“Neste mundo cada vez mais dominado pela busca do prazer terreno, há Alguém com A maiús­culo, eterno, Nosso Senhor Jesus Cristo, vivendo em todos os tabernáculos do Brasil e dos templos da Cristandade. Esse Alguém, que não percebemos com os sentidos da carne, existente sob as espécies eucarísticas, é o grande Apóstolo da época contemporânea, como o é de todas as eras.

“E Ele multiplica as suas maravilhas: ao mesmo tempo em que a iniqüidade vai chegando ao seu auge, notamos frutos admiráveis da Sagrada Eucaristia, frutos da graça que dão no apostolado um resultado incomparável. Por toda parte vão se tornando mais numerosas as almas que, levadas por um anelo de perfeição absoluta, de ortodoxia completa, de obediência inteira à Igreja Católica, tudo abandonam e a tudo renunciam, dispostas a sofrer e a vencer tudo por amor a Jesus Cristo, presente na Sagrada Eucaristia.”

Essas fervorosas palavras de Dr. Plinio não poderiam ecoar em momento mais oportuno do que neste mês de outubro, marco inaugural do Ano da Eucaristia proclamado pelo Papa João Paulo II na passada solenidade de Corpus Christi. Inicia-se com o Congresso Eucarístico Internacional, na cidade de Guadalajara (México), e se estende até outubro de 2005, quando o Sínodo dos Bispos se reunirá no Vaticano, a fim de considerar o tema proposto pelo Pontífice: “A Eucaristia, fonte e ápice da vida e missão da Igreja”.

Ao demonstrar seu contentamento em instituir esse ano especial, o Papa recordou que a “Santa Igreja vive da Eucaristia”, e que Nosso Senhor, “pão vivo descido do Céu, é o único capaz de saciar a fome de todo homem, em todo tempo e em todo lugar da Terra”. Verdade esta compreendida de forma profunda e ardorosa por Dr. Plinio, cuja entranhada devoção ao Sacramento do Altar apenas cresceu, ao longo de mais de 7 décadas de comunhões diárias. Era nesse convívio íntimo com o Coração Eucarístico de Jesus que Dr. Plinio colhia forças para empreender sua gesta em favor da causa católica, e o mesmo recomendava aos seus discípulos:

“Se para a vida interior de qualquer católico é indispensável a freqüência à Sagrada Mesa, quanto mais o será para um apóstolo que deve fazer consistir seu apostolado num transbordamento dessa vida interior! O zelo autêntico, baseado no desprendimento das coisas terrenas, só se alcança pela Eucaristia. O apóstolo é um reservatório cujas águas devem extravasar para beneficiarem a outros. Daí a necessidade de renová-las amiúde pela Comunhão. Além disso, a pessoa entregue às ações apostólicas se vê exposta a mil dificuldades, tentações e ocasiões perigosas. Só o alimento da Eucaristia poderá impedir que ela pereça.”

À luz dos eloqüentes pensamentos de Dr. Plinio, devemos considerar com imensa alegria esse período de graças especiais que se abre para a Igreja no Ano da Eucaristia. Queira a Santíssima Virgem espargir sobre nós a abundância de suas bênçãos, auxiliando-nos a viver intensamente — conforme o desejo do Papa — este momento tão precioso da vida eclesial.