“Correu-se a laje. Parece tudo acabado. É o momento em que tudo começa. É o reagrupamento dos Apóstolos. É o renascer das dedicações, das esperanças. A Páscoa se aproxima.”

Com estas palavras que prenunciam a vitória de Nosso Senhor, Dr. Plinio iniciava a narração da 14ª Estação de uma Via-Sacra publicada em março de 1951.

Há 50 anos vinha a lume a segunda Via-Sacra composta por Dr. Plinio, em cujo texto sobressai a elevação e a seriedade de seu estilo; ao lado, fac-símile de uma das primeiras edições

Quando, certa vez, alguém observou em sua presença que as meditações de suas Vias-Sacras se revestiam de muito “pulchrum”, Dr. Plinio comentou:

Ao redigi-las, tive a intenção de sair do clichê de tantas outras, doutrinariamente corretas, muito boas, nas quais porém não se reconhece a nascente extraordinária que as inspiram. Eu quis dar a conhecer essa nascente.

Outra nota de pulchrum parece-me advir da seguinte circunstância: no Português, a linguagem tem como que três “andares”, pelo menos. Há um tipo de locução muito elevada, séria, que, sem recorrer a pedantismos, não tolera a expressão banal das coisas; há outra muito correta, mas sem essa elevação; por fim, existe a linguagem vulgar. Nessa Via-Sacra, procurei manter-me fiel ao propósito de exprimir meu pensamento segundo o estilo do primeiro “andar”.

Dr. Plinio terminava a 14ª Estação proclamando sua confiança no triunfo da Santa Igreja:

“Possa eu também, Senhor, não temer. Não temer quando tudo parecer irremediavelmente perdido. Não temer quando todas as forças da Terra parecerem postas em mãos de vossos inimigos. Não temer porque estou aos pés de Nossa Senhora, junto da qual se reagruparão sempre, e sempre mais uma vez, para novas vitórias, os verdadeiros seguidores da vossa Igreja.”