viernes, noviembre 22, 2024

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Dignidade, beleza e coerência das profissões

A pessoa que desempenha uma profissão não deve ter em vista primordialmente ganhar dinheiro, mas o gosto de tirar de si uma série de potencialidades que dormem, para se realizar e explicitar-se a si própria. O profissional, de acordo com um apelo íntimo de sua alma, concorre para a realização do plano de Deus, a Quem ele precisa adorar e servir.

No tocante às relações entre patrão e empregado1, a pessoa não atina, não se situa bem no foco por onde essas relações podem ser vistas adequadamente, se não tomar o pressuposto católico a respeito do assunto.

O operar de Deus é espelhado pelo operar do homem

O pressuposto é este: a função da empregada doméstica, por exemplo, é sacral, e a patroa deve tomá-la em consideração e vê-la conjugada com sua própria função de patroa, que é sacral também. Ambas, vendo a mútua sacralidade, colocam-se no foco em que as relações facilmente se esclarecem, e um problema que se perde em aspectos e subaspectos insolúveis, se resolve como que numa palavra só.

É mais ou menos como alguns quadros. Em Roma há um quadro pintado no teto de uma igreja, que é muito interessante, não tanto como obra de arte, mas enquanto obra artesanal muito bem feita. Em qualquer ponto da igreja onde se esteja, olha-se para a pintura e tem-se a impressão de um caos de figuras heterogêneas. Mas há um local do templo a partir do qual, contemplando-se o quadro, todas as figuras se compõem e aquilo faz sentido.

Há muitos problemas, sobretudo de cunho social, que são assim: permanecem insolúveis enquanto não os situamos no foco de onde devem ser vistos; porém, isto feito, tudo se resume em duas palavras e se resolve. Assim é o problema das relações entre patroa e empregada.

Francisco Lecaros
“A cozinheira” – Museu de Belas Artes, Rouen, França

Eu deveria, então, mostrar em que sentido essas funções são sacrais e como a sacralidade das funções resolve o problema. Quer dizer, dei a tese, passo a apresentar a demonstração.

A capacidade de agir do homem é um dom de Deus, motor primeiro de todas as coisas. Todas as meditações que possamos fazer, por exemplo, a respeito de uma bela flor ou de um bonito quadro, considerando que aquilo reflete uma grandeza de seu Criador, o mesmo se pode dizer do operar humano, o qual — quando é reto, de acordo com a ordem posta por Deus — reflete uma grandeza do Altíssimo. E, por uma conaturalidade fácil de compreender, reflete uma grandeza mais especialmente do operar divino. Quer dizer, o operar de Deus é espelhado pelo operar do homem.

Assim, todas as atividades humanas têm uma raiz sacral, são reflexos de algo de divino e possuem uma dignidade, uma beleza, uma lógica e uma coerência cuja origem e fundamento encontram-se em Deus.

Isso se aplica desde as mais altas atividades humanas como a de uma Papa, que é uma evidente imagem de Deus enquanto governador do universo visível e invisível, até uma das mais modestas das funções como, por exemplo, a de lixeiro.

O lixeiro: inimigo da sujeira e da desordem

O lixeiro que varre a cidade realiza uma atividade de caráter natural e não sobrenatural. Portanto, a este título, muitíssimo inferior à do Papa. Ademais, na ordem natural é uma tarefa manual e, enquanto tal, muito inferior às atividades intelectuais. Depois, na ordem do manual é uma atividade meramente executiva, ele não faz senão obedecer ao que lhe mandam, executando com as mãos a incumbência recebida. Além disso, por sua natureza — que é remover o lixo deixado pelos outros na rua —, trata-se evidentemente de um trabalho muitíssimo modesto.

Pois bem, esse trabalho, visto numa perspectiva filosófica e teológica adequada, tem uma função sacral: o lixeiro é o inimigo da sujeira, da desordem, e executa na mais modesta das linhas a imensa tarefa posta por Deus na Criação, que é a luta contra tudo aquilo que possa representar sujeira, desordem, e ser o contrário dos planos divinos.

