolucionário. Isto, elas o farão proclamando a existência da Revolução, descrevendo-lhe o espírito, o método, as doutrinas, e incitando todos à ação contra-revolucionária” (p. 150-151).

Apostolado contra-revolucionário

Há analogia entre o apostolado contra-revolucionário e algum outro efetuado por católicos?

“Fazendo-o, [os contra-revolucionários] estarão pondo suas atividades a serviço de um apostolado especializado tão natural e meritório (e por certo mais profundo) quanto o dos que se especializam na luta contra outros adversários da Igreja, como o espiritismo ou o protestantismo.

“Exercer influência nos mais variados meios católicos ou não católicos a fim de alertar os espíritos contra os males do protestantismo, por exemplo, é certamente legítimo, e necessário a uma ação antiprotestante inteligente e eficaz. Análogo procedimento terão os católicos que se entreguem ao apostolado da Contra Revolução” (p. 151).

Ação contra-revolucionária que não constitui apostolado propriamente dito

Não há risco de exagero nesse apostolado da Contra-Revolução?

“Os possíveis excessos desse apostolado – que os pode ter como outro qualquer – não invalidam o princípio que estabelecemos. Pois abusus non tollit usum [ O abuso não elimina o uso] (p. 151).

Mas nem toda ação contra-revolucionária é apostolado…

“Contra-revolucionários há, enfim, que não fazem apostolado em senso estrito, pois se dedicam à luta em certos campos como o da ação especificamente cívico-partidária, ou do combate à Revolução por meio de empreendimentos econômicos. Trata-se, aliás, de atividades muito relevantes, que só podem ser vistas com simpatia” (pp. 151-152).

1) Exortação aos fiéis de Roma, de 10/2/1952, Discorsi e Radiomessaggi, vol. XIII, p. 471.