Compreende-se quanto há de dignificante para o lixeiro ver que Deus pôs um movimento universal nas criaturas por onde elas se limpam — com exceção de algumas que devem simbolizar a sujeira, como o porco —, e que ele é o complementador deste movimento divino, a imagem na ordem material daqueles que removem as sordícies, as desordens espirituais. Quer dizer, ele pode, com uma concepção elevada das coisas, dar um alto culto a Deus, varrendo as ruas, no trabalho modesto de lixeiro que, de si, tem essa magnitude.

A empregada e a dona de casa: funções sacrais

O trabalho de uma criada de casa, portanto, tem também esta função. Se tomarmos em consideração a empregada enquanto limpando, ordenando, servindo o lar, se considerarmos o que o lar reflete das grandezas de Deus — inclusive as relações internas da Santíssima Trindade, as de Jesus Cristo com a Igreja, que são comparadas com as relações do esposo e da esposa —, compreendemos o que significa servir o lar; e então entendemos como a dona de casa que dirige o lar faz uma coisa nobre também.

A criada deve ter um encanto inclusive por adornar a sua patroa. Porque precisamos ter um entusiasmo desinteressado, que eu chamaria, no bom sentido da palavra, infantil — no sentido das crianças de quem é o reino do Céu, ou da infância espiritual de Santa Teresinha —, um entusiasmo desprendido por aqueles que são mais do que nós, têm qualidades que não possuímos, e com isto dão a Deus uma glória que ficamos alegres que deem. Então, uma empregada que adorna a sua patroa para que esta, com sua dignidade, sua distinção, sua elegância, represente um padrão mais alto do gênero humano — e com isso dignifique o gênero humano inteiro, e dessa forma dignifique a Deus —, age sacralmente. E, sobretudo, se a patroa vê a sua própria posição assim, não considera a casa como uma chacunnière2 ou como um lugar de puro gozo, mas sim como um santuário no qual também tudo deve caminhar para Deus Nosso Senhor. Aí a união da criada com a patroa é completa.

Por detrás desta concepção está a ideia de que toda a vida humana deve ser vista assim, sacralmente. E quando o homem tem compreensão da dignidade de suas ações, ele possui também a concepção sacral da dignidade do cargo em virtude do qual ele exerce as suas atividades, bem como da dignidade que o cargo confere à sua pessoa. Porque se a criada sabe que servir é uma coisa sacral, ela saberá também que ser criada é sacral; como toda função lícita, não pode ser vista laicamente, e sim sacralmente. Então, há uma dignidade de empregada junto à dignidade de ente humano e de filha de Deus, que é uma dignidade verdadeira e que ela carrega consigo, quer dizer, ela é isto. É assim que se deve ver, portanto, a vida.

Francisco Lecaros
Praça do Quirinal – Museu Amedeo Lia, La Spezia, Itália

O profissional é, sobretudo, aquele que concorre para a realização do plano de Deus

Isso é ainda maior com os incumbidos de funções mais nobres, por exemplo, professores, advogados, médicos, engenheiros, dirigentes de empresa, diplomatas, militares, etc. Todas essas funções têm um suporte sacral, e é preciso vê-las sacralmente.

Uma sociedade verdadeiramente católica é aquela na qual todo mundo que exerce suas funções, as desempenha evidentemente com um desejo de lucro, porque sem lucro ninguém vive. Não com um anseio exclusivo de lucro, e eu acrescentaria: não um desejo preponderante de lucro, mas é pela alegria que sua alma encontra, em virtude de sua própria luz primordial3, em fazer aquela função para a qual é chamada. Então, o verdadeiro relojoeiro — por exemplo, o relojoeiro suíço, exímio, que monta um relógio de primeira categoria — deve gostar de fazer relógio porque, em si, é uma coisa bela, pois participa em algum modo de Deus; a beleza que ele sente tem uma explicação sacral, e por causa disto ele deve com espírito sacral ser relojoeiro, e não querer deixar de sê-lo assim que se lhe dê uma profissão que renda mais, uma vez que sua alma está toda voltada para fazer relógios. Por quê? Porque o profissional não é aquele que quer ganhar dinheiro, mas é, sobretudo, aquele que concorre com o plano de Deus, de acordo com um apelo íntimo de sua alma, o qual é um sinal da Providência para fazer alguma coisa em que ele adore e sirva a Deus. Este é o clima do Reino de Maria.

O advogado: gosto de ver a ordenação humana

Tomemos como exemplo a profissão de advogado. Quando o indivíduo tem verdadeira estrutura mental do advogado, ele possui antes de tudo um senso muito vivo da norma e da regra, dos códigos. E isto representa o lado rígido do espírito do advogado. É, sobretudo, um certo tipo de advogado, que não dá tanto para causídico como para jurisconsulto, quer dizer, quando há uma dúvida na interpretação da lei, dá uma resposta luminosa; não advoga, não dirige causas. É um dos aspectos do espírito do advogado: o gosto de ver a ordenação humana, e de trabalhar para ordenar o homem.

Entretanto, o espírito do advogado tem também uma inclinação oposta a essa: toma um caso concreto e, à força de argúcia e de saber escarafunchar, faz uma argumentação brilhante mostrando que o caso não cabe dentro do texto da lei. Este advogado revela uma espécie de flexibilidade de espírito, de elasticidade, uma forma de luz mental — e aqui está a beleza do métier do advogado — que é diferente da outra.

Na ordem natural nós podemos achar que um obelisco é uma beleza —impávido no meio do deserto, uno, contínuo, os séculos mudam e ele não muda —, e que é lindo, por exemplo, o voo caprichoso de um inseto em torno do obelisco, um bailado nos ares completamente novo e inesperado. Assim também podemos encontrar no estilo, no movimento, na habilidade — eu insisto na palavra —, na luz mental de qualquer dessas duas formas de advogado uma beleza de feitio de alma, de movimentação de espírito, uma diferente da outra, mas que nos dão ideias da lucidez infinita de Deus, que é a própria inteligência, e em cujas obras, em cujo modo de governar o universo nós vemos exatamente isto: de um lado o Altíssimo que magnificamente ordena todo o universo, e depois Deus que cria uma porção de seres, os quais representam situações e casos, etc., em que o Criador quase que brinca com as regras que Ele mesmo pôs e, por meio de uma série quase infinita de “divinos caprichos”, faz exceções saltitantes que constituem um charme em meio à grande majestade das coisas que Ele criou.

Temos, pois, o que constitui a essência do métier do advogado. É uma forma de luz mental que tende a exercer-se, a aplicar-se; e o advogado que não desenvolve essa luz passa a vida inteira como um sujeito frustrado. Há algo nele que devia florescer e que não floresceu, e que o amarra, o deprime, o aborrece. Ainda que esse advogado tenha grandes possibilidades em outra carreira, ele transpõe a vida toda como um indivíduo que ficou, por exemplo, com um braço amarrado, louco para esticá-lo e que não pode; é essa mesma forma de mal-estar, mas muito pior porque é dentro da alma e não do corpo.

Na profissão de advogado, há também a prova do direito, da lei, a ordenação do universo, a defesa do inocente, etc.; são coisas de uma grande beleza e que entram pelos olhos. E igualmente de uma grande sacralidade. Mas o homem não sente tanto a sacralidade na função que ele executa, quanto na sacralidade do tipo de luz mental que ele manifesta ao fazer aquela função; é aí que ele sente propriamente a sacralidade.

O arquiteto deve ter um espírito altamente figurativo do Espírito de Deus

Consideremos agora outra profissão. Como eu imagino o arquiteto? Tenho a convicção de que a obra de arte mestra do homem não é a escultura, nem a pintura, nem a música, mas é a arquitetura. A melhor expressão da sociedade humana não é um quadro, uma escultura ou uma música, nem uma joia, nem um móvel, mas é um edifício, na medida em que se entenda o edifício com tudo quanto ele tem.

Então, por exemplo, deve-se entender uma catedral com toda a sua estrutura de pedra, os seus vitrais, as suas imagens, os seus bancos, as suas estalas, os seus altares, o seu sacrário e com o seu órgão tocando. Quer dizer, eu acho que todas essas outras coisas que estão dentro da catedral — e também mosaicos, quadros, tapeçarias — são peças elaboradas para serem vistas num conjunto, e esse conjunto é o prédio. De maneira que o prédio dá a perspectiva total, a qual vale mais do que as perspectivas parciais que existem dentro dele; porque aquele que arquiteta o todo tem uma atividade mais alta do que aqueles que concebem as partes. E assim como é intuitivo ser um arquiteto mais do que um marceneiro que faz uma cadeira, é intuitivo que é mais ser um arquiteto do que um pintor ou um escultor, desde que se compreenda que a pintura e a escultura só têm razão de ser dentro de um prédio, de uma casa.

A casa é a obra de arte mestra que, mais do que objetos que estão dentro dela, deve conter o homem; a casa é a moldura do homem. Assim como a moldura tem um grande papel para dar realce ao quadro, o prédio é a moldura do homem, da família, de uma diocese, por exemplo — com seu bispo, seus cônegos, seus monsenhores, etc., onde todos estão rezando com o pleno aparato da hierarquia e da Liturgia reunidos.

Então, eu imagino um arquiteto como um indivíduo que tenha antes de tudo uma alta ideia da natureza daquilo que ele constrói, e sabe edificá-la pegando a alma de um grupo humano em determinado momento, e exprimindo-a nos seus aspectos mais nobres e mais favoráveis, dentro das circunstâncias que aquela obra de arquitetura deve representar.

Quer dizer, ele não é só um teólogo, um filósofo e até certo ponto um historiador que conhece a história da instituição para a qual ele constrói; mais do que isto, é um indivíduo que tem noção do modo pelo qual os homens do seu tempo — ao menos os homens bons, os contrarrevolucionários, não digo a canalha do seu tempo — sentem a instituição ou aquilo para o qual ele constrói. Ele possui um senso de observação psicológica muito fino, e há uma inter-relação grande da alma dele com uma série de valores; tem, portanto, um conjunto arquitetônico de conhecimentos que ele vai depois transferir para uma arquitetura de pedra. É, então, um espírito possantemente simbólico que sabe tomar do nada uma série de concepções, reuni-las para fazer algo que exprime aquilo que ele quer; nisso ele põe sua alma, é um arquiteto com alma. Quer dizer, é um espírito altamente figurativo do Espírito de Deus, criando e ordenando todas as coisas.

Francisco Lecaros
Pregação no interior de uma catedral – Academia de Belas Artes de São Fernando, Madri, Espanha

Este seria, a meu ver, o espírito do arquiteto. Não é, portanto, o espírito politécnico que muitas vezes mutila, amputa, porque reduz a coisa a finalidades funcionais que evidentemente devem estar presentes com toda a sua realidade, todas as suas exigências, mas são secundárias; e restringe tudo a uma uniformização, a uma empresa econômica comum. Isto eu acho que é a coisa errada.

Feitio de espírito do médico

Quanto ao médico, se eu percebo bem, seu feitio de espírito, sua luz intelectual, pelo menos enquanto clínico, tem algo — mas naturalmente em ponto de maior categoria — do diplomata e do político. É uma subtileza de espírito por onde, à vista dos sintomas, se faz a combinação para justificar a hipótese, e onde se acompanha o processo de uma doença com senso do que é um processo da concatenação das causas e efeitos, da coordenação das circunstâncias com que o político faz política ou o diplomata faz diplomacia. Eu tenho impressão de que se joga com o fígado ou com o pâncreas com a habilidade com que se joga em política.

Dou um exemplo. Quando comecei a melhorar da dosagem do açúcar4, meu médico de repente ordenou parar o emprego do açúcar antes que este se normalizasse. E eu disse: “Mas meu Deus, vai iniciar tudo de novo!” O médico, então, explicou: “Não. É preciso interromper o uso do açúcar para que o pâncreas, que agora ficou fortificado, comece a dar de si, porque do contrário ele se torna preguiçoso e habituado ao remédio; mas é necessário um jeito, porque ele tem que andar por si.” De fato, depois comecei a ficar melhor até chegar a esta relativa normalidade em que graças a Deus eu me encontro.

Quantas coisas assim a Medicina deve fazer! Tenho a impressão de que é “o pão nosso de cada dia” da Medicina. O médico, por exemplo, trata com o pâncreas como quem trata com soldados preguiçosos de um exército, ou com um povo que não tem vontade de trabalhar, e que se deixa empobrecer um pouco para que ele trabalhe. Quer dizer, são mil jeitos, mil golpes, mil acrobacias com a natureza, cuidadosamente estudadas e que fazem a glória e a forma de luz intelectual do clínico.

O gosto que o indivíduo tem na profissão não deve ser de ganhar dinheiro, embora ele precise viver da profissão; mas é um prazer de tirar de si uma porção de coisas que dormem dentro dele, as quais a todo custo ele deve tirar para se realizar, explicitar a si próprio.

Francisco Lecaros
Acão de graças ao Santo Sudário após a epidemia de cólera de 1836 – Museu Nacional do Palácio Mansi, Lucca, Itália

Por outro lado, entra um amor à beleza dessa operação mental enquanto ela mesma, porque tudo se reduz à beleza de agir; e, nas profissões intelectuais, de um operar da mente. E é essa beleza do agir da mente que nos convoca para adorarmos a Deus enquanto sendo assim, procurarmos ver desse modo todas as coisas que o Criador pôs no universo, e compreendermos que Deus vai fazer coisas dessas conosco no Céu por toda a eternidade, e que isto é uma pre-figura do nosso Céu.

Sacerdotes e guerreiros: essenciais ao equilíbrio de toda sociedade

A consequência desta exposição para a vida espiritual seria nos habituarmos a considerar assim os fundamentos sacrais de todas as atividades que exercemos, ou que outros realizam em torno de nós; mas é na forma de luz intelectual que a ação traz consigo. Eu compreendo que a atividade poderia ser vista por mil outros modos, mas é nesta forma de luz intelectual que, afinal de contas, nós podemos compreender melhor a Deus e a sacralidade da profissão.

Dante, quando fala — não me lembro bem se é da graça ou de Deus —, dá essa definição: “luz intelectual cheia de amor, amor cheio de todo o bem”. É uma frase de um cântico, a qual, dita em italiano — não ouso dizer em italiano porque não sei a pronúncia — é muitíssimo mais bonita do que em português. Este gosto que nossa alma tem de realizar certo tipo de operações é resultante de uma luz que há em nós, uma particular lucidez para perceber certas coisas, e uma especial aptidão dos sentidos e da vontade para tratar daquilo; e é nisto que nosso ser mais se parece com Deus.

Por causa disso, um povo que dá poucos sacerdotes ou poucos guerreiros está em estado de degenerescência. Ou se trabalha para que ele volte a dar muitos sacerdotes e muitos guerreiros, ou a sua fibra está liquidada. Porque, das atividades humanas, nenhuma tem tanta nobreza e tanta analogia com as coisas de Deus, com a luz mental que há em Deus do que o sacerdócio; é uma coisa evidente. Mas também uma sociedade que não produz guerreiros não odeia o contrário do que ela ama e, portanto, não ama nada; é uma sociedade que está em putrefação. O espírito sacerdotal e o espírito guerreiro são essenciais ao equilíbrio de toda sociedade.

(Extraído de conferência de 21/11/1969)

1) Ver Revista Dr. Plinio n. 154, janeiro 2011, p. 18-23.

2) Do francês: chacun (cada um); chacunnière (“cadaunzeira”), palavra usada por Rabelais, significando o lugar ou a situação modesta do homem comum. Dr. Plinio a empregava para designar a situação medíocre e confortável de quem não vive para um alto ideal.

3) Aspiração para contemplar as verdades, virtudes e perfeições divinas de um modo próprio e único, pelo qual uma alma ou um povo dará sua glória particular a Deus. Sobre este assunto, ver Revista Dr. Plinio n. 54, p. 4.

4) Dr. Plinio foi atingido por grave crise de diabetes em dezembro de 1967, e precisou fazer por longo tempo um rigoroso regime alimentar.

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